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Coletivo de dança PlanoP discute a contemporaneidade com espetáculo PlanoP Circulando

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Criado em 2014, cia de dança utiliza conceitos de sociólogos e cientistas sociais que pesquisam os dias de hoje para criar suas obras. O consumismo, as relações líquidas, a tecnologia e obsolescência são alguns dos temas do coletivo, que faz duas apresentações em São Paulo antes de apresentações em Goiânia e Minas Gerais

Formado por quatro intérpretes-criadores, a cia de dança goiana PlanoP circula pelo Brasil com o espetáculo PlanoP Circulando. O trabalho, contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna/2014, une três peças anteriores dos artistas que dialogam com aspectos caros à contemporaneidade, como consumismo, egocentrismo, tecnologia e relações de descartes materiais e afetivos. A apresentação acontece dias 7 e 8 de outubro, sexta e sábado, às 20h, no Kasulo Espaço de Cultura e Arte. Haverá também um workshop gratuito no dia 8 de outubro, das 9h ao meio-dia. A entrada para o espetáculo custa R$ 20,00. Nos próximos dias, o coletivo circula ainda no Rio de Janeiro (4 e 5 de outubro), Goiânia (9 e 11 de outubro) e Belo Horizonte (21 e 22 de outubro).

Criado em 2014, a partir de experiências vividas no Núcleo Coreográfico Teatro SESI/ UFG, o grupo investiga um pensamento em dança contemporânea que se afasta do convencional. Além de abrirem mão da setorização de atividades e dar a cada integrante autonomia na criação e interpretação das peças, os membros se dividem em outras atividades profissionais: há no PlanoP dois arquitetos (Gabriel Côrtese Nilo Martins), um médico (Guilherme Monteiro) e um bailarino de formação (Gleysson Moreira), que potencializam as diferentes experiências e as transbordam através da poética corporal que ganha unidade em cena.

“A arquitetura e a dança dialogam ao entender o corpo como um espaço que também pode ser ocupado, moldado e transformado a partir do movimento. Esse corpo-espaço reside e transforma o ambiente ao redor. A medicina e o estudo técnico científico do corpo biológico nos faz pensar como a conscientização do corpo altera a forma do interprete dançar”, contam os integrantes do PlanoP.

Sobre o espetáculo PlanoP Circulando

O espetáculo PlanoP Circulando une as propostas centrais de três espetáculos independentes: Visualize-me, Ocobsoleto e Bem te Quero Mal, que foram concebidos na mesma época e têm diversos pontos de contato entre si. O espetáculo se baseia em hipóteses e estudos sociológicos traduzidos para a dança. “Buscamos um corpo articulado, presente e preciso. Esse desenvolvimento foi o que levou a produzir o que chamarmos de tecnologia corporal. É o corpo-máquina preciso, mas sem perder a sensibilidade e volatilidade humana”, contam os integrantes. A trilha sonora – líquida e única, como a proposta das peças – passa por músicas de Graveola e o Lixo Polifônico, Otto, Coco Rosie, Coldplay, 16 Horse Power, Andy Stott, e Hildur Gudnadottir.

O primeiro trabalho, Visualiza-me, criado por Nilo Martins e Gabriel Côrtes, tem movimentos baseados nas interações sociais no meio virtual. O trabalho se apoia em ideias do cientista social Erving Goffman, considerado o sociólogo norte-americano mais influente do século XX, defensor da hipótese de que os seres humanos são atores sociais que representam as interações o tempo todo com o intuito de regular a conduta dos demais.

Ocobsoleto, criado por Gabriel Côrtes e interpretado por Gleysson Moreira, traz no título uma analogia ao estado do que é vazio e da condição de ultrapassado (oco + obsoleto). Além de Gleysson, permanece em palco um intérprete que não se mostra necessário, como se fosse descartável. A coreografia compartilha ideias do livro Modernidade Líquida, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que utiliza com frequência a analogia do estado líquido para se referir às fragilidades e a volatilidade do comportamento humano.

Bem te Quero Mal, criado por Gleysson Moreira e interpretado por ele e Guilherme Monteiro pesquisa as relações das forças contrárias que se opõe sob o signo de repulsão e atração. O duo tem provocações e partilhas de amor e ódio – características fundamentalmente humanas – e busca o que há de semelhante nos opostos.

Sobre o workshop

O PlanoP oferece ainda uma oficina teórica e prática em que discute e pratica os métodos de criação e consciência corporal. O objetivo é difundir e fortalecer o cenário criativo das cidades envolvidas na circulação, além de proporcionar as experiências de liquidez vividas em cena pelos intérpretes. A oficina será realizada no Kasulo Espaço de Cultura e Arte, dia 8 de outubro, sábado, das 9h ao meio dia. Os interessados podem acessar a página do grupo no Facebook www.facebook.com/PlanoPcirculando, enviar e-mail paraplanopcirculando@gmail.com com o assunto Inscrição para Oficina Plano P ou ligar/enviar WhatsApp para (62) 9.9990-7490.

FICHA TÉCNICA

Concepção: Gabriel Côrtes, Gleysson Moreira, Guilherme Monteiro e Nilo Martins.
Intérpretes-criadores: Gabriel Côrtes, Gleysson Moreira, Guilherme Monteiro e Nilo Martins.
Concepção de Iluminação: Gabriel Côrtes, Gleysson Moreira e Nilo Martins.
Provocadores cênicos: Daniel Calvet, Rafael Guarato e Renata Lima.
Produção Executiva: Giselle Carvalho.
Assessoria em Figurino: Amanda Marques.
Apoio: Núcleo Coreográfico Teatro SESI Goiás e Graduação em Dança Universidade Federal de Goiás 2014, Espaço Quasar, SESC-RJ Copacabana, Allegro Studio de Dança.
Material Gráfico: Gabriel Côrtes.
Realização: Este projeto foi contemplado pelo Prêmio FUNARTE de Dança Klauss Vianna/2014.

SERVIÇO

PlanoP Circulando
Coletivo de Dança PlanoP
Dias 07 e 08 de outubro de 2016
Sexta e sábado, às 20h
Local: Kasulo Espaço de Cultura e Arte
Rua Souza Lima 300 B – Barra Funda – São Paulo/SP.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
Capacidade: 35 lugares.
Duração: 50 minutos.
Classificação: Livre