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Com teatro e dança Mostra Sentidos debate a longevidade e envelhecimento nos SESCs de São Paulo

A potência dos palcos dos teatros e dos corpos em movimento na dança como instrumento transformador e fundamental na ruptura com os preconceitos e estereótipos relacionados aos idosos são o foco da MOSTRA SENTIDOS: A LONGEVIDADE NA ARTE, que acontece de 1º a 11 de outubro, nas 38 unidades do Sesc da capital, litoral e interior de São Paulo. A ação do Sesc São Paulo celebra o Dia Internacional do Idoso (1º de outubro) com as linguagens do teatro e da dança, que contemplam os temas da longevidade e do envelhecer em suas narrativas, dramaturgias, formatos, elencos e propostas para o público de todas as idades.

Segundo Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo “a instituição é pioneira no Trabalho Social com Idosos com ações permanentes e presença constante nas ações e debates no âmbito do Dia Internacional do Idoso. Assim, a Mostra Sentidos propõe discutir a velhice e a longevidade por meio da arte, na expectativa de que as reflexões despertadas pelo teatro e pela dança suscitem a desconstrução dos estereótipos e preconceitos que cercam o envelhecimento”.

Com 21 atividades gratuitas (treze peças de teatro, três espetáculos de dança, quatro intervenções e um bate-papo), a MOSTRA SENTIDOS: A LONGEVIDADE NA ARTE pretende despertar por meio dos múltiplos sentidos provocados pela arte, um olhar mais profundo sobre a temática do envelhecimento a partir dos 60 anos.

Crédito da foto: Silvia Machado | Compagnie À Fleur de Peau

O Dia Internacional do Idoso sinaliza uma oportunidade de discussão sobre a longevidade e o envelhecer. Atualmente, mais de 700 milhões de pessoas no mundo possuem 60 anos ou mais. Em 2050, serão mais de dois bilhões de indivíduos idosos (em torno de 20% da população do planeta). Para marcar a data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Sesc São Paulo, pioneiro no Trabalho Social com Idosos e focado em sua missão socioeducativa de promoção da cultura, convida o público para uma reflexão sobre o processo de envelhecimento por meio da sensibilidade fomentada pela programação artística.

A programação da MOSTRA SENTIDOS: A LONGEVIDADE NA ARTE tem início dia 1º de outubro, segunda-feira, ao meio-dia, na Praça da Sé, com a intervenção Bira e Bedé, do grupo mineiro Pigmalião Escultura que Mexe. Livre adaptação de Esperando Godot, do dramaturgo e escritor irlandês Samuel Beckett, o espetáculo de teatro de bonecos mostra duas idosas, gêmeas idênticas com personalidades completamente diferentes, que se esforçam para se integrar à sociedade depois de uma longa vida de reclusão. Elas transitam pela cidade em busca de atividades para preencher o seu dia a dia tedioso e desejam fazer novas amizades, mas assustam as pessoas com seu comportamento fora do padrão e estatura exagerada.

O Dia Internacional do Idoso também será marcado pelo bate-papo O Envelhecer na Arte, que reúne a bailarina e coreógrafa brasileira Denise Namura e o alemão Michel Bugdahn (diretores do grupo francês Compagnie à Fleur de Peau), e Henrique Sitchin, diretor e fundador da Cia Truks Teatro de Bonecos. O encontro acontece na própria segunda-feira, dia 1º de outubro, às 19 horas, no Centro de Pesquisa e Formação, e abordará as relações entre arte e o envelhecimento, principalmente nas linguagens da dança e do teatro.

Um neto que se senta à mesa com seus avôs antes de um almoço para refletir sobre momentos importantes que definiram suas trajetórias é o mote do espetáculo Los Que Vinieron Antes, da Cia de La Laura Palmer, de Santigo, no Chile. Inédito no Brasil, a montagem – um dos destaques da mostra – celebra os 10 anos nos palcos do grupo chileno e será apresentada dias 3 de outubro, quarta-feira, às 15 horas, no Sesc Campinas; 5 de outubro, sexta-feira, às 20 horas, no Sesc Santo André e 10 e 11 de outubro, quarta e quinta-feira, às 20 horas, no Sesc Belenzinho (SP).

Entre os espetáculos teatrais da programação destaque para Imortais, de Newton Moreno; que mostra o reencontro entre mãe e filha depois de um longo período de distanciamento; As Brasas, com Herson Capri e Genézio Barros e direção de Pedro Brício, narra o reencontro de dois amigos depois de 41 anos e Euforia, com direção de Victor Garcia Peralta e atuação de Michel Blois, que se divide em dois papeis, um idoso de 87 anos, homossexual, e de uma cadeirante que perdeu o movimento das pernas após um acidente.

Crédito da foto: João Maria | Cena de Dança para esquecer o vô

Já a ação artística Uma Memória do Amanhã ou O Mundo na Minha Pele, da Compagnie à Fleur de Peau, da França, terá idosos da cidade de São Paulo como protagonistas. Resultado de workshops ministrados pela coreógrafa Denise Namura e pelo alemão Michael Bugdahn, a ação apresenta movimentos lúdicos, estimulando os participantes a se expressar com o corpo e a dançar inspirando-se em suas próprias histórias, lembranças e gestos.

Ao longo de mais de meio século de presença no cenário sociocultural, o Trabalho Social com Idosos do Sesc São Paulo passa por constantes avaliações e reformulações, na intenção de responder às demandas que se apresentam a cada momento. Tendo como pressuposto a educação como dispositivo de transformação social, tem oferecido aos idosos espaços de aprendizado e sociabilização, experimentação de linguagens artísticas, de trabalhos corporais e ações em diferentes campos da cultura. Em sua metodologia considera o contexto sociocultural de seu público alvo para o desenvolvimento das ações. Desde 1963, a sociabilização e ocupação do tempo livre, a ação educacional e, na contemporaneidade, a transversalidade e a ruptura com estereótipos e preconceitos.

No contexto social observa-se que os idosos não estão mais restritos à dimensão privada, o que é fundamental para serem vistos como cidadãos e seres autônomos. Apropriam-se de espaços públicos e virtuais que lhes dão visibilidade e sua presença nesses espaços – em qualquer instância – é essencial para trazer para a pauta de discussão as questões relacionadas à existência humana, alterando paradigmas e percepções sobre o processo de envelhecimento e sobre a velhice.

Programação de Dança

Dança para esquecer o vô
Fabrício Licursi (SP)

Dia 11, quinta-feira às 20h
Sesc Thermas de Presidente Prudente (Rua Alberto Peters, 111, Jardim das Rosas)
Duração: 45 minutos
Classificação etária: 12 anos
Grátis (Retirada de ingressos 1h antes da atividade).

O ator, bailarino e diretor Fabrício Licursi lança um olhar sobre memória e esquecimento por meio da história de seu avô Antonio Marcondes, pai de seis filhos, chefe de uma central de correios do interior de São Paulo, comunista, masson e bêbado. No solo com influências da obra A Água e os Sonhos, de Gaston Bachelard, Licursi utiliza a dança e o teatro para se debruçar sobre os temas e apresentar uma narrativa não linear, com lapsos temporais de movimento e falas, além de mostrar como o movimento e o fluxo corporal podem recuperar a memória.

Concepção, direção e intérprete: Fabrício Licursi | Orientação de pesquisa corporal: Lu Favoreto | Cenografia e luz: Marisa Bentivegna | Trilha sonora: Marcelo Pelegrini.

Comunidade Jongo do Dito Ribeiro

Dia 5, sexta-feira às 16h
Sesc Bom Retiro (Alameda Nothmann, 185, Bom Retiro)
Duração: 120 minutos
Classificação etária: Livre
Grátis (Retirada de ingressos 1h antes da atividade).

Os integrantes da Comunidade Jongo do Dito Ribeiro participam de bate-papo para dividir com o público o que é o jongo, como surgiu o grupo fundado por Benedito Ribeiro, em Campinas, que hoje é considerado patrimônio cultural do Brasil, e como eles realizam trabalhos de reconstituição e pesquisas para manter viva essa manifestação da cultura popular afro-brasileira. Depois da conversa, eles fazem uma roda de jongo, com cantos e danças.

Mestres e mestras: Carlos Augusto (Mestre Dudu), Maria Alice (dona Maria do Jongo) e Vera Lúcia (tia Verinha) | Dança: Jacinta Brito e Vandir Gomes | Percussão: Carlos Augusto (Mestre Dudu), Bianca Lucia, Lucas Cesar e Maria Lucia | Voz e dança: Lucas Cesar, Maria Lucia, Vanessa Dias, Flávia Machado e Cinthia Pererira | Coordenação técnica e produção: Cesar Pereira | Mestre e liderança da Comunidade Jongo Dito Ribeiro: Alessandra Ribeiro.

Uma memória do amanhã ou o mundo na minha pele
Compagnie à Fleur de Peau (FRA)

Dia 4, quinta-feira às 12h
Sesc Avenida Paulista (Avenida Paulista, 119, Bela Vista)
Dia 5, sexta-feira às 14h
Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros)
Dia 6, sábado às 15h
Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana)
Duração: 20 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis (Retirada de ingressos 1h antes da atividade).

A coreógrafa Denise Namura e o alemão Michael Bugdahn, dirigentes da companhia francesa Fleur de Peau ministram workshops direcionados à terceira idade. Eles propõem uma prática do movimento lúdico, estimulando os participantes a se expressar com o corpo e a dançar inspirando-se em suas próprias histórias, lembranças e gestos. Ao final das atividades, os participantes dos workshops apresentam os resultados dessas aulas, nos dias 4, 5 e 6 de outubro, nas unidades do Sesc Avenida Paulista, Pinheiros e Vila Mariana, respectivamente.

Programação completa: sescsp.org.br/mostrasentidos

Crédito da foto destaque: Fabiana Ribeiro | Comunidade Jongo do Dito Ribeiro

Serviço

Mostra Sentidos: a longevidade na arte
De 1º a 11 de outubro de 2018
Nas 38 unidades do Sesc da capital, litoral e interior de São Paulo
Consulte a programação completa no portal Sesc SP | sescsp.org.br/mostrasentidos
Ingresso: Grátis

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