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23º Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco

Vivemos tempos turbulentos. E a 23ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco, de 12 a 29 de janeiro de 2017, acontecendo no Recife e e m Caruaru, não poderia ficar omissa a esta terrível situação. Por isso, um certo viés político permeia grande parte da programação 2017 com produções que trazem temas que estão em pauta na atualidade, como a democracia sendo golpeada assustadoramente e conservadorismos e fascismos que nos rondam cada vez mais, ou trazem de volta questões que repensam o Brasil de ontem, e suas personagens símbolo, em diálogo com o hoje. Realizado pela Apacepe (Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco), através dos produtores Carla Valença, Paula de Renor e Paulo de Castro, o Janeiro de Grandes Espetáculos também vive um momento difícil, quando conta apenas com o incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, através do Funcultura, co-patrocínio da Prefeitura do Recife e apoio do SESC Pernambuco. O orçamento apertado é de R$ 400 mil (no ano passado, R$ 900 mil foram captados), mas o evento conta com a parceria dos artistas para sua realização.

Tanto que 58 produções diferentes estão confirmadas nesta programação, entre teatro adulto, teatro para a infância, dança, circo, shows musicais e duas leituras dramatizadas. Há ainda o lançamento de um acervo online do Balé Popular do Recife e um vídeo documentário, uma exposição de quadros do artista Cleusson Vieira, três oficinas e um workshop, isto sem contar a programação paralela que reúne mais dez espetáculos ou performances diferentes, com destaque à estreia de “A Gaivota”, de Tchékhov, por atores-alunos do Curso de Interpretação para Teatro do SESC Piedade e mostras no Espaço O Poste, Teatro Mamulengo e Espaço Cênicas, três saraus de artes, do Grupo de Teatro João Teimoso, e o lançamento de uma videodança e pesquisa da Cia. Etc. O festival ocupará 14 teatros/espaços culturais diferentes entre Recife e Caruaru. Os ingressos, a preços bem variados, podem ser adquiridos antecipadamente pelo site www.compreingressos.com (Tel. (81) 2626.2605), ou na Central de Vendas que funcionará no Teatro de Santa Isabel, diariamente das 9 às 16h, dias antes do evento. Maiores informações na Apacepe: (81) 3421.8456 ou www.janeirodegrandesespetaculos.com.

O ator, produtor teatral e mamulengueiro Sebastião Alves, o Sebá, natural de Sertânia mas cidadão de Caruaru, é o grande homenageado desta edição e ele estará atuando na peça de estreia do festival, a tragicomédia “Olha Pro Céu, Meu Amor”, do saudoso dramaturgo e diretor Vital Santos, com o Grupo Feira de Teatro Popular, que vem especialmente da capital do Agreste. A obra trata do sonho de vencer como migrante. Ainda para adultos, o Coletivo Angu de Teatro apresenta “Ossos”, sobre o compromisso de um escritor gay com os restos mortais de seu amante; e tem ainda “Puro Lixo, o Espetáculo Mais Vibrante da Cidade”, que celebra o Grupo de Teatro Vivencial, ícone da irreverência dos anos 1970, em encenação de Antonio Cadengue. Já “A Rã”, da Cia. Animatos Invictus, de Olinda, traz o medo como mola propulsora de uma encenação onde o público se vê coagido por paredes que se mexem; a atriz Soraya Silva interpreta “Olhos de Café Quente”, tratando da presença feminina negra, assim como Agrinez Melo em suas “Histórias Bordadas em Mim”. Por sua vez, “A Mulher Monstro”, com o ator José Neto Barbosa, da S.E.M. Cia. de Teatro, aborda a atualidade político-social do Brasil através de uma burguesa intolerante.

Também com vieses políticos são duas produções do Coletivo Grão Comum e Gota Serena: “pa(IDEIA) – Pedagogia da Libertação”, que narra a prisão do professor Paulo Freire em 1964, o Brasil de hoje e as contradições da educação como temas centrais da obra; e “h(EU)stória – o tempo em transe”, que desvela o universo apocalíptico, caótico e profético do cineasta Glauber Rocha. Também com crítica aguda, mas divertida, “O Mascate, a Pé Rapada e os Forasteiros”, pela Cia. de Artes Cínicas Com Objetos, do município do Paulista, dialoga com o teatro de objetos para narrar desventuras das cidades de Olinda e Recife em tempos de outrora. Já a Dispersos Cia. de Teatro monta sua colorida lona em “Severinos, Virgulinos e Vitalinos”, revelando a saga de dois filhos de artistas circenses que partem em buscar dos pais.

Entre convidados de outros estados, o solo “OE”, de Eduardo Okamoto (SP), com dramaturgia inspirada na obra do escritor japonês Kenzaburo Oe, aborda o tema da morte e das experiências acumuladas entre um pai e seu filho com deficiência; “Stereo Franz”, do coletivo [pH2]: estado de teatro (SP), revela os problemas de um homem que é incapaz de argumentar qualquer coisa a seu favor; enquanto que “Cabaré da Humanidade”, da Niño de Artes Luiz Mendonça (RJ), é uma comédia musical com a atriz Ilva Niño, de 83 anos, em destaque e que resgata a estrutura do teatro de revista crítico e bem humorado sobre a atualidade brasileira. Há ainda uma das atrações mais aguardadas, o musical “O Avesso do Claustro”, da Cia. do Tijolo (SP), espécie de missa profana e poema, celebração da utopia e da canção, que revela um pouco do legado de Dom Helder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, ainda na possibilidade de imaginar novos mundos possíveis em tempos obscuros.

Como opções para a meninada, a cidade de Petrolina marca presença com a Cia. Biruta na peça “Chico e Flor Contra os Monstros na Ilha do Fogo”, desvendando lendas e histórias encantadas do Rio São Francisco; “Vento Forte Para Água e Sabão”, da Companhia Fiandeiros de Teatro, do Recife, musical sobre as aventuras de uma medrosa bolha de sabão pelo mundo; e “”Brinquedos & Brincadeiras”, da Chocolate Produções Artísticas, sobre sonhos, medos e desejos de um grupo de crianças em meio a jogos e brinquedos. Na categoria dança, o evento conseguiu reunir “Dúvido”, da Companhia Sopro-de-Zéfiro, do município do Jaboatão dos Guararapes, abordando o que nos espera após o fim (se há um fim); “Enchente”, provocação de Flávia Pinheiro sobre catástrofes migratórias tendo como mote um conto do escritor Hermilo Borba Filho; a Cia. Etc. tirando sarro com “Os Superficiais” e este mundo de cópias na mídia; o Balé Popular do Recife com o clássico “Nordeste, a Dança do Brasil” em noite de celabração dos seus 40 anos, com lançamento do acervo online e um vídeo documentário pelas pesquisadoras Christianne Galdino e Carla Navarro; o Bacnaré (Balé de Cultura Negra do Recife) celebrando seus 31 anos de resistência na dança afro; “Segunda Pele”, do Coletivo Lugar Comum, discutido padrões vigentes em nossa sociedade; e “Tijolos de Esquecimento”, com o Acupe Grupo de Dança mergulhando nas personagens deste universo urbano e solitário.

Ainda há estreias nesta edição (são dez no total), com as peças “Alguém Pra Fugir Comigo”, do Resta 1 Coletivo de Teatro, que liquidifica temas urgentes deste planeta caótico; “Martelada”, solo do ator e escritor Cláudio Ferrário vivendo um velho Mateus de cavalo-marinho já afastado da brincadeira; “DORalice”, da Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança, abordando um tema difícil para a infância, o abuso sexual intra-familiar, sem texto falado; “Terror e Miséria no Terceiro Reich – O Delator”, obra clássica de Bertolt Brecht, sob direção de José Francisco Filho, da Circus Produções Artísticas, com os atores Germano Haiut e Stella Maris Saldanha interpretando um casal de classe média em busca do filho que saiu de casa, exatamente quando a Alemanha vive a opressão do ditador Hitler; e os espetáculos de dança “Microclima”, com Iara Campos; “Grito”, do Coletivo Soma; e “Amor, Segundo as Mulheres de Xangô”, este último um solo de Maria Paula Costa Rêgo comemorando os 20 anos de criação do Grupo Grial em pesquisa no universo afro contemporâneo.

Em seu caráter internacional, o JGE abrirá uma “Janela Portuguesa” com a presença de produções que vêm das cidades de Lisboa e Valongo. Com destaque aos 45 anos de atuação do grupo Comuna Teatro de Pesquisa, dirigido pelo encenador português João Mota em Lisboa, uma das mais importantes companhias do teatro lusitano e que começa pelo Brasil esta celebração, três dos seus espetáculos permeiam a programação: “Do Desassossego”, que destaca a escrita de Fernando Pessoa; “Homenagem a João Villaret”, celebração de um artista do teatro de revista à portuguesa; e “Bão Preto”, libelo de esperança voltado às crianças a partir dos seis anos. O encenador João Mota e o ator Carlos Paulo, ambos do Comuna Teatro de Pesquisa, ministrarão oficinas. Outra obra portuguesa com foco na infância é “O Príncipe Feliz, Oscar Wilde”, de Paulo Lage, também de Lisboa, que trata da impossibilidade do amor através de uma andorinha em migração para o Egito. E tem ainda “O Churrasco”, solo do ator e encenador Júnior Sampaio, do ENTREtanto TEATRO, de Valongo, que interpreta um estranho churrasqueiro cujo destino é aguardar a chegada da carne, assim como as personagens de Beckett esperam Godot. Como representante circense, “Picadeiro Pernambuco – A Tradição Milenar”, do Centro Carcará, do Cabo de Santo Agostinho, reúne diversos números circenses ao som de uma banda tocando ao vivo; e como convidado do Festival Estudantil de Teatro e Dança, “Viva La Vida”, do Coletivo Multus, espetáculo de teatro performático a partir do universo da pintora mexicana Frida Kahlo.

Na programação musical, shows de Josildo Sá e seus “Sons da Latada”; o poético “Porcelana”, com Alaíde Costa e Gonzaga Leal; Cristina Amaral cantando Núbia Lafayette; um tributo, por vários amigos, ao saudoso forrozeiro Accioly Neto; “Estesia”, produção marcada por processamentos eletrônicos em diálogo com a luz; Dalva Torres e Xico de Assis celebrando o compositor Antônio Maria; a intérprete Sheyla Costa “na pele” de Elis Regina, entre outras facetas da música franco-brasileira; Margareth Menezes em “Mestres do Mundo”, homenageando Sivuca, Dominguinhos e Luiz Gonzaga, com participação do sanfoneiro Beto Hortis; uma noite psicodélica com dobradinha de Zé da Flauta e a legendária banda Ave Sangria; Romero Ferro com o seu elogiado disco pop “Arsênico”; além da Spok Quinteto, Elyanna Caldas e Claudionor Germano, numa única sequência, em noite “Mistura Fina”; e o inédito show “Angu de Canções”, que reúne Juliano Holanda e atores do Coletivo Angu. Por fim, a inédita “Três Tristes Gregas…”, de Moisés Neto, e “Medéa – O Evangelho”, de Albemar Araújo, são as opções de leituras dramatizadas no Teatro Arraial Ariano Suassuna. Ou seja, um festival para agradar a todos os gostos!

Importante destacar também que o JGE volta a acontecer em Caruaru, graças a uma parceria com o SESC Pernambuco, ocupando o Teatro Rui Limeira Rosal, no SESC Caruaru, entre 20 e 28 de janeiro de 2017, com as produções “Cabaré da Humanidade”, do Niño de Artes Luiz Mendonça (RJ), trazendo o molejo carioca à irreverência do teatro de revista atualizado; “O Churrasco”, da ENTREtanto TEATRO (Valongo/Portugal), com o ator Júnior Sampaio; “Saudosiar… A Noite Insone de Um Palhaço…”, da Paulo de Castro Produções Artísticas e Fafe Cidade das Artes, solo do multiartista Walmir Chagas; “Angelicus Prostitutus”, com o Grupo Matraca de Teatro e SESC Piedade; e a peça caruaruense “Olha Pro Céu, Meu Amor”, do Grupo Feira de Teatro Popular, encerrando a grade de lá como parte das homenagens ao artista Sebá.

Abaixo segue a programação de dança, para conferir a programação completa do festival acesse o site www.janeirodegrandesespetaculos.com.

PROGRAMAÇÃO DANÇA

Foto: Rogério Alves/Divulgação

Tijolos de Esquecimento
Acupe Grupo de Dança (Recife/PE)
Teatro Hermilo Borba Filho
Dia 13 de janeiro de 2017 (sexta-feira), 20h
R$ 30 e R$ 15
Duração: 50 min.
Classificação etária: a partir dos 18 anos

Uma imersão no imaginário urbano a partir da obra “Cidades Invisíveis”, do escritor italiano Ítalo Calvino, onde a cidade deixa de ser um conceito geográfico para se tornar o símbolo complexo e inesgotável da existência humana. A memória, as identificações, as disputas, as ruas, becos e esquinas, o afeto, o abandono, a transgressão e as contradições estão neste trânsito congestionado, desordenado, pertencente ao espaço urbano.

Direção: Paulo Henrique Ferreira
Coreografias: O grupo em processo colaborativo
Direção de arte: Marcondes Lima
Dramaturgia e texto: Flávia Gomes
VJ e criação de vídeos: Alberto Saulo
Sonoplastia: Rodrigo Porto Cavalcanti
Iluminação: Luciana Raposo
Intérpretes-criadores: Anne Costa, Henrique Braz, Jadson Mendes, Silas Samarky e Valéria Barros

Foto: Fernando Azevedo/DIvulgação

Bacnaré: 31 Anos de Resistência
Balé de Cultura Negra do Recife (Bacnaré) (Recife/PE)
Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Dia 15 de janeiro de 2017 (domingo), 19h
R$ 20 e R$ 10
Duração: 1h20
Classificação etária: a partir dos 10 anos

O Balé de Cultura Negra do Recife (Bacnaré) traz para o palco um espetáculo impactante com a essência da matriz africana cenicamente preservada, proporcionando ao público uma experiência sensorial única e inesquecível. A obra coreográfica, com trilha sonora ao vivo e cenas de quatro montagens anteriores, “Plural Brasil”, “Sangue Africano”, “Sons da África” e “Memórias”, mostra um pouco das histórias de luta para manter a cultura negra e popular sempre viva na cabeça e no coração das pessoas.

Direção: Tiago Batista Ferreira
Coreografias: Antônia Batista e Tiago Batista Ferreira
Figurinos: Antônia Batista
Assistência de figurinos: Gustavo Gomes, Heloneide da Silva, Jaqueline Pascoal e Júlio Roberto
Confecção e adereços: O elenco
Produção: Camila Moraes de Oliveira e Tiago Batista Ferreira
Músicos: Caio César da Silva, Carlos Alberto da Silva, José Rinaldo Alves e Márcio da Silva
Bailarinos: Alessandro Bernardino de Albuquerque, Alexsandro de Oliveira, Alzenita Alves, Camila Moraes de Oliveira, Elexsandro Lopes, Emille de Souza, Everton de Lima, Gláucia Conti, Gustavo Gomes, Heloneide da Silva, Janaína Ramos, Jaqueline Pascoal, José Rinaldo Alves, Juan Nascimento, Júlio Roberto, Kassandra Leite, Islene dos Santos, Leandro da Silva, Mickaella de Melo, Milena da Silva, Mirela da Silva, Raquel dos Santos, Sandro Pascoal, Reginaldo de Miranda, Thamires Bezerra, William da Costa e Rosendo Francisco
Para sempre presente no coração de todos: Ubiracy Ferreira

Foto: Danilo Galvão/Divulgação

Microclima
Iara Campos (Recife/PE)
Teatro Arraial Ariano Suassuna
Dias 17 e 24 de janeiro de 2017 (terças-feiras), 20h
R$ 20 e R$ 10 para cada sessão – ESTREIA
Duração: 45 min.
Classificação etária: a partir dos 12 anos

A partir da dança, uma visão sobre estar numa cidade que parece o cenário de um filme distópico: ilhas de calor insuportáveis, trânsito caótico, a natureza que é menosprezada aumentando o mal-estar físico e mental, uma população vítima das políticas públicas e agente das suas próprias escolhas… Como disse René Char: “Movo-me numa paisagem onde revolução e amor fazem discursos desconcertantes”.

Concepção: Iara Campos e Sebastião Soares
Direção: Sebastião Soares
Música original: Júlio Morais
Figurino: Carlito Person
Design de luz: Eron Villar
Intérprete: Iara Campos

Foto: Drailton Gomes/Divulgação

Os Superficiais
Cia. Etc. (Recife/PE)
Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Dia 18 de janeiro de 2017 (quarta-feira), 19h
R$ 30 e R$ 15
Duração: 1h30
Classificação etária: livre

O irreverente espetáculo propõe um jogo ou uma brincadeira que aposta na tão recorrente exposição pessoal, na cópia compartilhada como original, na velocidade e volume da informação, na superficialidade do conteúdo, na interrupção das ações e na dificuldade de manter um só foco de atenção. Do balé de repertório, carnaval, ao programa de auditório, os superficiais vão misturando, interrompendo, passando por cima, juntando destroços e espalhando confetes em cima disso tudo que compõe nossas memórias.

Direção e trilha sonora: Marcelo Sena
Cenografia: Cia. Etc.
Figurinos: Marcondes Lima
Costura de figurino: Maria Lima
Adereços: Álcio Lins
Consultoria musical: Caio Lima
Vídeo-documentário: Filipe Marcena
Produção: Hudson Wlamir
Elenco: Elis Costa, José W. Júnior, Marcelo Sena e Renata Vieira

Foto: Ju Brainer/Divulgação

Segunda Pele
Coletivo Lugar Comum (Recife/PE)
Teatro Hermilo Borba Filho
Dia 20 de janeiro de 2017 (sexta-feira), 20h
R$ 40 e R$ 20
Duração: 1h
Classificação etária: a partir dos 18 anos

Quantas peles habitam nosso corpo? Pêlo, casca, casa, cidade, olhar, pudor, prazer, cortes, avessos, toques, sorrisos, sons, leite, vento, chuva, memórias. Este espetáculo leva para a cena corpos em troca de peles, em transformação, em desnudamentos, movimentando entendimentos sobre a diversidade de corpos, pelas infinitas possibilidades do ser, e por tudo que ainda precisa ser discutido sobre padrões vigentes em nossa sociedade.

Concepção: Liana Gesteira, Maria Agrelli, Maria Clara Camarotti, Renata Muniz e Sílvia Góes
Preparação corporal: Sílvia Góes
Concepção e criação de figurino: Juliana Beltrão, Maria Agrelli e Maria Ribeiro
Execução de figurino: Xuxu e Fátima Magalhães
Colaboração na execução de figurino: Ilka Muniz e Maria Lima
Trilha sonora original: Rua (Caio Lima e Hugo Medeiros) + convidados (Cyro Morais e Paulo Arruda) + letra de Sílvia Góes
Criação e operação de iluminação: Luciana Raposo
Assistente de iluminação e cenotécnico: Sueides Leal (Pipia)
Execução de cenário: Gustavo Araújo e Marcos Antônio
Produção geral: Vi Laraia
Vídeo: Ju Brainer e Tuca Soares
Intérpretes-criadoras: Liana Gesteira, Maria Agrelli, Maria Clara Camarotti e Renata Muniz

Foto: André Nery/Divulgação

Amor, Segundo as Mulheres de Xangô
Grupo Grial (Recife/PE)
Teatro Hermilo Borba Filho
Dias 21 e 22 de janeiro de 2017 (sábado e domingo), 20h e 18h respectivamente,
R$ 20 e R$ 10 para cada sessão – ESTREIA
Duração: 53 min.
Classificação etária: livre

Em comemoração aos 20 anos de história do Grupo Grial e partindo de um estudo chamado “Um Corpo Que Conta”, desdobramentos de uma caligrafia corporal com cerne nas tradições populares, esta peça coreográfica mergulha nas mitologias que habitam os rituais de herança africana, mais especificamente naquelas sobre o amor de Iansã, Oxum e Obá por Xangô, poesia afro-brasileira. Sem ser um espetáculo de demonstração ritualística, guarda elementos vindos diretamente dos seus lugares de origem, porque possuem uma inerente contemporaneidade.

Intérprete-criadora: Maria Paula Costa Rêgo
Direção: Eric Valença
Trilha sonora: Tarcísio Resende
Figurino: Gustavo Silvestre

Foto: Style Brasil/Divulgação

Memória em Cena – Balé Popular do Recife 40 Anos
Balé Popular do Recife (Recife/PE)
Teatro de Santa Isabel
Dia 22 de janeiro de 2017 (domingo), 19h
R$ 40 e R$ 20
Duração: 1h30
Classificação etária: livre

Dividida em 2 atos, uma noite para homenagear e vivenciar a história desta que é uma das mais importantes companhias de dança de Pernambuco e do Brasil. Pioneiro na criação de uma linguagem e uma metodologia de ensino, a partir das manifestações da cultura popular nordestina, o Balé Popular do Recife formou gerações inteiras de bailarinos e coreógrafos que continuam a perpetuar tanto dançar. No 1º ato desta celebração, as produtoras Carla Navarro e Christianne Galdino vão lançar o acervo online e um vídeo documentário da equipe, frutos de pesquisa contemplada no Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014. No 2º ato, o elenco atual do Balé Popular do Recife entra em cena com um compacto do seu emblemático espetáculo “Nordeste, a Dança do Brasil”, retrato dançado dos feitos encantadores desses guerreiros da dança brasileira.

Projeto Balé Popular do Recife 40 Anos – Estruturação de Acervo e Pesquisa Documental Interativa
Coordenadoras da Pesquisa: Carla Navarro e Christianne Galdino
Pesquisadores: Pedro Pernambuco e Carmen Queiroz
Direção cênica e coreografia: André Madureira
Assistente de direção: Angélica Madureira
Direção geral: Ângela Fischer
Direção técnica e concepção de iluminação: Marconi Stylebrasil
Trilha sonora: Antúlio Madureira e Antônio Madureira
Figurinos: Lourdes Madureira e Ângela Fischer
Cenário: Walmir Chagas
Operação de luz: José Caetano
Elenco: Angélica Madureira, Andreina Kelly, Cinthya Santos, Marcella Filgueira, Simone Santos, Tita Pereira, Rejane Quitéria, Renata Vieira, Márcio Nascimento, Guilherme Torre, Jefferson Arruda, Marconi Stylebrasil e Júlio Silva

Foto: Fernando Azevedo/Divulgação

Dúvido
Companhia Sopro-de-Zéfiro/Cecília Brennand (Jaboatão dos Guararapes/PE)
Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Dia 25 de janeiro de 2017 (quarta-feira), 20h
R$ 30 e R$ 15
Duração: 1h
Classificação etária: livre

Este trabalho coreográfico em dança contemporânea explora a intuição e o mistério do universo impalpável, abstrato e transcendente, no qual, além da alma, há o vazio de não saber o que nos espera após o fim. A obra aguça questionamentos sobre a vida além da vida e provoca reflexões sobre um começar de novo onde o reencontro torna-se possível.

Direção geral: Cecília Brennand
Concepção, coreografia e direção artística: Ana Emília Freire
Assistente de direção: Carla Machado
Plano e operação de luz: Cleison Ramos
Coordenação de produção: Deborah Priston Carruthers
Produção executiva: Vânia Oliveira
Elenco: Alyne Firmo, Carlos Canto, Julyanne Rocha, Karla Cavalcanti, Lidy Bergman, Luzii Santos, Madson Erick, Rodolpho Silva, Rodrigo Gomes, Silas Samarky, Thiago Barbosa, Natália Jonas, Gabriel Ramos, Amanda França, Jonas Alves e Laís Roselli

Foto: Danilo Galvão/Divulgação

Enchente
Flávia Pinheiro (Recife/PE)
Teatro Hermilo Borba Filho
Dia 26 de janeiro de 2017 (quinta-feira), 20h
R$ 30 e R$ 15
Duração: 45 min.
Classificação etária: a partir dos 16 anos

O trabalho propõe a realização de um estudo transdisciplinar que articula o conto “A Enchente”, de Hermilo Borba Filho, à performance e ao vídeo. A enchente é a metáfora para as catástrofes humanas atuais: migratórias e econômicas, a globalização da indiferença e o fracasso do mundo capitalista desenvolvido.

Concepção, direção e dramaturgia geral: Flávia Pinheiro
Diretor de arte: Guilherme Luigi
Dramaturgia corporal: Maria Paula Costa Rêgo
Desenho de luz: Pedro Vilela
Desenho sonoro e vídeo: Leandro Olivan
Performers: Gardênia Coleto, Marcela Aragão e Marcela Felipe

Foto: Rafael Bandeira/Divulgação

Grito
Coletivo Soma (Recife/PE)
Espaço Experimental
Dias 27, 28 e 29 de janeiro de 2017 (sexta-feira, sábado e domingo), 20h na sexta e sábado, 19h no domingo
R$ 20 e R$ 10 para cada sessão – ESTREIA
Duração: 45 min.
Classificação etária: a partir dos 18 anos

Quantas mortes cabem numa vida? Quantas falas ainda permanecem mudas? Este espetáculo parte da troca, do atravessamento e dos questionamentos sobre o lugar e entendimento da mulher na sociedade. Quais os papeis e conceitos que engessam a questão do gênero, da identidade, do comportamento social e da violência sofrida pelas mulheres diariamente? Nosso lugar de fala é do palco para o mundo. Mas não queremos só dizer. Queremos ser ouvidas. Porque somos um corpo maior.

Concepção: Coletivo Soma
Direção e orientação coreográfica e dramatúrgica: Lilli Rocha
Orientação da pesquisa teórica: Kiran Gorki
Orientação da pesquisa corporal: Henrique Lima
Desenho de luz: Saulo Uchôa
Vídeos: Dani Neves
Edição: Xico Pessoa
Intérpretes-criadoras: Anne Costa e Marta Guimarães

AÇÕES PARALELAS

Lançamento da videodança e resultados da pesquisa “Sobreposição: Estéticas Convergentes do Corpo na História da Dança e do Cinema”, com a Cia. Etc.
Artistas-pesquisadores: Elis Costa, Filipe Marcena, José W Júnior, Marcelo Sena, Renata Vieira, Edson Vogue e Germana Glasner. Produção: Hudson Wlamir
Sala Multimídia da Caixa Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero, Bairro do Recife), dia 28 de janeiro de 2017 (sábado), das 16 às 18h, entrada franca

LOCAIS

Teatro Hermilo Borba Filho
Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife/Recife
Tel: +55 81 3355.3321 / 81 3355.3319

Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Av. Boa Viagem, s/n, Boa Viagem/Recife
Tel: +55 81 3355.9821

Teatro Arraial Ariano Suassuna
Rua da Aurora, 457, Boa Vista/Recife
Tel: +55 81 3184.3057

Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Rua Treze de Maio, 455, Santo Amaro/Recife
Tel: +55 81 3216.1728

Teatro de Santa Isabel
Praça da República, s/n, Santo Antônio/Recife
Tel: +55 81 3355.3322

Espaço Experimental
Rua Tomazina, 199, Bairro do Recife/Recife
Tel: +55 81 3224.1482

Caixa Cultural Recife
Avenida Alfredo Lisboa – Praça do Marco Zero, 505, Bairro do Recife/Recife
Tel: +55 81 3425.1906