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São Paulo Companhia de Dança (SPCD) apresenta cinco diferentes obras em unidades do Sesc em São Paulo

Crédito da foto: Fernanda Kirmayr
Cena de Grand Pas de Quatre de Pugni, por Diego de Paula

São Paulo Companhia de Dança (SPCD) – corpo artístico da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa – apresenta cinco diferentes obras de seu repertório em duas unidades do Sesc no Estado de São Paulo. Nos dias 16 e 17 de setembro o Sesc Guarulhos recebe o Grand Pas de Quatre (2020), a estreia de Sal e a pré-estreia de The Eighth. Já de 6 a 8 de outubro, a SPCD sobe ao palco do Sesc Pinheiros com a estreia de Petrushka, de Goyo Montero e Umbó, de Leilane Teles. São obras clássicas e contemporâneas que revelam a diversidade do repertório da Companhia e celebram os 15 anos de história, recém-completados. Os ingressos já estão à venda e podem ser adquiridos via app Credencial Sesc SP, no site centralrelacionamento.sescsp.org.br e presencialmente em todas as unidades do Sesc São Paulo.

SESC GUARULHOS | 16 e 17 de setembro

The Eighth, do norte-americano Stephen Shropshire, que desde 2020 é coreógrafo residente da São Paulo Companhia de Dança, entra em cena antes da sua estreia em abril de 2024 em Linz, Áustria, com coprodução do Bruckner Festival e apoio do Governo Holandês. Criador das obras coreográficas Rococó Variations (2020), Marmórea (2021) e Partita (2022), Shropshire revela uma linha de pesquisa com esses três trabalhos, que começou com a (re)investigação sobre a técnica do balé clássico, a fim de descobrir novas maneiras de pensar e se envolver com seu processo coreográfico. Em The Eighth, o coreógrafo oferece ao público uma nota de rodapé a estes três trabalhos distintos, porém interligados. A nova obra é executada por 10 bailarinos ao som da Oitava Sinfonia, de Anton Bruckner (1824-1896), uma composição emocionante, assim como disse o jornalista musical Tom Service, “que não pode ser explicada pelas regras e regulamentos musicais; em vez disso, sua ‘forma’ é fenomenológica e é algo que você precisa experimentar”.

As apresentações no Sesc Guarulhos contam ainda com a estreia de Sal, de Lucas Valente, que foi bailarino da São Paulo Companhia de Dança e do Grand Pas de Quatre (2020), de Diego de Paula, inspirado livremente na obra de 1854 de Jules Perrot (1810-1892).

Sal é baseado em duas facetas essenciais do sal, a física e a energética, e explora movimentos que capturam sua textura, sua natureza áspera, seca e afiada, buscando uma sensação de intensidade e vigor. A obra explora a riqueza de significados e ideias associadas ao sal na cultura brasileira, que se expressam desde os rituais de banhos de sal grosso, presentes em diversas tradições espirituais, até as manifestações culturais, como o maracatu de baque solto, que utilizam o sal como parte de sua dança em gesto de oferenda e conexão com a terra também estão presentes na coreografia. Esse elemento ritualístico rege a peça, que busca compartilhar uma experiência sensorial, combinando uma narrativa física e uma narrativa conceitual à poderosa energia do sal e à rica diversidade cultural do Brasil.

Grand Pas de Quatre, ao som de Cesare Pugni (1802-1870), foi criado originalmente no século XIX para reunir, em um mesmo palco, as quatro principais bailarinas da época, enaltecendo as características artísticas individuais. O balé romântico é a essência da obra, que reforça traços da dança feminina com movimentos delicados, suaves e elegantes – um marco para o período, quando o balé era protagonizado por homens. A versão criada por Diego de Paula – bailarino da SPCD, que integra o Programa de Desenvolvimento das Habilidades Futuras do Artista da Dança (uma experiência do ofício de coreógrafo) – traz quatro bailarinas em focos separados de luz, que criam sombras suaves ao longe, em uma visão quase etérea. Cada bailarina tem uma variação individual, executada em sucessão entre uma abertura e final, e, ao término, as variações são dançadas por todas juntas. Os desenhos formados pela dança relembram camafeus e remetem a delicadeza das mulheres.

SESC PINHEIROS | 6 a 8 de outubro

Depois de Anthem (2019), o bailarino, diretor e coreógrafo espanhol Goyo Montero assina a sua segunda criação para a SPCD: Petrushka. Esta é uma releitura inédita, para um dos balés mais populares do cenário mundial, estrelado por Vaslav Nijinsky, em 1911. Petrushka conta a fábula de amor e ciúme de três bonecos que ganham vida. Em cena, bonecos infláveis gigantes ganham novos contornos e trazem ao palco uma história de amor, morte, alegria, tristeza, rejeição e manipulação. Petrushka ama a Boneca, mas ela prefere o Lutador, que mata Petrushka, cujo fantasma aparece quando a noite cai. “É um teatro dentro de outro teatro, para que eu possa contar essa história de diferentes perspectivas”, fala o coreógrafo.

Goyo Montero é diretor e coreógrafo residente do Nuremberg Ballet, na Alemanha, para quem criou mais de 20 obras. Também já criou para outras renomadas companhias como Les Ballets de Monte Carlo, Ballet de Zurich, Ballet de Sodre. Desde 2019, é coreógrafo residente do Acosta Danza, sendo eleito em 2018 como Melhor Diretor pela Revista Dance Europe.

Também integra a programação, Umbó (2021), de Leilane Teles, que se baseia em uma premissa batizada por ela como “a criação do desejo”, que fala sobre a vontade de se tornar quem se quer ser e como isso reverbera no corpo de cada um. O cantor e compositor Tiganá Santana, a cantora Virginia Rodrigues e o coreógrafo Matias Santiago são o ponto de partida da coreografia, que convida o público a apreciar e reverenciar as artes e trajetórias dessas personalidades, bem como os bailarinos em cena e todos os artistas envolvidos na concepção. Esta criação de 2021, agora em 2023, ganha novo formato, pois passa a contar com 14 bailarinos, o que faz com que a cena se reconfigure.

Segundo Inês Bogéa, diretora artística da São Paulo Companhia de Dança, estas apresentações representam mais um capítulo essencial na nossa jornada artística. “Com as estreias de ‘Sal’, ‘Petrushka’ e ‘The Eighth’, estamos compartilhando não apenas movimentos de dança, mas também histórias que ecoam através do tempo e da cultura. ‘Sal’ explora as múltiplas facetas do sal, desde sua natureza áspera e seca até seu significado nas tradições espirituais e culturais brasileiras. ‘Petrushka’ nos apresenta uma interpretação única de um clássico, usando bonecos infláveis gigantes para contar uma história de amor e tragédia e ‘The Eighth’ nos desafia com a Oitava Sinfonia de Bruckner, oferecendo uma experiência musical que transcende as normas. Compartilhamos histórias e emoções por meio do movimento, convidando o público a se juntar a nós nessa jornada de descoberta artística e humana”, fala a diretora.

Ficha técnica

Grand Pas de Quatre (2020)
Coreografia: Diego de Paula, inspirado livremente na obra de 1854 de Jules Perrot (1810-1892)
Música: Cesare Pugni (1802-1870)
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Acervo SPCD
Duração/Elenco: 14 minutos e 11 segundos com 4 bailarinos

Sal (2023)
Coreografia: Lucas Valente
Músicas: Em Transe, de Cadu Tenório & Márcio Bulk; Fragmentos, de Cadu Tenório e o Afterglow, de Rival Consoles
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: UMA – Raquel Davidowicz
Duração/Elenco: 15 minutos com 3 bailarinos

The Eighth (2023)
Coreografia e iluminação: Stephen Shropshire
Música: Symphony no 8: IV: Finale de Anton Bruckner (1824-1896)
Figurino: Fabio Namatame
Duração/Elenco: 22 minutos com 10 bailarinos

Petrushka (2023)
Concepção e coreografia: Goyo Montero
Música: Igor Stravinsky
Cenografia: Curt Allen Wilmer e Letícia Gañán
Figurinos e Bonecos (infláveis e marionetes): Salvador Andujar
Iluminação: Nicolas Fischtel
Assistente de Coreografia: Igor Vieira
Organização (Espanha): Carlos Iturrioz
Execução de Figurinos: Fabio Namatame
Consultoria para Construção e Manipulação de Bonecos: Beto Andreetta
Execução de Infláveis e Pintura de Arte: Carlos Delfino
Execução de Máscaras e Marionetes: Dino Soto
Duração/Elenco: 35 minutos / 14 bailarinos

Umbó (2021)
Coreografia: Leilane Teles
Músicas: Muloloki e Para a Poetisa Íntima, de Tiganá Santana e Nzambi Kakala Ye Bikamazu e Mama Kalunga, de Tiganá Santana na voz de Virgínia Rodrigues
Iluminação: Gabriele Souza
Figurino: Teresa Abreu
Assistência de Figurino: Priscilla Bastos
Duração/elenco: 20 minutos com 14 bailarinos

Serviço

Grand Pas de Quatre, Sal e The Eighth
São Paulo Companhia de Dança (SPCD)
Dias 16 e 17 de setembro de 2023
Sábado, às 20h, e domingo, às 18h
Local: Sesc Guarulhos
Rua Guilherme Lino dos Santos, 1.200 – Jardim Flor do Campo, Guarulhos
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); R$ 15,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 10,00 credencial plena (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Telefone: (11) 2475-5550
Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
Capacidade física: 356 lugares
Acessibilidade: Sim
Estacionamento: Capacidade limitada. Respeite sempre as vagas preferenciais. Valores: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2 por hora adicional (Credencial Plena) R$ 12 a primeira hora e R$ 3 por hora adicional (Outros)

Petrushka e Umbó
São Paulo Companhia de Dança (SPCD)
De 6 a 8 de outubro de 2023
Sexta-feira e sábado, às 21h, e domingo, às 18h
Local: Sesc Pinheiros
Rua Pais Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); R$ 15,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 10,00 credencial plena (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
Capacidade física: 1.010 lugares
Acessibilidade: Sim

 

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