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10ª Edição da Bienal SESC de Dança – Programação Completa

Festival acontece na cidade de Campinas (SP) trazendo uma mostra da Dança Contemporânea nacional e internacional. Nomes novos e consagrados compõem 67 atividades, entre espetáculos, performances, intervenções, instalações, ações formativas, oficinas, residências, exibição de filmes e lançamentos de livros.

Do micromovimento a explosões coreográficas. De performances solo a grandes grupos com os mais variados objetos de interesse, da rua ao teatro. A 10 ª edição da BIENAL SESC DE DANÇA leva a Campinas – entre 14 e 24 de setembro – uma mostra da diversa produção nacional e internacional da Dança Contemporânea. A realização é do Sesc Campinas com apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a SOCICAM.

A maratona de dança tem início com o espetáculo Do desejo de horizontes (Du désir d’horizons), do país africano de Burkina Faso – dia 14 de setembro, às 20h no Sesc Campinas. Dirigido pelo coreógrafo Salia Sanou, que vive entre a França e a África e inspirado nos ateliês de dança conduzidos em campos de refugiados africanos, a coreografia é um convite à reflexão sobre a condição do exílio interior que cada um carrega dentro de si.

Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc em São Paulo, “a Bienal Sesc de Dança tem como proposição expandir as relações com a dança contemporânea e as reflexões que ela pode suscitar”. Exaltando a tríade de difusão, estímulo e diálogos sobre a qual o Sesc fundamenta seu trabalho no campo das manifestações artísticas, Miranda complementa “as parcerias, como as mantidas com a Prefeitura Municipal de Campinas, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e outros parceiros públicos e privados, enaltecem uma forma de concretizar esse envolvimento, também estimulado por ações programáticas realizadas pelo Sesc ao longo do tempo. As ocupações pelo mobiliário urbano insinuam o convite, e sinalizam a presença da bienal, tornando-se uma marca registrada do acontecimento no corpo da cidade”.

Berço da mais tradicional graduação em Dança do Estado de São Paulo, na Unicamp, Campinas se estabeleceu como sede da Bienal em 2015, após oito edições na cidade de Santos (de 1998 a 2013), recebendo mais de 60 mil visitas de pessoas interessadas pela programação. Nesse ano, a cidade receberá 67 atrações, distribuídas entre espaços do Sesc Campinas e da Universidade, aparelhos culturais como Teatro Castro Mendes, Estação Cultura, Museu da Imagem e do Som e Armazém CIS Guanabara, além de áreas públicas como ruas, praças e até mesmo a rodoviária municipal.

A curadoria do festival, formada por Claudia Garcia, Wagner Schwartz, Fabricio Floro e Claudia Müller, selecionou os artistas/obras, entre 799 inscritos de 32 países, sempre com a proposta de apresentar a multiplicidade do universo da dança e seus hibridismos com outras expressões artísticas, fomentando a produção e ajudando no desenvolvimento de novas criações, enquanto estreita o relacionamento com o público e amplia seu acesso.

Estreias mundiais

Serão seis atrações internacionais (Uruguai, Argentina, Burkina Faso, Itália, Bélgica e Japão) e 61 nacionais representados pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Bahia e Piauí. Dessas, oito estreias nacionais (espetáculos nunca apresentados no Brasil) e três estreias absolutas (inéditas no mundo todo).

Além do espetáculo de abertura de Burkina Faso, estreia também no Brasil FOLKS – Você Ainda me Amará Amanhã? (Will you steal love me tomorrow?), do italiano Alessandro Sciarroni, que revisita a dança folclórica tirolesa Schuhplattler (literalmente “bater o sapato”), presente na fronteira da Itália com a Áustria, para refletir sobre o tempo e o legado da cultura, e Big Bang, concerto de dança contemporânea uruguaio dirigido por Andréa Arobba que conta com trilha sonora executada ao vivo e aparatos tecnológicos que exploram como temas a física e a cosmologia.

Entre as apresentações nacionais, os destaques ficam por conta das estreias de Dança Doente, de Marcelo Evelin, que apresenta a impactante mistura da dança Butô com os movimentos do candomblé, e Título em Suspensão, o novo solo de Eduardo Fukushima, que dá continuidade à sua pesquisa sobre a sutileza e precisão do movimento. Quase sempre sentado no chão sob um facho de luz, o artista encena uma coreografia minimalista, minuciosa e precisa, enquanto maneja pedras, paus e chocalhos ao som de ruídos de avalanches e assovios.

Novo campo de linguagem

A BIENAL SESC DE DANÇA ao mesmo tempo em que sugere um resgate à memória do corpo e da dança, apresenta a potência de um presente urgente que dialoga com novas militâncias sociais, políticas, de gênero e estéticas, configurando um novo campo de linguagem que aponta para o futuro, com esperança e também preocupação com o que virá.

Prova disso é Para que o céu não caia, espetáculo da companhia carioca dirigida por Lia Rodrigues, coreógrafa presente desde o primeiro evento e que, nessa edição, traz à tona o mito do fim do mundo, relatado pelo xamã yanomami Davi Kopenawa. “Como imaginar formas de continuar e agir? O que cada um de nós pode fazer para, a seu modo, segurar o céu? Dançar para segurar o céu é o que podemos fazer!”, afirma a artista.

Outro exemplo é Protocolo Elefante, resultado de uma longa pesquisa sobre o tema da continuidade e um exercício de sobrevivência e de busca de sentido para estar junto e continuar atuando coletivamente, e que comemora os 20 anos de atividade do grupo catarinense Cena 11. Colocando em cena a sensação de isolamento, o grupo questiona noções de pertencimento e identidade.

Já Fio do Meio, montagem em construção do carioca Paulo Emilio Azevedo e sua Cia Gente com coprodução do Sesc SP, usa a rua como palco e percurso de experimentação, lidando com o elemento do “inusitado”. O trabalho representa, também, uma aposta da Bienal em assumir, junto aos artistas, os riscos de uma estreia em via pública.

A programação contempla também o público infantil, com as apresentações da performance Máquina de Desenhar, de Michel Groisman e Alex no País do Lixão (Alex aux pays des poubelles), da brasileira radicada na Bélgica Maria Clara Villa Lobos.

Artistas da dança de Campinas

Como a experiência coreográfica pode tratar da memória da dança? Os diretores Neto Machado e Jorge Alencar evocam essa questão ao articular movimento, palavra e legado em Biblioteca de Dança, que estreia na BIENAL SESC DE DANÇA. Na instalação/ ação, os artistas ocupam uma biblioteca como espaço cênico e transformam seus corpos em livros. Como volumes em estantes, artistas ligados à dança ficam disponíveis e recebem o público em uma mesa com poucas cadeiras para compartilhar “capítulos” de obras que marcaram suas vidas por meio de “contações coreográficas” de até 15 minutos.

Nessa primeira ativação, a Biblioteca de Dança contará apenas com artistas de dança da cidade de Campinas, com uma cena bem variada. O trabalho permite que dois interesses de experimentação caminhem juntos: o de pesquisar novos modos de entender as produções e suas possibilidades e o de documentar de forma ativa e criativa a história da dança.

Cinema e residências

O festival também se propõe a contribuir com o compartilhamento de experiências, técnicas e culturas entre artistas. Dirigidas a estudantes e profissionais do corpo em geral, ações formativas entram na programação com diversos campos de interesse e pesquisa, a partir de um número limitado de inscrições prévias de acordo com cada atividade.

Destaque para as exibições dos documentários Paris is burning (EUA, 1990, vencedor de “Melhor Documentário” dos festivais de Berlim e Sundance em 1991) e Strike a pose (EUA, 2017). Após os filmes, o dançarino e coreógrafo norte-americano José Gutierrez, retratado em ambos, participa de um bate-papo sobre a dança voguing, as contradições entre o glamour e diversão dos bailes versus a realidade de preconceitos e marginalização a que muitos dos entrevistados eram expostos fora deles, a importância dos dançarinos no empoderamento de outras pessoas, questões como estigma, apropriação cultural, mercado e identidade. Gutierrez também ministra uma oficina no Ginásio da Unicamp.

O público da BIENAL SESC DE DANÇA também poderá fazer parte de dois espetáculos com a abertura de vagas para as residências de criação, onde será convidado a participar de processos formativos a fim de atuar como intérprete das apresentações durante o festival.

Luiz de Abreu, diretor do espetáculo O Lago das Bicicletas, conduz uma residência para pessoas da comunidade e artistas ampliarem sua prática de bicicleta BMX dentro de um universo artístico. Os participantes colocarão em prática seus aprendizados compondo o corpo de baile da performance, que une dança contemporânea, bicicletas BMX e o balé O Lago dos Cisnes.

As artistas Izabelle Frota, Cleyde Silva e Yang Dallas, do piauiense Núcleo do Dirceu, também selecionarão participantes para o Rasha Show, que provoca os presentes a entrarem nas batalhas de break dance. A convocatória está aberta para b.boys, b.girls, dançarinos de wacking, passinho e outros artistas interessados em questões de gênero.

Completam a programação workshops, laboratórios de criação, mesas de debates, instalações, residências e lançamentos de livros alusivos ao tema.

PROGRAMAÇÃO

ESPETÁCULOS ADULTOS (por ordem de apresentação)

DO DESEJO DE HORIZINTES (Du Désir d’Horizons) | Salia Sanou (Burkina Faso)

Inspirado por oficinas de dança desenvolvidas em campos de refugiados na África, o coreógrafo de Burkina Faso, Salia Sanou traz para o palco o tema do exílio – tanto do ponto de vista territorial, como daquele interior, que todos nós carregamos no peito. Há cinco anos, a fundação African Artist for Development utiliza a dança como instrumento de apoio psicológico para populações refugiadas em oito países africanos. Sanou conduziu algumas dessas sessões em campos do Burundi e de Burkina Faso. A experiência o motivou a montar este espetáculo, em que se apresentam seis dançarinos, um contador de histórias e dois jovens refugiados. Em Do Desejo de Horizontes, ele mostra e nos convida a acessar nossa força de luta, resistência e desejo.

Coreografia: Salia Sanou | Intérpretes: Valentine Carette, Ousséni Dabaré, Catherine Denecy, Jérôme Kaboré, Elithia Rabenjamina, Mickael Nana, Marius Sawadogo e Asha Imani Thomas.

Dia 14, quinta-feira às 20h | Dia 15, sexta-feira às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 65 minutos | Classificação etária: Livre | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

FLESHION [aparências] | Thelma Bonavita (São Paulo/ Brasil e Alemanha)

Fleshion é uma palavra inventada para descrever a interação invisível entre moda e carne; uma corruptela das palavras em inglês fashion (moda) e flesh (carne). Neste espetáculo, a artista Thelma Bonavita, que mora em Berlim e cujo trabalho transita entre dança, moda e artes visuais encena um mix dessas linguagens. A linha condutora da obra, em que atuam duas performers, navega pelo imaginário das aparências, do impacto na compreensão, ou na falta dela, das diferenças e do poder da imagem. Segundo a diretora, o espetáculo funciona como uma espécie de “dança coleção” e traduz um desejo de tocar aquilo que é invisível a olho nu. O figurino, com tecidos sobrepostos amarrados e até pedaços de tapete usados como chapéu, é fruto de uma extensa pesquisa sobre moda feita pela artista.

Conceito, Coreografia e Performance: Thelma Bonavita | Colaboração Coreográfica e Performance: Marcela Reichelt | Música: Katrina Burch a.k.a Yoneda Lemma e colaboração de Donatas Tubutis.

Dia 15, sexta-feira às 18h | Dia 16, sábado às 18h | MIS – Museu da Imagem e do Som | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

VIAGEM A UMA PLANÍCIE ENRUGADA | Gustavo Ciríaco (Rio de Janeiro/ Brasil e Uruguai)

A encenação é o segundo capítulo da trilogia iniciada com Gentileza de um Gigante, de Gustavo Ciríaco. Inspirado no livro Primavera Silenciosa (1962), de Rachel Carson, sobre os efeitos nocivos de pesticidas no meio-ambiente, Ciríaco discute a relação entre o homem e a natureza – em seus aspectos positivos e, principalmente, negativos. No espetáculo, o foco do artista é relembrar os piores desastres ambientais causados pelo homem nos últimos cinquenta anos. Aqui, novamente, um homem e uma mulher constroem paisagens naturais em miniatura sobre uma superfície. Diante da plateia, o casal vai levantando e desfazendo panoramas, que envolvem animais, árvores e vales. Com seus corpos gigantes em relação às peças que manipulam, os dois se tornam figura e fundo ativos.

Concepção e Direção: Gustavo Ciríaco | Performance e Colaboração: Natália Viroga e Gustavo Ciríaco.

Dia 15, sexta-feira às 20h | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

ALLA PRIMA | Tiago Cadete (Rio de Janeiro/ Brasil e Portugal)

Em um espetáculo solo intimista e ousado, Tiago Cadete leva para o palco uma pesquisa sobre a representação do corpo na história da arte brasileira. Pinturas retratando corpos negros, indígenas e brancos, que, em mais de cinco séculos de história, formaram conceitos sobre nosso país e a brasilidade. A performance conta com a projeção de textos e imagens sobre o corpo do artista, cuja pele serve de suporte para desenhos que se assemelham a pinturas. Alla prima, o nome da obra, é também o termo técnico para descrever uma pintura em que o artista aplica sobre a tela camadas de tinta sem esperar o tempo de secagem, causando uma sobreposição de cores e imagens. Aqui, é o corpo de Cadete que faz o papel de tela, acumulando diferentes representações dos corpos brasileiros.

Direção artística: Tiago Cadete | Solo: Tiago Cadete.

Dia 15, sexta-feira às 20h | Dia 16, sábado às 20h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

DANÇA DOENTE | Marcelo Evelin (Piauí/ Brasil)

O espetáculo apresenta a impactante mistura da dança Butô com os movimentos do candomblé. Admirador do trabalho de Tatsumi Hijikata (1928-1986), um dos criadores do Butô na década de 1970, o coreógrafo piauiense Marcelo Evelin visita e estuda o Japão desde 2011. Nesta montagem, ele homenageia o último trabalho do mestre japonês, o livro A Dançarina Doente (daí o nome da peça), em que Hijikata relata suas memórias. Os bailarinos do espetáculo são adornados por quimonos, rendas brancas, máscaras e colares e, assim, fazem referência de um lado ao expressionismo e surrealismo da dança japonesa e, de outro, ao universo do candomblé. A apresentação tem um tom fantasmagórico, e uma das ideias é remeter às noções de morte e doença. Evelin encara a “doença” como um processo de transformação física e emocional, que atravessa também questões do nosso cotidiano.

Concepção e Elenco: Marcelo Evelin/Demolition Incorporada | Produção: Materiais Diversos + Regina Veloso/Demolition Incorporada.

Dia 15, sexta-feira às 21h30 | Dia 16, sábado às 21h30 | CIS Guanabara – Gare | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

GENTILIZA DE UM GIGANTE | Gustavo Ciríaco (Rio de Janeiro/ Brasil e Portugal)

Num palco escuro, dois intérpretes nus, um homem e uma mulher, constroem paisagens em miniatura, em cima de uma mesa de arquiteto. O casal monta e desmonta cenas da natureza, utilizando materiais como areia, água, fogo, terra, papel e bonecos de animais. Não há música, os dois artistas não se falam, a mesa de madeira tem uma instabilidade calculada, e a dinâmica do espetáculo concentra-se na (des)construção gradual de maquetes com vales, montanhas, árvores e rios. Criada pelo carioca Gustavo Ciríaco, Gentileza de um Gigante, fala da relação do homem com a natureza e do caminhar do mundo independente da ação humana. Os corpos expostos, o silêncio e os panoramas diminutos e efêmeros mostram, de forma delicada, o constante e paradoxal confronto entre um mundo criado pelos homens e outro, que se desenvolve à margem das interferências humanas.

Concepção, Direção e Coreografia: Gustavo Ciríaco | Performers e Colaboradores: Ana Trincão e Tiago Barbosa.

Dia 16, sábado às 20h | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

TUDO JUNTO (Todo Junto) | Juan Onofri Barbato (Argentina)

Neste trabalho, o coreógrafo argentino Juan Onofri Barbato propõe o encontro do erudito com o popular e todo estranhamento que essa experiência pode causar. Em plena rodoviária, dois artistas com formações e linguagens distintas se encontram. Um deles, Santiago Torricelli, é um pianista erudito. O outro, Lucas Yair Araujo, dançarino urbano, adepto da estética da street dance e do break. Ao som de fragmentos da Sonata Opus 31 no. 2, de Beethoven, tocada por Torricelli ao piano, eles apresentam uma performance que evidencia as diferenças e a heterogeneidade dos corpos e histórias de seus intérpretes, criando um ritual tão extremo quanto provisório.

Performer: Lucas Yair Araújo | Música Original e Interpretação: Santiago Torricelli | Ideia e Direção: Juan Onofri Barbato.

Dia 16, sábado às 14h | Dia 17, domingo às 14h | Terminal Rodoviário de Campinas | Dia 19, terça-feira às 20h | Dia 20, quarta-feira às 20h | Casa do Lago – Unicamp | Duração: 20 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

COMPOSIÇÃO PARA ESCULTURAS E UM CORPO | Néle Azevedo e Marina Tenório (São Paulo/ Brasil)

“Quanto calor despende um corpo para animar um espaço?” Partindo dessa questão, a artista plástica Néle Azevedo e a coreógrafa Marina Tenório propõem uma instalação-performance que evidencia o território de passagem, de transição, e reflete sobre a impermanência da vida, a intersecção entre o material e o imaterial, o físico e o imagético, o transparente e o opaco, o momento presente e o que se mantém na memória. Na montagem, Tenório se movimenta e se relaciona com dezenas de esculturas de corpos fundidas em gelo com cerca de 1,10 metros, suspensas por fios de nylon. O corpo vivo dialoga com o corpo-gelo em processo de derretimento e transformação, expondo a fragilidade de ambos. A trilha sonora concebida pelo músico Thomas Rohrer ajuda a compor o clima, enquanto performer e esculturas se ressignificam com a ação do tempo.

Concepção e Instalação: Néle Azevedo | Codireção e Performance: Marina Tenório | Elenco: Marina Tenório e Thomas Roher (composição musical ao vivo).

Dia 16, sábado às 19h30 | Dia 17, domingo às 19h30 | CIS Guanabara – Armazém | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

BIG BANG | Gen Danza (Uruguai)

Um concerto de dança contemporânea que tem como ponto de partida a ciência, a cosmologia e a física. A representação da criação do universo pela dança, a tradução no corpo dos bailarinos dos movimentos de multiplicação das moléculas. Todas essas ideias estão no centro de Big Bang, espetáculo que promove uma dissolução das fronteiras entre música e performance para questionar o nosso lugar no mundo. O grupo teve a colaboração de especialistas em física e em robótica, para o entendimento de conceitos e processos que, depois, foram incorporados ao espetáculo. A iluminação conta com recursos inovadores, que permitem o uso de sombras e pontos de luz espalhados pelo palco, criando interessantes efeitos de perspectiva.

Direção: Andrea Arobba | Artistas Criadores: Andrés Cototo Cuello, Bruno Brandolino, Catalina Lans, Celia Hope Simpson, Gianni Penna, Josefina Díaz, Juan Chao, Juan Miguel Ibarlucea, Laura Rodriguez, Lucía Gatti, María Pintado, Mario Gulla, Nicolás Parrillo e Santiago Bone | Técnico de Luz e Adaptação para Turnê: Santiago Rodriguez Tricot | Produção da Turnê: Cecilia Lussheimer.

Dia 16, sábado às 21h30 | Dia 17, domingo às 20h | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 75 minutos | Classificação etária: Livre | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

CAMPEONATO INTERDRAG DE GAYMADA | Coletivo Toda Deseo (Minas Gerais/ Brasil)

Uma intervenção urbana que pretende criar um espaço de convivência e diversidade a partir do tradicional jogo da queimada. Sim, aquele jogo de rua da era analógica. Essa é a proposta da Campeonato Interdrag de Gaymada, do coletivo Toda Deseo. Do “corpo de baile” fazem parte transexuais, gays, gente fantasiada, maquiada e de peruca, todos absolutamente pilhados. E, para deixar tudo ainda mais animado, uma DJ, além de cheerleaders e uma juíza, “lacram” a partida. Nos intervalos, o coletivo relembra os casos de agressões e mortes geradas pela discriminação no Brasil, numa iniciativa de combater o preconceito. Mas, apesar da desgraça, é a graça que dá o tom do jogo. Desde 2013, o grupo já reuniu mais de 15 mil participantes em suas ‘gaymadas’.

Direção Artística: Rafael Lucas Bacelar e Ronny Stevens | Coreografia: Ronny Stevens e Thales Brener Ventura | Elenco: David Maurity, Ju, Abreu, Idylla Silmarovi, Ronny Stevens e Thales Brener Ventura.

Dia 16, sábado às 15h | Minicampo do Sesc Campinas | Dia 20, quarta-feira às 12h | Marco Zero | Duração: 150 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

SOBRE KAZUO OHNO (About Kazuo Ohno) | Takao Kawaguchi (Japão)

Sem nunca ter visto Kazuo Ohno (1906-2010) no palco e nem mesmo aprendido butô, o artista japonês Takao Kawaguchi consegue se transmutar no mestre da tradicional dança japonesa. Ex-integrante do grupo multimídia Dumb Type, Kawaguchi se colocou o desafio de copiar de forma precisa a dança de Ohno a partir de registros em VHS de seus clássicos. No espetáculo, ele questiona conceitos como autenticidade, memória e originalidade da cópia. Uma homenagem a um dos grandes nomes da dança japonesa, Sobre Kazuo Ohno é também uma negação da essência do butô, cujo princípio fundamental era de que a arte deveria resultar de um processo de criação pessoal, intrínseco ao artista, e Kawaguchi se confronta com o dançarino a partir do exterior, se projetando em suas formas, seus gestos e caretas, sem nunca ter acesso a seu mundo interior.

Direção Artística Coreografia e Atuação: Takao Kawagushi.

Dia 17, domingo às 21h | CIS Guanabara – Gare | Duração: 110 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

PÃO COM LINGUIÇA | Entretantas (Brasil e França)

Uma “barbárie dançada”, segundo definição de seus diretores, Pão com Linguiça leva para o palco um clima de churrasco na laje, de festa, de carnaval e de desbunde. Tendo como base uma colagem sonora com trechos de grandes sucessos da música popular (de Alcione a Nina Simone), os coreógrafos Gladis Tridapalli e Ronie Rodrigues criam uma coreografia sobre amor, luto, ordem, progresso e golpe. O espetáculo começou a ser gestado em 2015, em um processo longo e a distância, já que Gladis mora no Brasil e Ronie, na França. Impactados pelo clima político do país, com manifestações tomando as ruas das cidades, eles lançam um apelo para que se continue criando dança, como uma linguagem capaz de intervir, alterar e transformar os indivíduos, tendo o humor como principal aliado.

Direção Artística: Gladis Tridapalli e Ronie Rodrigues | Coreografia: Gladis Tridapalli e Ronie Rodrigues | Elenco: Gustavo Bitencourt, Erica Mityco, Claudinho Castro, Ronie Rodrigues e Gladis Tridapalli.

Dia 19, terça-feira às 21h30 | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

Ó | Cristian Duarte (São Paulo/Brasil e Alemanha)

A pesquisa realizada desde 2011 por Cristian Duarte no âmbito da residência artística Lote Osso chega a sua quinta edição com Ó, espetáculo que investiga o minimalismo na dança e o caráter sensorial dos movimentos. Em um espaço plano, sem o relevo do palco, público e artistas se misturam em uma performance que aposta numa dramaturgia tátil, criando um ambiente de empatia e percepção de afetos. A atmosfera intimista é reforçada pela trilha sonora de Tom Monteiro, um discreto ruído branco, e pela iluminação a meia-luz de André Boll. O mito grego de Orfeu, que perde sua amada Eurídice ao olhar para trás quando tentava resgatá-la do mundo dos mortos, serve de inspiração para a peça, que contou também com a colaboração da companhia alemã CocoonDance (Bonn).

Coreografia e Direção: Cristian Duarte | Cocriação e Coprodução: Aline Bonamin, Bruno Levorin, Cristian Duarte, Felipe Stocco e Tom Monteiro | Dança: Aline Bonamin e Felipe Stocco | Produção: Cristian Duarte em companhia e Lote Osso.

Dia 19, terça-feira às 19h30 | Dia 20, quarta-feira às 19h30 | CIS Guanabara – Armazém | Duração: 75 minutos | Classificação etária: 12 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

FOLKS – VOCÊ AINDA ME AMARÁ AMANHÃ? (Will you steal love me tomorrow?) | Alessandro Sciarroni (Itália)

O italiano Alessandro Sciarroni inspirou-se na dança folclórica Schuhplatter, nascida na região do Tirol – fronteira entre a Itália e a Áustria – para criar uma coreografia de percussão hipnótica, produzida essencialmente por batidas repetidas das mãos dos bailarinos em seus sapatos, pernas, troncos e braços. O som ritmado das palmas, em conjunto com outro, pungente, acionado pelo sapateado do elenco num tablado de madeira, remete a uma certa ancestralidade, circularidade e, segundo o coreógrafo Sciarroni, também a memórias religiosas. Formado por seis jovens bailarinos, o elenco apresenta um vigor típico dos atletas. Fortes e magros, eles pulam, além de batucar, quase a apresentação inteira, que tem duração de mais de uma hora. Os músculos suados, sincronizados e sonorizados produzem uma eletricidade impactante.

Criação e Dramaturgia: Alessandro Sciarroni | Ínterpretes: Cristian Balzama, Anna Bragagnolo, Marco D’Agostin, Pablo Esbert Lilienfeld, Francesca Foscarini, Leon Maric, Matteo Ramponi e Francesco Vecchi | Música Original: Pablo Esbert Lilienfeld | Vídeo e Imagens: Matteo Maffesanti | Lighting Design: Rocco Giansante | Técnica e Luzes on tour: Cosimo Maggini e Valeria Foti | Figurinos: Ettore Lombardi | Produção: Lisa Gilardini e Chiara Fava.

Dia 19, terça-feira às 20h30 | Dia 20, quarta-feira às 20h30 | Teatro Castro Mendes | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 30,00; R$ 15,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 9,00 (credencial plena).

BOCA DE FERRO | Marcela Levi e Lucía Russo (São Paulo/ Brasil e Argentina)

Darth Vader encontra-se com Dante Alighieri ao som do tecnobrega paraense para, juntos, criarem memes da internet. É essa mistura bem-humorada de referências tão diversas que serve de base para Boca de Ferro, encenado pelo paraense Ícaro dos Passos Gaya e dirigido pela carioca Marcela Levi e pela argentina Lucía Russo. O resultado da combinação é uma dança irreverente, sensual e provocadora. Com esses ingredientes, o performer Ícaro Gaya apresenta um solo que traduz em movimentos frenéticos os humores, ambiguidades e contradições da vida contemporânea. O título do espetáculo é uma referência às equipes de aparelhagem musical do Pará, cujas caixas de som são apelidadas bocas de ferro. A trilha sonora alterna clássicos do estilo paraense com momentos de silêncio.

Direção Artística: Marcela Levi e Lucía Russo | Performance e Cocriação: Ícaro dos Passos Gaya | Realização Artística e Produção: Improvável Produções.

Dia 20, quarta-feira às 21h30 | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

TÍTULO EM SUSPENSÃO | Eduardo Fukushima (São Paulo/ Brasil)

No solo Título em Suspensão, Eduardo Fukushima dá continuidade à sua pesquisa sobre a sutileza e precisão do movimento. Quase sempre sentado no chão sob um facho de luz, o artista encena uma coreografia minimalista, minuciosa e precisa, enquanto maneja pedras, paus e chocalhos ao som de ruídos de avalanches e assovios. Com o público sentado ao seu redor, lembrando a dinâmica de uma fogueira, ele evoca simbologias da ancestralidade e da circularidade. A peça foi elaborada com base em experiências do artista no Brasil e em residências artísticas na Alemanha e no País Basco. Em São Paulo, ele participou de uma performance em que os corpos dos dançarinos simulavam esculturas vivas. Depois, na Europa, visitou e se apresentou em cidades em que a Inquisição teve forte atuação, onde pedras e círculos territoriais remontam a civilizações ainda mais antigas.

Direção, Criação e Dança: Eduardo Fukushima | Criação de Trilha Sonora Original: Rodolphe Alexis.

Dia 20, quarta-feira às 21h30 | Dia 21, quinta-feira às 21h30 | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 45 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

FIO DO MEIO | Cia Gente (Rio de Janeiro/ Brasil)

A rua é o palco de Fio do Meio, projeto inédito da carioca Cia. Gente que se propõe não somente a dançar “na rua”, mas dançar “a” rua e o que mobiliza as relações que dela surgem. Com esse trabalho, o diretor Paulo Emilio Azevedo dá continuidade a uma pesquisa realizada em espaços públicos, iniciada com Meio fio (Cia. Membros, 2003) e Tetralogia cidade (Cia. Gente, 2013). A diversidade de pessoas, arquiteturas e conflitos que compõem esse cenário repleto de surpresas é parte fundamental da performance, encenada por Eduardo Hermanson e mais um artista. O título, Fio do meio, ato nº.1 (“a crise das borboletas”), é uma analogia ao tempo necessário para a maturação da vida.

Direção Artística/ Coreografia: Paulo Emílio Azevedo | Intérprete-Criador: Eduardo Hermanson “Willow” | Intérprete convidado: Lucas Zina.

Dia 20, quarta-feira às 17h30 | Dia 21, quinta-feira às 17h30 | Dia 22, sexta-feira às 17h30 | Praça Bento Quirino | Duração: 20 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

SOLIDÃO PÚBLICA | Adilso Machado (Santa Catarina/ Brasil)

De que forma a solidão, o vazio e a angústia se manifestam no corpo? Como esses sentimentos são elaborados em uma sociedade hiperconectada por celulares e redes sociais? Foi a partir dessas questões e inspirado pelo romance O Estrangeiro, de Albert Camus, que o bailarino catarinense Adilso Machado criou o espetáculo solo Solidão Pública. A trilha eletrônica de Tom Monteiro, executada ao vivo, e a iluminação de Leonardo Roat, que alterna sombras e luminosidade sobre um fundo púrpura, criam uma atmosfera de tensão para os movimentos sincopados de Machado. Ex-integrante da companhia alemã Toula Limnaios, ex-membro da Cena 11 Companhia de Dança e atual diretor artístico do grupo Circar Artes do Corpo, o bailarino criou um espetáculo de grande intensidade dramática, que transpõe para os palcos sentimentos e sensações que, de certa forma, definem nossa época.

Concepção e Performance: Adilso Machado | Interlocução: Wagner Schwartz | Música: Tom Monteiro | Iluminação: Leonard Roat.

Dia 21, quinta-feira às 20h | Dia 22, sexta-feira às 20h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 40 minutos | Classificação etária: 14 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

COREOGRAFIA ESTUDO#1 | Michelle Moura (Paraná/ Brasil)

De que forma um simples andar pelas ruas pode se tornar uma dança? No novo trabalho de Michelle Moura, o caminhar se transforma em uma elaborada coreografia criada a partir de desenhos geométricos que provocam trajetórias, movimento e espaço entre os quatro bailarinos que caminham em um espaço aberto. O som da rua, a curiosidade dos passantes (ou a falta dela) enriquecem a performance, que se funde à rotina da cidade. A coreógrafa se inspirou no trabalho de início de carreira das americanas Trisha Brown (1936-2017) e Lucinda Childs (1940), que propunham uma dança minimalista criada sobre partituras e desenhos. O místico russo Gurdjieff (Rússia/1866-França/1949), autor do livro Encontros com homens notáveis e pesquisador da cultura dos dervixes, é outra referência importante no trabalho.

Coreografia e Partituras: Michelle Moura | Performance: Bernardo Stumpf, Bia Figueiredo, Cândida Monte e Thaisa Marques | Som: Kaj Duncan David | Apoio/ Residência: Plataforma PLUSbrasil na Villa Walberta, Feldafing/Alemanha. NAVE, Santiago/Chile. Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014.

Dia 22, sexta-feira às 12h | Dia 23, sábado às 12h | Praça Rui Barbosa | Duração: 45 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

BANANAS | Núcleo Artérias (São Paulo/ Brasil)

Uma investigação sobre o desejo e o imaginário masculinos na interpretação de bailarinas mulheres. Esse é o mote de Bananas, espetáculo do Núcleo Artérias dirigido por Adriana Grechi, que pretende questionar as fronteiras entre gêneros, espectador e artista. Vestindo camisetões amplos, as performers se misturam ao público e encenam no palco movimentos que aludem a um gestual tipicamente masculino. A obra da artista britânica Sarah Lucas, que expande dimensões de gênero e discute o predomínio do masculino na cultura contemporânea, é uma referência importante para o grupo, cujo trabalho aborda questões como instabilidade, incerteza, consumismo, identidade, espetacularização e seus reflexos no corpo e no movimento.

Concepção e Direção: Adriana Grechi | Performance e Criação: Bruna Spoladore, Lívia Seixas e Nina Giovelli | Trilha Sonora: Dudu Tsuda | Criação de Luz: André Boll.

Dia 22, sexta-feira às 18h | CIS Guanabara – Armazém | Duração: 50 minutos | Classificação etária: 16 anos Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

RASHA SHOW | Izabelle Frota, Cleyde Silva, Yang Dallas (Piauí/ Brasil)

RaSHa Show surgiu como uma intervenção na Battle Dirceu, um dos maiores eventos da cena Hip Hop em Teresina (PI). A partir daí, tornou-se um laboratório de criação e, na Bienal Sesc de Dança 2017, será apresentado com a participação de performers locais. A performance toma emprestado e busca ampliar os sentidos de uma manifestação presente nas batalhas de break dance, o racha show, momento em que bailarinos e crews (grupos deles) disputam nos intervalos das competições oficiais sem o objetivo de encontrar um vencedor, mas para aquecer, brincar, provocar. RaSha Show convida o público a participar da performance, fazendo as vezes de juiz e decidindo quem é o vencedor da batalha! RaSha Show é brincar de ser o que quiser… na afirmação do prazer!

Direção Artística e Coreografia: Izabelle Frota, Cleyde Siva e Yann Dallas. | Elenco: Participantes da convocatória.

Dia 22, sexta-feira às 17h | Espaço Arena do Sesc Campinas | Dia 23, sábado às 23h | Jardim do Galpão do Sesc Campinas | Duração: 90 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

CODEX MUNDO ALGODÃO | Sheila Ribeiro/Alejandro Ahmed/Tom Monteiro (São Paulo/ Brasil)

Codex é uma série da artista transmídia Sheila Ribeiro, que examina a obra de criadores importantes da dança contemporânea nacional utilizando ferramentas da cultura digital. Em Codex mundo algodão, Ribeiro tenta decodificar o pensamento artístico e o modus operandi do coreógrafo Alejandro Ahmed, diretor artístico do grupo catarinense Cena 11 Cia. de Dança. Como um hacker, que invade máquinas para entender e transcrever os dispositivos que a operam, a artista procura decifrar o trabalho de Ahmed segundo a técnica da percepção física, como ele mesmo faria. Ahmed participa da obra sugerindo caminhos dentro dos eixos propostos ao mesmo tempo em que revisita (e repensa) seu próprio trabalho. O desenho sonoro de Tom Monteiro aclimata a performance.

Plataforma (conceito): Sheila Ribeiro | Usuário (criação): Alejandro Ahmed.

Dia 22, sexta-feira às 18h | Dia 23, sábado às 18h | MIS – Museu da Imagem e do Som | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

PARA QUE O CÉU NÃO CAIA | Lia Rodrigues Companhia de Danças (Rio de Janeiro/ Brasil)

Segundo relato do xamã Davi Kopenawa, o mito yanomami do fim do mundo diz que, rompida a harmonia da vida no universo, o céu desabará sobre todos os que estão embaixo dele (e não apenas os povos indígenas). Diante de uma era de barbárie e catástrofes ambientais, o que podemos fazer para, de alguma forma, segurar esse céu, impedindo-o de cair sobre nossas cabeças? Pensando nessa questão, a coreógrafa Lia Rodrigues propõe uma dança para “sustentar” o céu e fazer a vida seguir pulsando na Terra. A concepção do espetáculo teve início com um projeto realizado pela companhia dentro da favela da Maré, no Rio, onde a coreógrafa atua há mais de dez anos. Bailarinos e jovens alunos da Escola Livre de Dança da Maré criaram uma série de exercícios coreográficos a partir de indagações sobre o presente da comunidade e o futuro do planeta.

Criação e Direção: Lia Rodrigues | Assistente da Direção e Criação: Amália Lima |
Dançado e Criado em Estreita Colaboração com: Leonardo Nunes, Gabriele Nascimento, Francisco Thiago Cavalcanti, Clara Castro, Clara Cavalcante, Dora Selva, Felipe Vian, Glaciel Farias, Luana Bezerra, Thiago de Souza com a participação de Francisca Pinto |
Dramaturgia: Silvia Soter.

Dia 22, sexta-feira às 21h30 | Dia 23, sábado às 21h30 | Dia 24, domingo às 20h | Ginásio do Sesc Campinas | Duração: 80 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

PROTESTO | Núcleo Artérias (São Paulo/ Brasil)

Dançar como forma de protesto para nos conectar em tempos de crise e incerteza. Partindo dessa ideia, o Núcleo Artérias, dirigido pela coreógrafa Adriana Grechi, iniciou um estudo sobre diferentes práticas de transe, que resultou no espetáculo Protesto. Em suas pesquisas, o coletivo descobriu técnicas comuns a várias culturas, desde os Gnawas no Marrocos (confraria mística muçulmana de origem sufi) até rituais de umbanda no Brasil. E entrou em contato com o termo “protesto oblíquo”, usado pelo antropólogo escocês Ioan Lewis para designar transes empregados como estratégias de pessoas marginalizadas, caso de mulheres em sociedades patriarcais, para terem algum tipo de visibilidade social. Diante desses achados, o grupo criou sua própria prática e, em cena, busca conectar corpos usando materiais que ativem os sentidos, tais como pedras, tecidos e plantas.

Concepção e Direção: Adriana Grechi | Criação/Dança: Bruna Spoladore, Lívia Seixas e Renata Aspesi | Arte/Figurino: Lu Mugayar | Criação/Instalação Sonora: Dudu Tsuda | Criação de luz: André Boll.

Dia 23, sábado às 18h | CIS Guanabara – Armazém | Duração: 60 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

O SAMBA DO CRIOULO DOIDO | Luiz de Abreu (Minas Gerais/ Brasil)

Ao som de músicas que misturam ritmos e ruídos tipicamente brasileiros, o coreógrafo Luiz de Abreu discute a discriminação racial sobre o corpo do negro nesta performance encenada por Pedro Ivo Santos. No cenário e no ‘corpo preto’ do bailarino (sujeito), a bandeira do Brasil ajuda a criar imagens sobre o preconceito, a partir de elementos estereotipados, como o samba, o Carnaval e o erotismo. A ironia e a transgressão são usados como forma de resistência, com o intuito de devolver ao corpo-objeto ‘preto’ o sujeito que lhe foi roubado, com sentimentos, crenças e singularidades. O mineiro Luiz de Abreu teve seus primeiros contatos com a dança em centros de umbanda. Coreógrafo e bailarino, criou O Samba do Crioulo Doido há 13 anos (no Rumos Itaú Cultural). O espetáculo faz parte do acervo permanente do Centre Georges Pompidou em Paris, e já foi apresentado em diversos países.

Criação, Direção, Coreografia, Cenário e Figurino: Luiz de Abreu | Interpretação: Pedro Ivo Santos.

Dia 23, sábado às 20h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 30 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

CORREDEIRA | Kanzelumuka (São Paulo/ Brasil)

Em Corredeira, Kanzelumuka, integrante e cofundadora da companhia paulistana Nave Gris, dá sequência a sua pesquisa sobre representações performáticas de origem banto (grupo étnico africano da região ao sul do Saara) e sobre a dança negra contemporânea. A peça é uma pesquisa coreográfica sobre a percepção feminina das águas que correm para o mar, tendo como pano de fundo questionamentos sobre a diáspora e o corpo negro na dança. Os movimentos circulares que ora se expandem, ora se retraem estão na base da performance, apresentada em um silêncio interrompido apenas pelo ruído dos pés que ocupam o solo do palco e das mãos que se encontram com partes do corpo.

Direção Artística: Kanzelumuka com colaboração de Murilo de Paula | Coreografia e Elenco: Kanzelumuka.

Dia 23, sábado às 14h | Dia 24, domingo às 14h | Terminal Rodoviário de Campinas | Duração: 35 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

PROTOCOLO ELEFANTE Grupo Cena 11 Cia de Dança (Santa Catarina/ Brasil)

Ao completar 20 anos de atividade, o grupo Cena 11 se propôs uma discussão: por que continuar juntos? Para elucidar a questão, o grupo investiga a ação de isolamento do elefante na iminência de sua morte, como uma metáfora para separação e exílio. Os artistas se perguntam de que maneira o ambiente ao qual pertencemos (e, aqui, falamos de pessoas, comportamentos, línguas, afetos e objetos) é alterado quando migramos a sós para um contexto distante dessas familiaridades. Protocolo elefante é o resultado de uma longa pesquisa sobre o tema da continuidade e um exercício de sobrevivência e de busca de sentido para estar junto e continuar atuando coletivamente. Colocando em cena a sensação de isolamento, o grupo questiona noções de pertencimento e identidade.

Grupo Cena 11 Cia de Dança: Alejandro Ahmed, Aline Blasius, Edú Reis Neto, Hedra Rockenbach, Jussara Belchior, Karin Serafin, Malu Rabelo, Marcos Klann, Mariana Romagnani e Natascha Zacheo

Dia 23, sábado às 20h30 | Dia 24, domingo às 18h | Teatro Castro Mendes | Duração: 90 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

O LAGO DAS BICICLETAS | Francisco Lima Pekeno, João Rafael Neto e Luiz de Abreu (São Paulo/ Brasil)

Espetáculo mistura dança, BMX e o balé O Lago dos Cisnes para falar de meio-ambiente e da relação das pessoas com as cidades. Para discutir questões ambientais, a relação entre o cidadão e a cidade, o direito de ir e vir e as responsabilidades de cada um de nós, O lago das bicicletas mistura princípios da dança contemporânea, técnicas com bicicleta e o balé O lago dos cisnes, de onde partiu o pensamento para o título da obra. O uso da BMX, bicicleta que permite fazer piruetas acrobáticas em escadas, corrimões e calçadas, vem de um desejo do grupo de subverter práticas corporais e dramatúrgicas na rua. Já a referência ao balé O Lago dos Cisnes, cuja história trata de paixões, atualiza questões da obra para os dias de hoje, com o avanço tecnológico e mecanização das relações. Para formar o corpo de baile, os artistas realizam uma oficina sobre dança contemporânea e BMX, cujos selecionados integrarão o elenco da apresentação.

Idealização, Direção e Interpretação: Luiz de Abreu | Intérprete Criador e Codireção: João Rafael Neto | Intérprete Criador: Francisco Lima Pekeno.

Dia 24, domingo às 12h | Trajeto – Estação Cultura até Praça Rui Barbosa | Duração: 120 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

ESPETÁCULOS INFANTIS

MÁQUINA DE DESENHAR | Michel Groisman (Rio de Janeiro/ Brasil)

Uma grande traquitana repleta de fios e hastes metálicas recebe oito voluntários para uma performance “de desenho dançado”. No centro da máquina, um papel em branco que será preenchido com cores e formas de acordo com os movimentos e a interação dos participantes, que, conduzidos pelo artista carioca Michel Groisman, criam uma pintura coletiva e imprevisível. Apresentada pela primeira vez no museu Tate Modern, em Londres, a performance Máquina de Desenhar já passou também por Rio e São Paulo. Sua proposta de criação conjunta de um produto aleatório pretende questionar as noções de resultado na arte, reforçando a impossibilidade de mantermos controle sobre as conclusões desses processos.

Criação: Michel Groisman.

Dia 16, sábado às 12h e 16h | Dia 17, domingo às 12h e 16h | Espaço Arena do Sesc Campinas | Duração: 90 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis. Retirada de senhas no local.

ALEX NO PAÍS DO LIXÃO (Alex aux pays des poubelles) | Maria Clara Villa Lobos (Bélgica)

Em um mundo imaginário, composto de material plástico descartado, Alex cruza com criaturas fantasmagóricas e incomuns, que serão seus companheiros em uma série de aventuras. Em sua nova produção, Maria Clara Villa-Lobos, dançarina brasileira radicada na Bélgica, propõe uma releitura do clássico Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, com um viés social, marca importante do seu trabalho. A montagem, uma coreografia para o público infantil, chama a atenção para as consequências da irresponsável superprodução de lixo na nossa sociedade. Mas a discussão é colocada em um contexto lúdico, bem-humorado e poético. Com uma trilha sonora delicada e envolvente, cenário e figurinos coloridos, o “país do lixão” de Maria Clara Villa-Lobos é um espaço onírico, de transformação e criação.

Concepção e Coreografia: Maria Clara Villa Lobos | Elenco: Clément Thirion, Clara Henry, Gaspard Herblot, Antoine Pedros.

Dia 23, sábado às 16h | Dia 24, domingo às 16h | Galpão do Sesc Campinas | Duração: 70 minutos | Classificação etária: Livre | Ingressos: R$ 17,00; R$ 8,50 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 5,00 (credencial plena) – grátis para crianças até 12 anos.

PERFORMANCES

CACHÊ [apartequetecabe] | Núcleo Tríade (São Paulo/ Brasil)

O Núcleo Tríade, composto por Mariana Vaz e Adriana Macul, traz para a dança a discussão sobre o valor do trabalho. Quanto vale o trabalho do artista? O que determina este valor? A performance inédita Cachê integra a série [apartequetecabe], que aborda a equidade no trabalho, e trata de forma poética essa discussão, utilizando materiais como notas de dinheiro e durex em um espetáculo que dura o equivalente a uma jornada de trabalho.

Idealização e Performance: Tríade – Adriana Macul e Mariana Vaz | Produção: Mariana Novais | Assistência de Produção: Pedro Stempniewski | Direção de Produção: Parole Produção.

Dia 15, sexta-feira às 10h | Terminal Rodoviário de Campinas | Dia 16, sábado às 10h | Estação Cultura | Duração: 480 minutos (oito horas) | Classificação etária: Livre | Grátis.

CORPO DESCONHECIDO | Cinthia Kunifas e Mônica Infante (Paraná/ Brasil)

Com um figurino que simula o tronco de uma árvore, a artista Cinthia Kunifas substitui os tradicionais passos de dança por micromovimentos. Apropriando-se da dinâmica sutil das plantas, de técnicas do Aikidô e de experimentações psicossomáticas, vê-se em cena uma performer com a respiração pausada e estados sutis de movimentações musculares. A performance foi criada a partir de uma sensação de crise em relação ao corpo do dançarino, que, segundo a artista, não mais se satisfaz com os padrões estabelecidos de se fazer dança. “Para continuar dançando, o corpo, então, para. A pausa surge como um canal propício à mobilização daquilo que está estagnado”. O espetáculo é um exercício de observação, paciência e recompensa pela beleza.

Criação: Cinthia Kunifas e Mônica Infante | Performance: Cinthia Kunifas e Mônica Infante | Direção Artística: Mônica Infante.

Dia 17, domingo às 17h | Jardim do Galpão do Sesc | Duração: 30 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

CRISE – DIAGRAMA INTERATIVO EM FLUXO [apartequetecabe] | Núcleo Tríade (São Paulo/ Brasil)

Crise é uma instalação performática e interativa que pretende reunir artistas e público em torno da discussão sobre o fazer e o viver de arte no Brasil. Integrante da série [apartequetecabe], a obra surge como reação a um contexto de crise no mercado cultural no país, com constantes cortes de financiamento para projetos artísticos. Um jogo de tabuleiro formado por um diagrama com perguntas sobre o papel da arte na nossa sociedade será montado e ficará disponível por dois dias para que o público acrescente suas respostas. No terceiro dia, utilizando técnicas de psicodrama, as artistas criarão uma coreografia de ideias, tendo como base as respostas do público às questões colocadas pela obra.

Idealização e Direção: Tríade – Adriana Macul e Mariana Vaz | Criação e Performance: Adriana Macul, Bruno Levorin, Mariana Vaz e Mirella Marino | Produção: Mariana Novais | Assitência de Produção: Pedro Stempniewski | Direção de Produção: Parole Produção.

Dia 21, quinta-feira às 11h | Dia 22, sexta-feira às 11h | Jardim do Galpão do Sesc Campinas | Duração: 480 minutos (oito horas) | Classificação etária: Livre | Grátis.

1964 GOLPES | OutroLuiz (São Paulo/ Brasil)

Neste espetáculo, o paulista OutroLuiz desfere golpes, unicamente com a mão direita, em um saco de pancadas. O saco está cheio de areia e o artista não usa as tradicionais luvas de boxe para proteção. Com a ajuda de um equipamento, a plateia acompanha quantos socos ele consegue desferir. O objetivo é chegar ao número 1964; número que remete ao golpe militar daquele ano e, segundo o artista, à continuação dele até hoje. OutroLuiz se apresenta vestido com calça social, camisa e blazer e o saco é revestido com um pano verde, associado à bandeira do Brasil. Com esta performance, ele propõe que meditemos sobre questões como: Até onde ele, o artista, vai conseguir? Até onde somos e seremos golpeados? Em tempo, a alcunha OutroLuiz foi criada para enaltecer o altruísmo. “Queria que quando falassem meu nome sempre lembrassem do outro”.

Direção, Criação e Idealização: OutroLuiz.

Dia 23, sábado às 20h30 | Foyer do Teatro do Sesc Campinas | Duração: 30 minutos | Classificação etária: 18 anos | Grátis.

IMAGEM | Marcela Levi (Rio de Janeiro/ Brasil)

A ideia de um corpo que se expõe em constante reorganização é o ponto de partida da performance Imagem, um projeto coreográfico fruto do encontro da performer Marcela Levi com a fotógrafa Cláudia Garcia. Para representar esse corpo/imagem não capturável, a artista propõe um jogo que consiste em entrar e sair de duas peças de roupas: um short e uma blusa. Interessada em pensar a imagem como algo que não afirma nem estabiliza, Levi propõe um corpo vazado e borrado de sensações, com uma precisão cheia de ambiguidades. A plateia é dividida em dois grupos posicionados de modo a se enfrentar e se observar enquanto a ação se desenrola.

Concepção: Marcela Levi e Claudia Garcia | Criação e Interpretação: Marcela Levi | Assistência de Direção: Lucía Russo | Realização Artística e Produção: Improvável Produções.

Dia 24, domingo às 17h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 20 minutos | Classificação etária: 18 anos | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena).

INSTALAÇÕES

CAMPO ANTÍPODA | Christine Greiner, Ricardo Muniz, Hideki Matsuka

Nos últimos anos, vários criadores de dança têm proposto diálogos (reais ou imaginários) com o Japão e com as imagens do corpo japonês. Muitas vezes, não se trata propriamente de uma pesquisa estética ou do aprendizado de treinamentos específicos (butô ou teatro nô), mas sim, de uma certa fabulação do corpo e da cultura japonesa. Estes coreógrafos também não pensam em exotizar ou mimetizar o Japão, mas sim, em testar experimentos que ao imaginar o outro reinventam a si mesmos . Um Japão como gatilho para criação. É disso que se trata o Campo Antípoda. Uma instalação/ambiente de performances, espetáculos, conversas e lançamentos de livros para desterritorializar o Japão e a todos nós. De 14 a 24, quinta-feira a domingo.

Conversas entre Cristine Greiner e criadores presentes no festival:

Takao Kawaguchi | Dia 16, sábado às 17h.

Marcelo Evelin | Dia 17, domingo às 17h.

Alejandro Ahmed, Dia 19, terça-feira às 19h.

BDT – BIENAL DANCE TELEVISION | Adriana Macul, Daniela Dini e Rogério Salatini (São Paulo/ Brasil)

Os artistas Adriana Macul, Daniela Dini e Rogério Salatini se apropriam dos códigos de massa presentes em talkshows, programas de fofoca e telejornais sensacionalistas para discutir questões como sucesso e o poder da mídia no mercado da dança. Durante os dez dias Bienal, um set de produção audiovisual será montado para a cobertura/show do festival, com direito a fundo infinito, câmeras, ilhas de edição e pautas divertidas – já que o objetivo aqui, além de documentar o evento, é de ironizar certos clichês da carreira. A performance pop terá entrevistas e jogos com os artistas e o público e resultará na produção de programas exibidos durante o evento e na internet. O set de filmagem também promete ser um ponto de encontro para artistas e público conversarem, proporem ideias e discutirem os espetáculos e as formas de fazê-los.

Concepção e Direção Artística: Adriana Macul, Daniela Dini e Rogério Salatini | Direção de Arte e Coordenação Audiovisual: Marcus Bastos | Performance: Adriana Macul, Daniela Dini, Rogério Salatini e Tarina Quelho.

Dia 15, sexta-feira, das 17h às 19h | Dias 16, 17, 23 e 24, sábado e domingo, das 14h às 18h | Dias 20, 21 e 22, quarta a sexta-feira, das 15 às 20h | Área de Convivência do Sesc Campinas Classificação etária: Livre | Grátis.

BIBLIOTECA DE DANÇA | Neto Machado e Jorge Alencar (Bahia/ Brasil)

Como a experiência coreográfica pode tratar da memória da dança? Os diretores Neto Machado e Jorge Alencar evoca essa questão ao articular movimento, palavra e legado em sua nova pesquisa. Em Biblioteca de dança, que estreia na Bienal, os artistas ocupam uma biblioteca como espaço cênico e transformam seus corpos em livros. Como volumes em estantes, os performers ficam disponíveis e recebem o público em uma mesa com poucas cadeiras para compartilhar “capítulos” de obras de dança que marcaram suas vidas por meio de “contações coreográficas” de até 15 minutos. O trabalho permite que dois interesses de experimentação caminhem juntos: o de pesquisar novos modos de entender as produções e suas possibilidades e o de documentar de forma ativa e criativa a história da dança.

Direção: Neto Machado e Jorge Alencar | Criação e Performance: Neto Machado, Jorge Alencar, Ana Cristina Ribeiro, Cristina Packer, Diane Ichimaru, Leonardo França e Talita Florêncio | Produção: Ellen Mello e Dimenti Produções Culturais.

Dia 20, quarta-feira das 15h às 18h | Dia 21, quinta-feira das 15h às 18h | Dia 22, sexta-feira às 15h | Biblioteca do Sesc Campinas | Classificação etária: Livre | Grátis.

CONSTRUIR UMA BIBLIOTECA | Mil M2 – Colectivo Mil Metros Cuadrados (Chile)

O coletivo chileno Mil M2 realiza a instalação Como construir uma biblioteca, em que artistas e público produzem livros juntos. Para iniciar a atividade, o grupo propõe dois questionamentos aos participantes: “O que você perguntaria a uma biblioteca?” e “o que quer saber sobre dança?” As pessoas escrevem suas respostas em um mural e selecionam citações de obras da biblioteca onde será realizada o trabalho. Com esse material, produzem cartazes com letras em carimbo, formando um novo acervo para o espaço. Construir uma biblioteca é a continuação de outros projetos experimentais do grupo, como Projeto Pergunta (2013) e Imprenta Ciudadana (2014).

De 19 a 22, teça a sexta-feira das 13h às 20h | Dias 23 e 24, sábado e domingo das 12h às 16h | Entrada da Biblioteca do Sesc Campinas | Classificação etária: Livre | Grátis.

CINEMA

PARIS IS BURNING + STRIKE A POSE

BATE-PAPO JOSÉ GUTIERREZ (Estados Unidos)

Paris is burning (EUA – 1990, 112’) documentário de Jennie Livingston, narra a cultura dos bailes na cena nova-iorquina LGBT dos anos 1980. O filme retrata o surgimento da dança voguing como um espaço de autoafirmação, expondo a contradição entre a diversão dos bailes e a realidade de marginalização das ruas. Em Strike a Pose (EUA – 2016, 83’) filme de Ester Gould e Reijer Zwaan, sete dançarinos que acompanharam a cantora Madonna na turnê Blonde Ambition se reúnem 25 anos depois para contar os bastidores do trabalho. A busca pelo sucesso, o mercado do show business e até desavenças entre o grupo e a cantora pop estão no roteiro.

Após a exibição dos filmes, José Gutierrez, conhecido como José Xtravaganza, personagem das duas obras, divide suas experiências artísticas com o público em um bate-papo. Dançarino, coreógrafo e professor, Gutierrez é uma figura central na cena voguing de Nova York.

Dia 18, segunda-feira às 19h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 240 minutos | Classificação etária: 18 anos | Grátis – retirada de ingressos com duas horas de antecedência na Central de Atendimento do Sesc Campinas.

DANZA SUR, ESCENA CONTEMPORÁNEA

BATE-PAPO FRANCISCO BAGNARA E OMAR CAMPOS (Chile)

O que é a dança contemporânea? Como o contexto sociocultural dá vida ao trabalho criativo e artístico? Existe uma identidade sul-americana no campo da dança? Em busca de respostas para essas e outras perguntas que surgiram no caminho, os diretores Tamara e David González percorreram 17 mil quilômetros entre 2013 e 2014 para documentar as realidades de artistas do Chile, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina. No filme DanzaSur, Escena Contemporánea (DanzaSur, Chile, 2014, 72′), eles entrevistaram 130 criadores da dança, entre dançarinos, coreógrafos e pesquisadores, para realizar o primeiro documentário sobre o tema, que aprofunda uma análise sobre as práticas pessoais e coletivas que estruturam a produção desses países.

Após a exibição, bate-papo com o editor do filme, Francisco Bagnara, e Omar Campos, da equipe de criação.

Dia 19, terça às 20h | Teatro do Sesc Campinas | Duração: 120 minutos | Classificação etária: 14 anos | Grátis.

MESAS E DEBATES

FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA E PRODUÇÃO ARTÍSTICA

De que forma as universidades e suas respectivas graduações em dança têm contribuído para a formação de artistas e a produção artística, de um modo geral? É missão destas graduações formar artistas? Refletindo sobre essas perguntas, a mesa aborda o papel destas instituições como espaço privilegiado para reflexão e a difusão artística, assim como a forma como as universidades estão preparando as novas gerações para as configurações de produção, criação e difusão que tem se apresentado em nossos dias. Com Daniela Gatti, Alexandre Molina e Rita Aquino e mediação de Ivana Menna Barreto.

Daniela Gatti – assessora da Pró Reitoria de Graduação da Unicamp, tendo coordenado o curso de graduação em Dança entre 2012 e 2017 | Alexandre Molina – doutor em Artes Cênicas, mestre em Dança e especialista em Estudos Contemporâneos em Dança, é também gestor cultural | Rita Aquino – artista, educadora e pesquisadora em dança, doutoranda em artes cênicas, mestre em dança e especialista em estudos contemporâneos em dança | Ivana Menna Barreto – bailarina, criadora e pesquisadora carioca, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

Dia 15, sexta-feira às 14h | Área de Convivência do Sesc Campinas | Duração: 120 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

MEMÓRIAS DA DANÇA: SOBRE LEGADO, TRANSMISSÃO E CONTINUIDADES

A mesa discute um dos temas centrais desta edição da Bienal Sesc de Dança: as relações entre artistas e suas atuais criações com possíveis passados da dança, incluindo suas criações anteriores, o legado das gerações precedentes, além das interlocuções com temporalidades e estéticas “remotas”. Abordando a forma como a dança encena relações reais ou ficcionais com uma memória da própria dança, os convidados refletem os desdobramentos de remontar, reencenar e reviver os passados da dança, discutindo também quais danças escolhemos lembrar e quais pretendemos ocultar em nossos presentes. Com Luiz Abreu, Marcelo Evelin e Jorge Alencar e mediação e provocação de Sônia Sobral.

Luiz de Abreu – graduado em Dança e mestre em Artes Cênicas, aprofunda a pesquisa em dança, sobre o corpo negro | Marcelo Evelin – bailarino, coreografo e pesquisador | Jorge Alencar – mestre em Artes Cênicas, trabalha com dança, teatro, audiovisual, curadoria e educação | Sônia Sobral – pesquisadora e curadora em dança e teatro, foi gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural de 1999 a 2015.

Dia 18, segunda-feira às 14h | Área de Convivência do Sesc Campinas | Duração: 120 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

DANÇA E SEUS DIÁLOGOS COM AS ARTES VISUAIS E O CINEMA

Os diálogos entre a dança e as artes visuais e o cinema, dos quais se tem exemplos variados ao longo de toda a história da arte do século XX, aprofunda-se e se complexifica com o advento da dança contemporânea. Esta mesa procura discutir de que forma a produção recente da dança se relaciona, contamina e confunde com criações destas áreas, a partir do ponto de vista de dois relevantes pesquisadores do tema. Com Fábio Cypriano, Daniela Mattos e Renan Marcondes.

Fábio Cypriano – doutor em Comunicação e Semiótica, com tese sobre a coreógrafa alemã Pina Bausch, atua também como crítico e repórter | Daniela Mattos – artista, educadora e curadora independente. Pós-Doutora em Linguagens Visuais pelo PPGAV-EBA/UFRJ, desenvolve sua produção em artes visuais desde o início dos anos 2000 | Renan Marcondes – artista, pesquisador e doutorando em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo, com pesquisa sobre performance, neoliberalismo e presença.

Dia 21, quinta-feira às 14h | Espaço Arena do Sesc Campinas | Duração: 120 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

DANÇA EM TEMPOS DE NOVOS E FEMININOS E MASCULINOS

De que forma a dança tem reagido e correspondido às transformações de gênero e sexualidade que a sociedade vivencia nos últimos anos? Será a dança ainda refém de machismos e reprodutora de estereótipos de gênero; ou justamente a linguagem tem sido campo para vivências mais libertárias de identidade e sexualidade? Abordando estas questões, em tempos de reafirmação do feminismo, a mesa discute as relações entre a dança e as novas configurações identitárias e simbólicas. Com Adriana Grechi e integrantes do Coletivo Todo Deseo e mediação e provocação de Clarissa Sachelli.

Adriana Grechi – Coreógrafa, dançarina, professora e idealizadora de contextos para a dança, graduada pela faculdade de Nova Dança S.N.D.O, na Holanda | Coletivo Toda Deseo – Coletivo de artistas mineiros, que pesquisa novas formas de ocupação teatral a partir das questões relacionadas a identidades de gênero e orientação sexual |Clarissa Sacchelli – Coreógrafa e performer, movendo-se entre dança, performance e escrita. Mestre em Artes (Laban, Londres) e pós-graduada em Semiótica Psicanalítica (PUC, SP).

Dia 22, sexta-feira às 14h | Espaço Arena do Sesc Campinas | Duração: 120 minutos | Classificação etária: Livre | Grátis.

RESIDÊNCIAS PARA CRIAÇÃO

Nas residências, o público será convidado a participar de processos formativos a fim de atuar como intérprete das apresentações durante o festival.

O LAGO DAS BICICLETAS | Luiz de Abreu (São Paulo/ Brasil)

Luiz de Abreu, diretor do espetáculo O Lago das Bicicletas, conduz esta residência para pessoas da comunidade e artistas ampliarem sua prática de bicicleta BMX dentro de um universo artístico. Os participantes colocarão em prática seus aprendizados compondo o corpo de baile da performance. Unindo dança contemporânea, bicicletas BMX e o balé O Lago dos Cisnes, o espetáculo chama a atenção do público para as questões ambientais, o avanço tecnológico e a mecanização das relações.

De 19 a 23, terça a sábado das 12h30 às 15h30 | Estação Cultura | Classificação etária: 18 anos | 10 vagas. O processo seletivo será feito a partir de envio de carta de intenção (máximo de 1.400 caracteres) até 1º/09 para o e-mail lagodasbicicletas@campinas.sescsp.org.br | Os interessados deverão ter disponibilidade para participar da residência, do ensaio e da apresentação.

RASHA SHOW | Izabelle Frota, Cleyde Silva, Yang Dallas (Piauí/ Brasil)

Destinada aos interessados em participar, como intérpretes, da performance RaSha Show, dos artistas Izabelli Frota, Cleyde Silva e Yang Dallas. A convocatória está aberta para b.boys, b.girls, dançarinos de wacking, passinho, e outros artistas e interessados em questões de gênero.

De 18 a 21, segunda a quinta-feira das 12h30 às 15h30 | Estação Cultura – Sala dos Toninhos | Classificação etária: 18 anos | O processo seletivo será feito a partir de envio de carta de intenção (máximo de 1.400 caracteres) até 1º/09 para o e-mail rashashow@campinas.sescsp.org.br | Os interessados deverão ter disponibilidade para participar da residência, do ensaio e da apresentação.

OFICINAS

MASTERCLASS DANÇAS AFRICANAS COM SALIA SANOU

Diretor do espetáculo de abertura da Bienal, Do desejo de horizontes, e fundador da companhia Mouvements PerpOtuels o coreógrafo de Burkina Faso Salia Sanou ministra masterclass de danças africanas. Sanou vive entre a França e a África, onde desenvolve ateliês de dança em campos de refugiados, e promove em seu trabalho um diálogo entre as danças africanas tradicionais com a produção contemporânea europeia.

Dia 17, domingo às 14h | Jardim do Sesc Campinas | Classificação etária: 10 anos | Grátis.

COMPARTILHAMENTO DE UM PROCESSO DE CRIAÇÃO: CORPO DESCONHECIDO: PAUSA, MICROMOVIMENTOS, ESTADOS CORPORAIS, RESPIRAÇÃO

Mais do que reproduzir movimentos e coreografias com temas externos ao corpo, a ideia aqui é se aprofundar no modo particular como ele pode materializar em cena a construção de um pensamento sobre si mesmo. A oficina parte da ideia de que o corpo não está pronto ao nascer, mas que se forma e se transforma na interação com o mundo. Ele deixa de ser um instrumento de expressão de uma ideia para se tornar a própria ideia, a própria matéria da dança. A pesquisa de Cinthia sobre o tema teve início em 2002 e originou a tese Corpo Desconhecido: um contínuo processo de criação em dança, apresentada no programa de pós-graduação em artes cênicas na Universidade Federal da Bahia em 2008. As referências para a atividade são a técnica Alexander (educação somática), o ki aikidô (arte marcial japonesa) e a experiência somática (abordagem terapêutica psicobiológica).

Cinthia Kunifas – mestre em artes cênicas, especialista em consciência corporal e preparadora corporal da CiaSenhas de Teatro | Mônica Infante – graduada em dança é uma das fundadoras do Centro de Desenvolvimento de Ki – aikidô.

Dias 18 e 19, segunda e terça-feira das 10h às 13h | Sesc Campinas | Classificação etária: 18 anos | Vagas limitadas | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena). Inscrições na Central de Atendimento do Sesc Campinas (a partir do dia 25 de agosto).

STRIKE YOUR OWN POSE (Faça sua própria pose)

Não basta articular punhos, braços, pernas e quadris. É preciso ter caras e bocas e muito “jogo de cintura” para se dar bem em voguing, dança surgida em Nova York nos anos de 1980. Nesse workshop, José Gutierrez aborda a fusão de diferentes formas de dança artística: balé, dança moderna, jazz e hip hop. Suas aulas vão ensinar cada participante a encontrar sua própria história, criando formas e silhuetas que tem o corpo como suporte. Para dançar o voguing com excelência, é preciso aprender o básico: estilo, técnica e individualidade. A atividade começa com um breve aquecimento, que inclui exercícios de respiração e alongamento. Em seguida, os participantes são encorajados a criar suas próprias poses e contorções. Crie sua própria pose e seja o que quiser!

José Gutierrez – membro da Casa Xtravaganza, retratada em Paris is Burning, e foi um dos coreógrafos e intérpretes do clipe Vogue, de Madonna. Formado pela escola secundária de música e artes de Nova York LaGuardia, trabalha há mais de 25 anos como coreógrafo.

Dia 19, terça-feira às 18h | Sala AD1. Rua Pitágoras, 500. Unicamp | Classificação etária: 18 anos | Vagas limitadas | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena). Vagas limitadas. Inscrições na Central de Atendimento do Sesc Campinas (a partir do dia 25 de agosto).

OFICINA FLESHION

Interessada no encontro e na fusão entre carne/corpo (flesh) e moda (fashion), a artista Thelma Bonavita criou Fleshion, workshop que investiga a relação entre vestimenta e performance. “A moda, com suas diferentes características – volume, forma, textura e cor -, interage com a percepção corporal e afeta ambientes, comportamentos, culturas, códigos políticos, e vice-versa. Será uma oportunidade para desenvolver novas perspectivas em relação à produção de imagem e ao modo como as percebemos”, diz. Em pauta, desde a libertação feminina com a histórica queima de sutiãs, passando pelo o uso de símbolos em camisetas para conscientização de causas político-sociais, até a reflexão sobre o processo de idealização do corpo feminino, presente, por exemplo, na sapatilha de ponta das bailarinas e nos múltiplos adornos de algumas culturas africanas e asiáticas.

Thelma Bonavita – bailarina e coreógrafa estudou no Ballet Stagium, é uma das fundadoras do estúdio Nova Dança e integra o Centro de Estudos do Corpo (CEC), da PUC/SP.

Dias 19 e 20, terça e quarta-feira das 15h às 18h | MIS – Museu da Imagem e do Som | Classificação etária: 18 anos | Vagas limitadas | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena). Vagas limitadas. O processo seletivo será feito a partir de envio de carta de intenção (máximo 1.400 caracteres), até o dia 1/09, para o e-mail fleshion@campinas.sescsp.org.br. Após confirmação de participação, a inscrição deverá ser efetivada na Central de Atendimento do Sesc Campinas até 15/9.

CORPO E ETIQUETA: NORMATIZANDO OS FAZERES DA DANÇA

A etiqueta, do francês étiquette, é um código social que rege as normas de conduta e determina a posição dos indivíduos em relação a outros membros da sociedade. Marca da corte francesa oitocentista, no Brasil seu uso e aprendizado chegou com a vinda da família real portuguesa, em 1808, ao Rio de Janeiro. Nascia ali a prerrogativa de “educar” o corpo daqueles que participavam das danças da realeza, não somente a partir das aulas ministradas por professores estrangeiros, como também por meio de publicações de livros de dança e de manuais civilizatórios. Em que medida a etiqueta determina o controle sobre o corpo ainda hoje? Ana Teixeira procura elucidar essas e outras questões na oficina dirigida a dançarinos e público em geral.

Ana Teixeira – professora, pesquisadora e consultora da série Dança Contemporânea, da Sesc TV, também é Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) e dá aulas no curso de Comunicação das Artes do Corpo na mesma instituição.

Dia 21, quinta-feira das 15h às 18h | MIS – Museu da Imagem e do Som | Classificação etária: 14 anos | Vagas limitadas | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena). Vagas limitadas. Inscrições na Central de Atendimento do Sesc Campinas (a partir do dia 25 de agosto).

OFICINA DE HONESTIDADE ARTÍSTICA

O que mobiliza a arte? Qual é o lugar do desejo na criação e o que o atravessa? Os dançarinos Jorge Alencar e Neto Machado, ambos do coletivo baiano Dimenti, propõem um mergulho na intimidade do fazer artístico nessa oficina, dirigida não somente ao universo da dança, mas também a outras linguagens, como teatro, música, artes visuais e cinema. Com o objetivo de pensar a formação em artes muito além dos espaços institucionais e do conhecimento específico que cada área requer, Alencar e Machado pretendem estimular os processos de criação para além das tendências mercadológicas e tabus estéticos, investigando seus universos poéticos a partir dos princípios de autonomia e prazer. Realizada desde 2013, a oficina já passou por cidades brasileiras como: Salvador (BA), Curitiba (PR), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), São Luís (MA), entre outras.

Jorge Alencar – graduado em Comunicação Social e Dança e mestre em Artes Cênicas | Neto Machado – coreógrafo, dançarino, ator e comunicador, formado em teatro e dança.

De 22 a 24, sexta-feira a domingo das 10h às 13h | Sesc Campinas | Classificação etária: 18 anos | Vagas limitadas | Ingressos: R$ 20,00; R$ 10,00 (estudante com carteirinha e aposentado) e R$ 6,00 (credencial plena). Vagas limitadas. Inscrições na Central de Atendimento do Sesc Campinas (a partir do dia 25 de agosto).

LANÇAMENTO DE LIVROS

AUTORIA EM REDE: MODOS DE PRODUÇÃO E IMPLICAÇÕES POLÍTICAS | Ivana Menna Barreto (Rio de Janeiro/ Brasil)

O que é singular numa obra e o que é comum? Como as diferenças se evidenciam? Interessada no diálogo entre corpo, palavra e imagem, Ivana Menna Barreto apresenta sua reflexão sobre o processo autoral na dança, seus modos de articulação, produção e comunicação. Fruto da tese de doutorado em comunicação e semiótica, defendida em 2012 na PUC-SP, o livro amplia os debates acerca da noção de autoria, considerando os contextos político-sociais em que a obra está inserida e o processo de articulação do artista com obras de outros criadores. A autora discute liberdade artística e necessidades de mercado apresentando como corpus da análise seu experimento sem o que você não pode viver? e as ações performativas urbanas da artista Cláudia Müller em Dança contemporânea em domicílio.

Dia 15, sexta-feira às 16 horas | Área de Convivência do Sesc Campinas | Classificação etária: Livre | Grátis.

TREINO EM POEMA | Kazuo Ohno

Kazuo Ohno Treino e(m) Poema é uma obra essencial para quem deseja conhecer o universo de um dos mais relevantes dançarinos do século XX, pai do butô ao lado de Tatsumi Hijikata. O livro, assinado pelo próprio Ohno, com tradução de Tae Suzuki, traz 154 aforismos originalmente transcritos de gravações realizadas em diversos workshops promovidos em seu estúdio no Japão entre o final da década de 1970 e 1997. Muito além da técnica da dança, nascida no país pós-guerra, nos anos 1950, o registro do dançarino, professor e artesão (como ele gostava de ser chamado) reflete sobre a percepção do corpo, da memória, da vida e da morte. “Se não está dentro de você, então não reverbera – mesmo que você tenha técnica, mesmo que seja grande o seu esforço. É mais importante comunicar sem fazer nada do que comunicar com um grito”, diz um dos trechos.

Dia 16, sábado às 17h | CIS Guanabara – Gare | Classificação etária: Livre | Grátis.

FABULAÇÕES DO CORPO JAPONÊS E SEUS MICROATIVISMOS DE AFETOS | Christine Greiner (São Paulo/ Brasil)

A dançarina, coreógrafa e pesquisadora Christine Greiner dá continuidade às suas pesquisas sobre a cultura japonesa e suas reverberações no Ocidente. Fabulações do corpo japonês e seus microativismos de afetos investiga linguagens como a literatura, o cinema, a fotografia, a dança, o teatro, a moda, as artes visuais e performances urbanas realizados no Japão da pré-história aos dias atuais. O livro é sequência de Leituras do corpo no Japão e suas diásporas cognitivas, fruto de sua tese de pós-graduação que coloca em xeque o dualismo entre mente e corpo para desfazer clichês sobre o país oriental. Como observa o filósofo Kuniichi Uno: “Há tantos trabalhos sobre o Japão, mas a maior parte é centrada no espírito. Aqui, o Japão se desterritorializa através do olhar da autora, que se infiltra no corpo deste país”.

Dia 17, domingo às 17h | CIS Guanabara – Gare | Classificação etária: Livre | Grátis.

ASTRONETO DANÇA NO ESPAÇO | Jorge Alencar e Neto Machado (Bahia/ Brasil)

Astroneto é um viajante cuja espaçonave perdeu-se em um buraco negro. Só depois de muito vagar a esmo, descobre que sua velha nau sideral pode ser movida a dança. Ou melhor: “coreocombustível”. O livro de Jorge Alencar e Neto Machado, dirigido ao público infantil (mas não só a ele), estimula o movimento e expande o conceito de coreografia como um jeito diverso de organizar pensamentos e corporeidades, com ou sem passos de dança reconhecíveis. E levanta questões como: quais relações com o tempo-espaço estou construindo no mundo? Que corpo-voz estou projetando? Astroneto é também uma metáfora do artista nômade, cujo palco é espaço para inúmeras viagens, com o desejo de estar sempre em movimento.

Dia 18, segunda-feira às 16h | Área de Convivência do Sesc Campinas | Classificação etária: Livre | Grátis.

DANZA SUR: VIAJE POR EL CONTINENTE DE LAS MARAVILLAS | Adeline Maxwell e Constanza Cordovez

Adeline Maxwell e Constanza Cordovez registram no livro DanzaSur: viaje por el continente de las maravillas a viagem de 17 mil quilômetros feita por Tamara González (bailarina e coreógrafa) e David González (ilustrador e artista audiovisual) por oito países da América do Sul para a produção do documentário DanzaSur. O lançamento acontece logo após a exibição do filme e terá um bate-papo com as autoras. As escritoras partem das 130 entrevistas feitas com criadores de dança dos países retratados no filme – Chile, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina – para investigar o fazer artístico e o que é ser um artista da dança na América do Sul. O livro é mais um documento que registra como a dança contemporânea se desenvolve nesses países, resgatando o contexto sociocultural o dessas produções.

Dia 19, terça-feira após a sessão do documentário Danza Sur | Foyer do Teatro do Sesc Campinas | Classificação etária: Livre | Grátis.

Serviço

Bienal Sesc de Dança 2017
Sesc Campinas
De 14 a 24 de setembro de 2017
Local: Sesc Campinas (e outros espaços da cidade)
Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim – Campinas/SP
Telefone (19) 3737-1500
Consulte a programação completa no site www.sescsp.org.br/bienaldedanca.
Ingressos à venda a partir de 25 de agosto, às 12 horas no Portal sescsp.org.br e a partir das 17h30 em todas as unidades do Sesc do Estado de São Paulo. Os ingressos online estarão à venda, enquanto houver disponibilidade, até duas horas antes do início do espetáculo.

Locais das apresentações

Sesc Campinas
Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim . Telefone (19) 3737.1500.
Teatro Municipal José de Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial. Telefone (19) 3272.9359.
Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos
Rua Francisco Teodoro, 1050 –Vila Industrial. Telefone (19) 3705.8000.
MIS – Museu da Imagem e do Som
Rua Regente Feijó, 859 – Centro. Telefone (19) 3733.8800.
Rodoviária de Campinas
Terminal Rodoviário de Campinas Ramos de Azevedo – Rua Dr. Pereira Lima, 60-140 – Vila Industrial.
UNICAMP – Cidade Universitária Zeferino Vaz
Barão Geraldo. Telefone (19) 3521.7000.
Casa do Lago – Unicamp
Avenida Érico Veríssimo, 1011 – Cidade Universitária – Barão Geraldo. Telefone (19) 3521.1708.
Marco Zero – Unicamp
Praça do Ciclo Básico – Cidade Universitária – Barão Geraldo.
CIS Guanabara – Armazém do Café e Gare
Rua Mário Siqueira, 829 – Botafogo. Telefone (19) 3231.6369.
Praça Rui Barbosa
Rua 13 de maio, s/nº – Centro. Atrás da Catedral Metropolitana de Campinas.
Praça Bento Quirino
Rua Sacramento, 118 – Vila Industrial.

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