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Campanha Ballet Stagium #SOS Travessia

Crédito da foto: Arnaldo J. G. Torres
Cena de Kuarup

O Ballet Stagium em toda a sua trajetória foi marcado por riscos e desafios, são 49 anos de existência e resistência, lidando e superando as adversidades. Transformando as experiências não tão boas em aprendizados e oportunidades de mudança, dando a volta por cima e seguindo em frente. Prestes a adentrar em seus 50 anos, o Stagium se encontra num momento conflituoso de sua caminhada. A companhia não tem um patrocínio nem parceiros, nesse período de pandemia atravessa uma crise muito difícil, não esta conseguindo cumprir com suas obrigações. Não tem receita financeira para pagar as despesas fixas, o aluguel do espaço onde a companhia ensaia desde 1974 e a folha de pagamentos da sua equipe de trabalho. Esta situação vem gerando uma divida desde Março. Até o momento a companhia não consegue vender espetáculos, não consegue teatros para se apresentar e a única forma de contornar esta situação será por meio da campanha virtual “Ballet Stagium – SOS Travessia”.

Você pode participar desta campanha contribuindo, a partir do valor mínimo de R$ 10,00, através deste link https://www.kickante.com.br/campanhas/ballet-stagium-sos-travessia. Esta campanha irá receber todas contribuições em 03/12/2020.

Objetivo

O objetivo do Ballet Stagium com essa campanha é pagar as dividas geradas devido ao período da pandemia, conseguir arcar com as despesas mensais atuais (Despesas fixas, locação da sua sede e folha de pagamento da sua equipe de trabalho) e ganhar um respiro para continuar trabalhando, rumo aos 50 anos de existência que serão completados em 2021.

Justificativa

A relevância desta ação é fundamental para a dança e a cultura do país. São 49 anos muito especiais, que começaram em pleno AI-5 e viram a ditadura se transformar em democracia e a globalização se instalar em um país com distorções sociais tão gigantes quanto o seu tamanho. E neste país, o Stagium construiu não somente a sua história, mas uma nova história para toda a dança: no Brasil do século XX, o Ballet Stagium divide o que existiu em antes e depois.

O trabalho do Stagium comentado pela crítica de dança do jornal O Estado de S. Paulo.

Helena Katz*, “o Stagium varreu o país como exemplo de um tipo de artista que dedica a vida a fazer o que escolheu, com ou sem boas condições para levar seu trabalho adiante. Foi o Stagium a primeira companhia de dança a percorrer todo o território brasileiro, costurando-o com seus espetáculos, palestras, aulas e workshops. Bandeirantes desbravadores em um tempo em que não existiam as condições atuais de financiamento para a circulação. Muito antes da época das contrapartidas, o Stagium dilatou o alcance social de seu trabalho artístico, desenvolvendo projetos pedagógicos na Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem) [atual Fundação Casa], nas escolas públicas – eco na educação do que já faziam quando buscavam se apresentar fora dos teatros, seja dançando nas areias ribeirinhas das populações do Rio São Francisco, no Parque Nacional do Xingu, seja desfilando em escola de samba, ou se apresentando em presídios, hospitais, quadras, pátios etc. Ano após ano, suas missões exploratórias iam tecendo um novo perfil para a dança no Brasil.

Décio Otero e MarikaGidali costuraram um jeito de fazer a dança falar sobre qualquer que seja o assunto eleito. Nos tempos da ditadura, os temas que escolhiam mobilizavam multidões. Espetáculos do Stagium eram possibilidades de encontrar e reconhecer outras vozes silenciadas. Nessa época, não se assistia a um espetáculo do Stagium: você se filiava ao que lá estava sendo mostrado. Era uma senha de pertencimento.

  Sem desvendar o que esses 49 anos gestaram artisticamente com o nome Stagium, não se compreende o país hoje, em termos de dança. Todos os que estão, agora, fazendo algo com dança, saibam ou não, tem em seu trabalho alguma coisa ao Ballet Stagium, que pavimentou um caminho que pôde se pluralizar em tantas outras rotas.”

*Helena Katz é professora no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica e no Curso Comunicação das Artes do Corpo, na PUC/SP, professora na Escola de Dança da UFBA e crítica de dança do jornal O Estado de S. Paulo.

Acionado novamente o terceiro sinal, com a bagagem de todo este momento, a companhia seguirá na luta de sempre, contra o vírus da intolerância, do preconceito, da prepotência, do radicalismo e da censura.

Ballet Stagium

Ballet Stagium – Um discreto heroísmo: Documentário da TV Cultura na ocasião dos 45 anos do Ballet Stagium

Esse documentário mostra a filosofia, o perfil e o trabalho da companhia

Trabalhos do Stagium

 

 

 

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