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SPCD estreia Indigo Rose e Litoral no Teatro Sérgio Cardoso

SPCD temporada 2015 - Litoral - foto Willian Aguiar

A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) – mantida pela Secretaria de Cultura e pelo Governo do Estado de São Paulo, sob direção de Inês Bogéa – dá início em junho às apresentações da Temporada 2015 com um programa repleto de criações e remontagens de grandes nomes da dança.

Para o primeiro programa (4, 5, 6 e 7 de junho), a SPCD reservou a estreia de Indigo Rose, terceira peça do coreógrafo checo Jirí Kylián a compor o repertório da Companhia. A movimentação rápida, virtuosa, articulada e ao mesmo tempo lírica, faz alusão à busca pela perfeição, intangível, segundo o coreógrafo, representando a transição da juventude e as relações humanas. O programa se completa com mais duas obras de Kylián: Petite Mort e Sechs Tänze. Também haverá a exibição, especialmente nesta temporada, de um trecho em vídeo de Birth-Day, intitulado The Kitchen (A cozinha). Uma verdadeira “Noite Jirí Kylián”.

“A ideia que organiza esta temporada, intitulada de Corpo no Mundo, parte das influências e dos modos de pensar o mundo em movimento, se deixando permear pelos distintos olhares dos criadores. Embora existam pontos em comuns, que são da natureza humana em qualquer lugar, a maneira como o corpo se dá para o mundo na Espanha, em alguma medida, é diferente da Índia, da África, do Brasil, ou da Alemanha. E isso é algo que se reconhece de forma mais imediata quando estamos fora da nossa cultura”, pontua Inês.

Nos dias 11, 12, 13 e 14 de junho, a Companhia estreia em São Paulo Litoral, obra criada especialmente para a SPCD pelo argentino Maurício Wainrot, diretor do Ballet Contemporáneo del Teatro San Martín. A coreografia evidencia a linguagem do coreógrafo que se vale do popular e erudito para criar uma dança vibrante e festiva. O programa também inclui duas peças criadas exclusivamente para a SPCD: Mamihlapinatapai, de Jomar Mesquita com colaboração de Rodrigo de Castro; e GEN, de Cassi Abranches.

“Há também a cultura da própria Companhia, que ao longo dos anos traz camadas de informações que se somam às experiências vividas de cada um dos artistas, seja da sua própria história, seja do diálogo que estabeleceu com cada criador que esteve ou está por aqui e as culturas que absorvemos ao viver algum tempo em distintas partes do mundo”, completa.

Para encerrar, a SPCD retorna ao palco do Teatro Sérgio Cardoso com La Sylphide (dias 20, 21, 25, 26, 27 e 28 de junho), um marco do balé romântico coreografado pelo argentino Mario Galizzi, a partir do original de August Bournonville (1805-1879). A obra é um conto de fadas para todas as idades, com música de Heman Lovenskjold (1815-1870), dividida em dois atos contrastantes: no primeiro, você poderá viver com os artistas os preparativos para a festa do casamento de James e Effie, e os encontros e desencontros do amor; no segundo, encontramos um mundo imaginário permeado de personagens fantásticos como sílfides – seres alados da floresta – e feiticeiras.

POR DENTRO DO ESPETÁCULO

Durante toda a temporada da SPCD, Inês Bogéa comanda o Por dentro do Espetáculo. Neste encontro, a diretora da Companhia acompanhada de dois bailarinos, conta detalhes e curiosidades sobre os bastidores do programa que o público assistirá na sequência. A conversa acontece no balcão do Teatro Sérgio Cardoso, localizado no terceiro andar, 45 minutos antes do início das apresentações.

PROGRAMA EDUCATIVO E DE FORMAÇÃO DE PLATEIA

Além das apresentações noturnas, a SPCD apresenta Espetáculos Gratuitos Para Estudantes e Terceira Idade nos dias 12, 19 e 26 de junho, sempre às sextas-feiras, às 15h, também no Teatro Sérgio Cardoso. Na ação, o público estabelece um contato geral com o universo da dança: assiste a coreografias e trechos de obras do repertório da SPCD e recebe um material didático com ilustrações assinadas por cartunistas brasileiros. Durante a atividade, Inês Bogéa sobe ao palco para mediar brincadeiras com os alunos, trazendo a dança para uma linguagem lúdica e divertida.

OCUPAÇÃO SPCD

O Teatro Sérgio Cardoso torna-se a segunda casa da SPCD. Durante a temporada, o espaço é transformado, estabelecendo uma identidade visual entre o público e o universo da dança e da Companhia: as portas de vidro e as janelas do Teatro são adesivadas com imagens das coreografias que serão apresentadas. O público também pode conhecer e tirar fotos com os bailarinos no Lambe-Lambe, optando por vestir parte dos acessórios e figurinos utilizados nas apresentações.

ACESSIBILIDADE

A São Paulo Companhia de Dança utiliza o recurso de audiodescrição – modo que transmite ao público cego, por meio de fones de ouvido, informações sobre cenário, figurino e, principalmente, os movimentos dos bailarinos – em suas apresentações por espaços públicos do interior e da capital de São Paulo desde 2013.

A partir de 2014, com o objetivo de viabilizar a implantação de mais recursos de acessibilidade comunicacional, a SPCD promove e amplia o programa. A tecnologia avançada do aplicativo Whatscine transmite para smartphones e tablets os recursos de audiodescrição, janela de libras e legendagem, permitindo às pessoas com deficiência entrar em contato com a experiência da dança.

PROGRAMA DE 4 A 7 DE JUNHO (NOITE JIRÍ KYLIÁN)

INDIGO ROSE (1998) ESTREIA
Coreografia e cenografia: Jirí Kylián
Assistente de coreografia: Amos Ben-Tal
Músicas: Robert Ashley, Factory Preset; François Couperin, Plainte des Memes; John Cage, Three Dances for Two Prepared Pianos: Dance No. 1; J.S. Bach, Das wohltemperierte Klavier: Fugue No. 8 in E-Flat minor.
Figurino: Joke Visser
Desenho de Luz (original): Michael Simon
Desenho de Luz (novo): Kees Tjebbes (Nederlands Dans Theater II, 2005)
Câmera: Hans Knill
Edição: Rob de Groot – Videoshot MultiMedia
Estreia Mundial: 1998, Lucent Danstheater, Haia, Países Baixos
Duração: 24 minutos com 09 bailarinos

Em Indigo Rose, o coreógrafo explora a vivacidade de seus intérpretes para criar uma peça sobre a transição da juventude e as relações humanas. A movimentação rápida, virtuosa, articulada e ao mesmo tempo lírica, faz alusão à busca pela perfeição, intangível segundo Kylián. Na cena, uma cortina de seda branca cria jogos de luz e sombra, que somados a projeções dos bailarinos, alteram a percepção de quem vê. Criada para celebrar o 20º aniversário do Netherlands Dance Theather II, esta é a terceira peça de Jirí Kylián a compor o repertório da SPCD.

PETITE MORT (1991)
Coreografia: Jirí Kylián
Assistente de coreografia: Patrick Delcroix
Música: Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791); Concerto para Piano em Lá Maior KV 488 (Adagio) e Concerto para Piano em Sol Maior KV 467 (Andante)
Remontagem: Patrick Delcroix
Cenografia: Jirí Kylián
Desenho de figurino: Joke Visser
Desenho de luz: Jirí Kylián (concepção), Joop Caboort (realização)
Supervisão técnica de luz e palco: Kees Tjebbes
Estreia mundial: 1991, Salzburgo, Áustria
Estreia pela SPCD: 2013, Teatro Alfa, São Paulo, Brasil
Duração: 17 minutos com 12 bailarinos

Sobre dois concertos de Mozart para piano, a obra para seis homens e seis mulheres tem como tema principal o prazer e a duração desse momento, no qual somos lembrados de que a vida é relativamente curta e que a morte nunca está longe de nós; nesta peça bailarinos interagem com floretes enquanto a morte espreita a vida. “Uma morte sempre acompanha a nossa vida, às vezes ela é pequena, às vezes grande. Mas é a companheira fiel que temos desde que nascemos, até o fim”, fala Kylián.

BIRTH-DAY (2001)*
Coreografia, cenário e desenho de luz: Jirí Kylián
Estreia: 2001, Nederlands Dans Theater (NDT III), Hebbel Theater, Berlim (Alemanha)
Coprodução Hebbel Theater Berlin
Gravação para televisão: VR 2004, Lataster & Films, Arthaus Musik com direção de Petra Lataster ¬Czich & Peter Lataster
Música do trecho apresentado pela SPCD: W.A. Mozart ¬ abertura de As bodas de Fígaro KV 492 (1786),
Figurino: Joke Visser
Registro do vídeo: Peter Lataster
Assistente de Coreografia: Egon Madsen
Elenco desta cena: Sabine Kupferberg e Gérard Lemaitre

O trecho de Birth-Day que será apresentado especialmente nesta temporada é The Kitchen (A cozinha). Nele, dois foliões se encontram para preparar a massa de um bolo de aniversário. Embalados pela abertura de As bodas de Fígaro KV 492 (1786), os bailarinos transformam gestos simples: um espirro, o cortar da massa e o quebrar dos ovos em movimentos cômicos e caricatos. O senso de humor de Kylián é percebido nesta obra, cuja tragédia se esconde por de trás da graça. “Desde de muito jovem, penso que nossa certidão de nascimento é realmente a nossa sentença de morte”, fala o coreógrafo. “Mozart, cuja música escolhi para esta produção, é o maior exemplo de alguém cujo tempo entre o nascimento e a morte foi dolorosamente limitado, mas que, no entanto, viveu intensamente.”
*Vídeo exibido somente nesta temporada

SECHS TÄNZE (1986)
Concepção, coreografia, cenografia e figurinos: Jirí Kylián
Música: Sechs Deustsche Tänze KV 571, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Remontagem: Patrick Delcroix
Desenho de luz: Joop Caboort
Adaptação técnica: Erick van Houten
Execução de cenário e figurinos: Fábio Brando (FCR Produções Artísticas)
Estreia mundial: 1986, Nederlands Dans Theatre, Amsterdã, Países Baixos
Estreia pela SPCD: 2010, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo, Brasil
Duração: 13 minutos com 13 bailarinos

Sechs Tänze é um trabalho que une dança e humor. O coreógrafo compôs seis peças aparentemente sem sentido que dialogam para protestar e fazer uma crítica aos valores vigentes à época em que as Sechs Deustsche Tänze KV 571, de Mozart, foram compostas. Nas palavras de Kylián: “A música de Mozart foi o principal elemento para a criação de Sechs Tänze. Ele deveria ser engraçado, porque entendia e sabia fazer humor. A música é muito importante em um balé, qualquer que seja ele. E nessa montagem ela é mais rápida do que a dança. Para dançar Sechs Tänze é preciso ser veloz e colocar uma máscara. É como ser e não ser você em determinados momentos. É como ser manipulado hoje, amanhã, ontem. Fingir querer ser. Ou não.” A SPCD foi a primeira companhia no Brasil a dançar uma obra de Jirí Kylián.

PROGRAMA 11 A 14 DE JUNHO

GEN (2014)
Coreografia: Cassi Abranches
Assistente de coreografia: Ana Paula Cançado
Trilha original: Marcelo Jeneci e Zé Nigro
Iluminação: Gabriel Pederneiras
Figurino: Janaina de Castro
Estreia pela SPCD: 2014, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo, Brasil
Duração: 19 minutos com 14 bailarinos

Cassi Abranches parte de memórias corporais e dos impulsos da trilha de Marcelo Jeneci e Zé Nigro para criar GEN. “A obra marca a minha saída dos palcos para ser coreógrafa. Ainda tenho referências físicas do que eu vivi no Grupo Corpo, mas procuro a minha linguagem em cada criação. Convidei para o processo criativo pessoas da minha geração para começarmos um novo tempo. É início, começo, recomeço”, revela a coreógrafa. A obra integra o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros 2014 da SPCD.

MAMIHLAPINATAPAI (2012)
Coreografia: Jomar Mesquita com colaboração de Rodrigo de Castro
Músicas: Marina de La Riva, composição de Silvio Rodrígues (Te Amaré Y Después); Rodrigo Leão (No Se Nada); e Cris Scabello (Tema final); Cartola e Grupo Planetangos (As Rosas não Falam)
Figurinos: Cláudia Schapira
Iluminação: Joyce Drummond
Estreia mundial: 2012, Teatro GEO, São Paulo, Brasil
Duração: 20 minutos com 9 bailarinos

Mamihlapinatapai trata da relação de desejo entre homem e mulher. Um olhar compartilhado por duas pessoas, cada uma desejando que a outra tome uma iniciativa para que algo aconteça, porém, nenhuma delas age. Este é significado de Mamihlapinatapai, palavra indígena originária da língua yaghan, de uma tribo da Terra do Fogo. O coreógrafo Jomar Mesquita utiliza elementos desconstruídos da dança de salão para criar a peça.

LITORAL (2015) I ESTREIA
Coreógrafo: Maurício Wainrot
Músicas: Raul Barboza (CDs La Tierra Sin Mal, Invierno em Paris e Serie de Oro: Grandes Exitos) e
Pedro de Cervi (El Vestido Celeste)
Assistente de coreografia: Laura Marini
Figurinos: Graciela Galán
Luz: Domingos Quintiliano
Duração: 30 minutos e 14 bailarinos

Litoral, de Maurício Wainrot se inspira nas músicas de Raul Barboza e Pedro de Cervi cujos ritmos regionais argentinos tem ressonância em músicas do sul do Brasil. O elenco se alterna em duos, trios e conjuntos com uma movimentação ondulada que evidencia a linguagem do coreógrafo que se vale do popular e erudito para criar uma dança vibrante e festiva, com contrapontos suaves e densos. “Litoral é uma região de grandes rios na Argentina, de terra vermelha, com uma floresta cheia de árvores, pássaros e ruídos formada pelas províncias de Santa Fé, Misiones, Formosa, Entre Ríos, Corrientes e Chaco. As bordas desses rios que chamamos de Litoral se encontram, se contaminam e sofrem influências de diferentes lugares”, fala o coreógrafo.

PROGRAMA DE 20 A 28 DE JUNHO

LA SYLPHIDE (2014)
Coreografia: Mario Galizzi a partir do original de 1836 de August Bournonville (1805-1879)
Música: Herman Lovenskjold (1815-1870)
Cenário: Marco Lima
Iluminação: José Luis Fiorruccio
Figurinos: Beth Filipecki (personagens), Marilda Fontes (sylphides)
Estreia da obra de August Bournonville: 1836, The RoyalDanish Ballet, Copenhague, Dinamarca
Estreia pela SPCD: 2014, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo
Duração: 60 minutos com 44 bailarinos

La Sylphide, um conta de fadas para todas as idades é dividida em dois atos: no primeiro vemos a cena dos preparativos para a festa de casamento de James e Effie e os encontros e desencontros desse amor; no segundo encontramos um mundo imaginário permeado por seres fantásticos como sílfides – seres alados da floresta – e bruxas. “Esta é uma obra romântica, que continua viva e atual. O romantismo sempre vai existir, é o destino, mesmo que a pessoa não queira tampouco entregar-se a isso”, fala Mario Galizzi.

SERVIÇO

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA | TEMPORADA 2015 | TEATRO SÉRGIO CARDOSO
Indigo Rose (Estreia); Petite Mort; Birth-day*; e Sechs Tänze, obras de Jirí Kylián
Dias 4 e 6 de junho | quinta e sábado, às 21h
Dia 5 de junho | sexta, às 21h30
Dia 7 de junho | domingo, às 18h
Indicação Classificativa: a partir de 14 anos
*Vídeo exibido somente nesta temporada

Mamihlapinatapai, de Jomar Mesquita com colaboração de Rodrigo de Castro; GEN, de Cassi Abranches; e Litoral, de Mauricio Wainrot (Estreia)
Dias 11 e 13 de junho | quinta e sábado, às 21h
Dia 12 de junho | sexta, às 21h30
Dia 14 de junho | domingo, às 18h
Indicação Classificativa: Livre

La Sylphide, de Mario Galizzi a partir do original de 1836 de August Bournonville (1805-1879)
Dia 20 de junho| sábado, às 21h
Dia 21 de junho | domingo, às 18h
Dia 25 de junho | quinta, às 21h
Dia 26 de junho | sexta, às 21h30
Dia 27 de junho| sábado, às 15h e 21h
Dia 28 de junho | domingo, às 18h
Indicação Classificativa: Livre

Local: Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 Bela Vista – São Paulo/SP
Ingresso/dia: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia entrada)
Vendas online: Ingresso Rápido
Informações: (11) 3288-0136
Duração de cada espetáculo: 90 min
Capacidade do teatro: 835 lugares

ESPETÁCULO GRATUITO PARA ESTUDANTES E TERCEIRA IDADE
Dias 12, 19* e 26 de junho |sempre às sexta-feira, às 15h
Local: Teatro Sérgio Cardoso
*Espetáculo Sensorial

ATIVIDADES EDUCATIVAS
Todas as atividades são gratuitas.
Inscrições: www.spcd.com.br/proximas_atividades.php.
Informações: educativo@spcd.com.br

Imagem: Cena de Litoral, de Mauricio Wainrot | foto: Willian Aguiar

 

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