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Açucaradas Mulheres, criação da bailarina Gabriela Bacaycoa toma forma na quarentena

Estar em quarentena é um momento que nos molda das mais diversas formas, uns ficam mais criativos, outros entram em bloqueios, alguns passaram a comer mais, enquanto outros fizeram dietas, outros ainda buscam formas de sair desse período melhores e tentam não enlouquecer com tudo isso. A arte, sempre presente e possível em todos os tempos, desperta e inspira a criação e ao grito diante do que passamos. Refletimos e abrimos novos caminhos.

“Queime todos que tentarem queimar você!”

Para a bailarina Gabriela Bacaycoa este foi o período de despertar e de ver o que se passa ao seu redor com outros olhos. Despertada a partir do livro “A Bruxa Não Vai Pra Fogueira Neste Livro” da autora Amanda Lovelace, ela se levanta diante da luta da mulher em poder ser tudo o que se pode ser, e também a quantas não lhes é podado ser quem se é.

“Esse trabalho foi feito durante a quarentena, que pra mim, está sendo um processo tão intenso quanto. Açucarada é um trabalho inspirado nos poemas e textos do livro “A Bruxa Não Vai Pra Fogueira Neste Livro” da autora Amanda Lovelace, que na natureza real dos contos de fadas e bruxas ela exalta a força e grandeza de se ser mulher. Poemas feministas que trazem a afirmação do empoderamento sobre a perturbação da sociedade machista e o abuso do comportamento que essa fogueira moderna nos condenam a todos nossos atos.

Uma das protagonistas que mais encarece um mundo mágico e etéreo pra mim é a Fada Açucarada. Tão ingênua e cheia de ilusões, a favor de sempre servir a vontade e o desejo do outro, que ela esteja longe de perceber essa fogueira. Mas também existe uma realidade dentro dos contos de fada… e nesse  o “açúcar” que maquia o mundo dessa fada já não faz parte de quem ela é e se descobre uma mulher real e mais do que nunca, atual.

E quando nos libertamos desses padrões açucarados pelo patriarcado, somos devastamente julgadas, exploradas e abusadas por inúmeros gestos, olhares, sensações, ironias, energias e palavras que a sociedade inteira cobre com pano sobre nós.

Nessa quarentena quantas inúmeras mulheres estão sofrendo o pesadelo da violência doméstica. Quantas delas realmente se sentem donas de si, podendo ser suas próprias fadas, açucarando seu corpo e sua mente ao seu próprio favor?”, comenta Gabriela.

O trabalho pode ser visto no video abaixo e também no instagram da bailarina/coreógrafa (@gabibacaycoa) e do Agenda de Dança (@agendadedanca).

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