DestaqueNotícias

A expansão do fazer dança é tema da série Ação Documental

Crédito da foto: Rodrigo Arsego

A dança vai sobreviver nessa virtualidade? A dança precisa ser presença? A dança necessita da rua, do palco? Artistas, produtoras e produtores culturais têm descoberto outras formas de espacialidades não necessariamente ligadas ao plano físico, palpável. A distância impactou formatos de fazer dança, isso é inquestionável. No contraponto também derrubou as fronteiras imaginárias, antes consideradas limitadoras. O estar em rede ganhou sentido apropriado de vínculo, não só entre quem produz, mas de quem tem fome de ação poética em movimento.

A segunda rodada de entrevistas da Ação Documental, projeto da plataforma de conteúdo Midiateca de Dança em parceria com o Instituto Meyer Filho, transita por estas questões contemporâneas em diálogo com protagonistas da cena catarinense e nacional. De 12 a 14 de maio, sempre às 20h, no canal do projeto no Youtube, as pesquisadoras Jussara Xavier, Sandra Meyer e Vera Torres vão mediar conversas acerca dos assuntos que impactam a rotina e produção de artistas.

A pandemia é um momento difícil encarado por todas/os/es, na dança urbana poderia ser um agravante paralisante. Porém, Agna Muller de Garopaba(SC) deu um jeito de seguir existindo. A artista divide tela com Vanilton Lakka, Gui Fant e Julia Milan no programa sobre “Dança urbanas em contextos contemporâneos”, na próxima quarta-feira (12). O debate conta com depoimentos do diretor artístico do Grupo Cena 11 Alejandro Ahmed e da pesquisadora Carol Eduarda Ricobom.

“Nosso trabalho buscou possibilidades de se reinventar, continuar o fazer tanto artístico quanto físico. Experimentar, experienciar dentro do campo on-line. Em 2020 conseguimos levar pra dentro do universo digital um espetáculo que era presencial, foi um grande desafio e muita aprendizagem no meio disso tudo”, compartilha Agna.

Rede e expansão

Foi neste universo on-line que a artista Milene Duenha, de Curitiba (PR), começou a se questionar sobre modos de fazer juntos. O pronome de posse na primeira pessoa relacionado à produção – especialmente trabalhos solos -, abriu interrogações irreversíveis sobre o efeito e potência ética, política e estética de um trabalho coletivo.

“Tem uma ressonância muito na carne, no corpo, nas lógicas sociais que a gente vive, que é a questão do quanto a ação de um e uma tem reverberação  nos corpos de modo a não ser necessariamente uma ação que diz somente desse um. O que eu faço está sempre em processo de reverberação no mundo, em várias dimensões. O meu corpo no espaço produz uma determinada configuração, eu componho o espaço e o espaço me compõe. Então, a partir de uma perspectiva um pouco mais integrada, a gente conversando sozinho com as próprias questões e ideias, pode ser muito menos potente do que colocar na roda, colocar em jogo, colocar a prova, no sentido de testar isso, como isso ressoa. A rede expande essa possibilidade”, reflete.

Letícia Souza, artista de Joinville (SC), sempre trabalhou de forma colaborativa. Ela acredita que quando se trabalha em rede, todos se fortalecem. A pandemia trouxe novas parcerias além do lugar onde vive. E ampliou a noção de alcance.

“Gosto de pensar a rede de apoio não só como uma rede dos profissionais que atuam juntos, dentro de um processo e projeto, mas também do público que participa desses espetáculos. Como a gente cria redes com os públicos e com quem participa ativamente de um projeto. É essencial pensar essa rede no sentido colaborativo entre artistas e produtores, mas também incluir o público nas nossas ações, como a gente cria vínculo com essas pessoas que estão participando do seu projeto, que estão assistindo o seu espetáculo, quais as relações que ficam e como continuamos alimentando as relações?”, provoca.

Em soma com a bailarina Karina Collaço, de Florianópolis, as convidadas vão conversar sobre “Processos e projetos colaborativos em dança” na quinta-feira (13). O programa terá participação por meio de depoimentos da professora Neusa Dendena Kleinubing (Chapecó/SC) e dos artistas Fernando Dalla Nora e Gabriel Engster (Balneário Camboriú/SC).

 “Corpo, escrita e crítica”

“Corpo, escrita e crítica” é o tema que encerra a Ação Documental na sexta-feira, dia 14 de maio. A artista e pesquisadora Lucila Villela e a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Beatriz Cerbino trocam opiniões sobre o lugar da crítica na construção de um pensamento em dança no Brasil. A jornalista cultural Néri Pedroso colabora com o debate com depoimento.

“O Brasil vive um momento fértil na produção da crítica de dança, cada vez mais crescente e com estudos e articulações sobre todas as manifestações que aparecem dentro desse amplo espectro que é a dança. A escrita crítica em dança é extremamente importante para apurar e exercitar o olhar, enriquecer os debates e promover a reflexão sobre a arte da dança. Pensar a dança através da escrita contribui para o desenvolvimento das produções, que podem se aprimorar através de referências, percepções e diferenças que aparecem através do olhar do outro”, esquenta a troca Lucila Villela.

Com a realização da segunda rodada de entrevistas, o conteúdo será editado em seis filmes com duração de até 20 minutos cada. O material resultado da Ação Documental, viabilizada pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura (2020), ficará disponível gratuitamente para estudo e consulta no acervo permanente da plataforma Midiateca de Dança (midiatecadedanca.com).

Programação

12 de maio de 2021, 20h 
Programa 4: Dança urbanas em contextos contemporâneos

Sinopse: Santa Catarina possui um número expressivo de dançarinos/as/es e coletivos de danças urbanas. Este encontro gravita em torno do legado das danças produzidas no e a partir do contexto urbano na formação e na produção artística, considerando a invenção de modos de se mover e compor nas fricções entre danças contemporâneas e a cultura hip hop. Neste contexto, chama a atenção para o breaking das bgirls contrapondo a hegemonia masculina.

Convidados: Agna Muller (Garopaba/SC); Vanilton Lakka (Uberlândia/MG); Gui Fant e Julia Milan (Florianópolis/SC).
Depoimentos: Alejandro Ahmed (Florianópolis/SC); Carol Eduarda Ricobom (Blumenau/SC).
Mediação: Jussara Xavier (Florianópolis/SC)

Agna Muller é artista da dança há mais de 30 anos. Atualmente, ao lado de Rogério Ribeiro, é diretora e coreógrafa da Cia de Dança de Garopaba Atitude. Realiza estudos e pesquisa o Breaking como linguagem artística em interface com uma investigação contemporânea em dança. Através do trabalho com a Cia Atitude, recebeu muitas premiações Nacionais, Internacionais e participação em programas de TV e contemplados por edital Estadual Elisabete Anderle/SC nas últimas três edições consecutivas (2017, 2019 e 2020). Foi presidente e compõe a diretoria atual da Associação dos profissionais da Dança do estado de Santa Catarina e delegada estadual na II e III Conferências Nacional de Cultura e hoje é presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais e conselheira no Conselho Municipal de Educação de Garopaba.  Coordenou os projetos pedagógicos de Dança e Expressão Corporal da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de São Leopoldo (1999 à 2004). Além de outros eventos, é criadora e diretora do Festival Nacional Garopaba em Dança, que atualmente está na sua décima quinta edição. Foi contemplada pelo prêmio de Reconhecimento pela Trajetória Cultural no Estado de Santa Catarina (Dez.2020).

Gui Fant e Julia Milan são parceiros na vida e na dança desde 2010, a partir daí, vêm trabalhando juntos como professores de Danças Urbanas em escolas de dança, projeto social e contra turno escolar. Gui tem seus estudos dedicados ao breaking desde 2003 e Julia ao Hip Hop Freestyle desde 2004. Em 2015, iniciaram seus trabalhos como professores e coreógrafos do projeto social IGK Dance, do Instituto Guga Kuerten em parceria com a Cenarium Escola de Dança. Seus trabalhos artísticos são realizados com o nome South Flavor e nos últimos anos se destacam o espetáculo “Asas” dirigido por Elisa Schmidt e a performance “Freedom Now”.

Vanilton Lakka possui Bacharelado em Ciências Sociais-UFU, Mestre em Artes PPGArtes-UFU, e doutorando em Artes Cênicas no PPGAC-UFBA. É coordenador do bacharelado em dança da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e um dos diretores da ANDA (Associação Nacional de Pesquisadores em Dança). Criador-intérprete premiado pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes (2005), atua com produção cultural, criação, interpretação e pesquisa em dança. Sua formação é marcada pela vivência nos universos da Dança de Rua e da Dança Contemporânea. Suas criações coreográficas destacam questões referentes ao uso de técnicas corporais, a formatação de trabalhos de dança em diferentes suportes, a exploração da relação arte-cidade no ambiente urbano com foco na criação e na formação, e em sua pesquisa mais recente tem se dedicado a investigar proposições coreográficas caracterizadas por serem composições coletivas para coletivos não estáveis.

Alejandro Ahmed é coreógrafo, diretor artístico, e performer do Grupo Cena 11 Cia. de Dança. Seu trabalho já foi apresentado além do território nacional em outros países da América do Sul, América Central, América do Norte, Europa e Ásia. Atuou como curador na MITsp, Bienal Internacional SESC de Dança, Festival Cultura Inglesa, Mostra de Dança de Florianópolis, Itaú Rumos Dança, Petrobras Cultural e Festival de Dança de Joinville. Com 19 obras estreadas entre 1994 e 2019, junto ao Grupo Cena 11 e colaborações com artistas como Lia Rodrigues (BR), Hooman Sharifi (NOR), Antônio Araújo (BR), Rodrigo Pederneiras (BR), Felipe Hirsch (BR), Inbal Pinto (ISR), Volmir Cordeiro (BR), Luís Garay (ARG), Michelle Moura (BR), Maikon K (BR), tem sido reconhecido pela singularidade nas suas propostas e criações em Dança. Destacam-se os trabalhos Violência, SkinnerBox, Carta de Amor ao Inimigo, Monotonia de aproximação e Fuga para sete corpos e Protocolo Elefante, e os solos Sobre Expectativas e Promessas e Z. Ganhou quatro prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), um Prêmio Bravo, o Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia, Bolsa Vitae, Itaú Transmídia, Itaú Rumos Dança e prêmio Honra ao Mérito Cultural Cruz e Souza.

Carol Eduarda Ricobom é professora, bailarina, pesquisadora e artista. Graduanda do curso de Licenciatura em Dança na FURB (5º semestre). Aos 6 anos inicia na Dança Gaúcha de Salão e aos 14, nas Danças Urbanas. Frequenta cursos diversos como Class Masters (SP, 2020); Métodos Não-Coreográficos (2020); Fundamentos do Hip Hop Freestyle (2020); Didática, Dinâmica e Comunicação (2020); Musicalidade (2020); Gestão para Escolas de Dança (2021). Atua como professora de Hip Hop Dance desde 2019. Em 2021 abre a O’One Espaço de Dança, onde ministra aulas de Hip Hop Dance, Videodance, Heels, entre outras.

13 de maio de 2021, 20h 
Programa 5: Processos e projetos colaborativos em dança

Sinopse: Práticas de composição e alteridade. Criação de redes de cooperação em dança. Ativação de um corpo crítico, que interpela a si e ao outro. A produção de dança a partir da fricção corpo-cidade.

Convidados: Milene Duenha (Curitiba/PR); Karina Collaço (Florianópolis/SC); Letícia Souza (Joinville/SC)
Depoimentos: Neusa Dendena Kleinubing (Chapecó/SC); Fernando Dalla Nora e Gabriel Engster (Balneário Camboriú/SC).
Mediação: Sandra Meyer (Florianópolis/SC)

Karina Collaço é artista autônoma, dançarina intérprete-criadora, professora de dança contemporânea. Concluiu o Curso de Danças Clássicas na Álea Academia de Dança em 1994. Integrou a Cia. Cena 11 (1996-2003/Florianópolis) e o grupo Kaiowas (2003-2006/Florianópolis). Entre 2009 e 2012 ministrou oficinas de dança contemporânea pelo Fórum Internacional de Dança/ BH). Participou da direção coreográfica e preparação corporal do grupo “Terceira Dança” – pesquisa em dança para a terceira idade (bolsa território Minas – FID 2010). Em 2016, junto da bailarina Daniela Alves, origina o laboratório de criação em dança “Ensaio para algo que não sabemos”, com o protótipo 1: construção estreado no Múltipla Dança 2017. Em 2018, estreia o protótipo 2: encher-se de buracos, aprovado pelo Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura. Participou do projeto Parquear com o Dança Multiplex (2014-2016). Integrou o grupo Clube Ur=H0r (2008-2014/BH) e o grupo Meia Ponta Cia de Dança (2010-2014/BH).

Letícia Souza é dançarina, atriz, pesquisadora e produtora cultural. Atua em projetos culturais colaborativos desenvolvidos em áreas como: criação e circulação de obras de teatro e dança, ações formativas e pesquisa/registro de dança, e mediação cultural. Mestra em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina.

Milene Duenha é artista com atuação nas intersecções entre dança, performance e teatro. É bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (Uel), licenciada em Artes Visuais pela Claretiano e pós-graduada em Artes Visuais / Arte-educação na Uel. É doutora e mestre em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Professora colaboradora no curso de Dança da UNESPAR, Pr. Coordena o Projeto Corpo, performance e o político em implicação (CPP_Implicações) da UNESPAR. É pesquisadora associada ao AND_Lab | Arte-Pensamento e Políticas da Convivência – Portugal. Desenvolve uma pesquisa artística no Coletivo Mapas e Hipertextos desde 2012, integra o Projeto Corpo, tempo e movimento desde 2014, e o projeto Acocoré desde 2020. Em suas práticas, mobiliza questões ligadas ao corpo ingovernável e seus modos de estar/fazer como potência de afeto. Pesquisa com-posição nas artes presenciais e as relações entre ética, estética e a dimensão política.

Neusa Dendena Kleinubing é Doutora em Educação (UFSM), Mestre em Educação Física (USFC), Especialista em Dança Cênica (UDESC), Formada em Educação Física (FACEPAL). Docente do curso de Educação Física da Unochapecó desde 2006 e coordenadora do projeto de extensão Grupo Universitário de Dança Essência (2010-2020). Coordenou o projeto de extensão Contradança (2009-2011), que teve como proposta desenvolver atividades de dança inclusiva com diferentes setores da sociedade. Pesquisadora na área de Dança, Educação e Formação de professores.

Fernando Dalla Nora é multi-artista natural de Balneário Camboriú e atuante na área cultural como produtor. É idealizador do coletivo Núcleo Corpóreo onde vem desenvolvendo ações de pesquisa, produção e formação em artes integradas através de projetos apoiados por editais de Leis de Incentivo. Por meio da dança desenvolve projetos de pesquisa, formação continuada e residências em parceria com artistas diversos com foco na experimentação e cruzamento de linguagens artísticas e suas conexões com as novas tecnologias. É bailarino, professor e coreógrafo, pesquisador, performer, DJ, produtor musical e videomaker. Trabalha com somas de linguagens experimentais contemporâneas dentro da dança, artes sonoras, fotografia e audiovisual. Seu interesse é no exercício investigativo, improvisação e construção de narrativas e poéticas, através do corpo, som e imagem.

14 de maio de 2021, 20h 
Programa 6: Corpo, escrita e crítica

Sinopse: O lugar da crítica e a constituição de um pensamento em dança no Brasil. Espaços críticos múltiplos: exposição de pesquisas em plataformas digitais.

Convidados: Beatriz Cerbino (Rio de Janeiro/RJ); Lucila Vilela (Florianópolis/SC),
Depoimento: Néri Pedroso  (Florianópolis/SC)
Mediação: Vera Torres  (Florianópolis/SC)

Lucila Vilela é artista e pesquisadora nas áreas de artes visuais e dança. Professora adjunta do Departamento de Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina (CEART/UDESC). Doutora em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2017). Membro da equipe editorial da Revista Digital Interartive desde 2008 (https://interartive.org/). Fez a tradução e posfácio do livro: A orquídea, a nuvem, a borboleta, de Loïe Fuller (2020), editado pela Cultura e Barbárie (Florianópolis) e foi coordenadora do Bia Vilela, Espaço de Dança (1996-2018).

Beatriz Cerbino é professora da Universidade Federal Fluminense – UFF, no curso de graduação em Produção Cultural e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes – PPGCA. Desenvolve pesquisas e publica na área de história e crítica da dança, videodança, assim como autoria do e no corpo. É pesquisadora do INCT Proprietas, colaboradora da Rede Íbero-Americana de Videodança – REDIV, e pesquisadora colaboradora do Projeto TEPe – Technologically Expanded Performance. Estudou dança com os Mestres Martha Blanco e Flavio Sampaio.

 Néri Pedroso é jornalista, pesquisadora e integrante da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Formada em comunicação social/jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), vive e atua em Florianópolis (SC). Ativista na imprensa cultural desde os anos 1980, com vasta experiência em edição, na criação e coordenação executiva de cadernos e projetos especiais. Diretora da NProduções, microempresa voltada a projetos culturais. Como pesquisadora, atua no campo das artes visuais e da dança contemporânea. É autora dos livros “Hassis” (2010), “Coletiva de Artistas de Joinville: Construção Mínima de Memória” (2012), “Superlativa Marina” (2017) e “Associação Pró-Música de Florianópolis e Darcy Brasiliano dos Santos: Construção Coletiva de Sentidos” (2020). Coorganizadora do livro “Interlocuções Possíveis: Kosuth e Schwanke” (2017). É vice-presidente e integra o conselho curatorial do Instituto Luiz Henrique Schwanke. Escreve para os sites ArqSC e Conecte Dance.

Serviço

Midiateca de Dança Ação Documental
De 12 a 14 de maio de 2021
Quarta a sexta, às 20h
Local: Virtualmente – No canal Midiateca de Dança do YouTube –  youtube.com/midiatecadedança

Deixe um comentário