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São Paulo Companhia de Dança cria diálogo inédito com obras do acervo do MAC USP e o Quarteto Osesp

Crédito da foto: Marcos Alonso
Bailarina: Luciana Davi

São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, realiza uma parceria com o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) e o Quarteto Osesp, formado por membros da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp, para uma criação audiovisual inédita. Amálgama estreia em 4 de dezembro, às 20h, com transmissão gratuita pelos canais da Companhia no YouTube e no Facebook e faz parte das ações do selo #SPCDdigital.

Concebido durante o contexto de distanciamento social imposto pelo enfrentamento ao novo coronavírus, o projeto estabelece um diálogo entre dança contemporânea, música de câmara, moda e a coleção permanente do museu e está em sintonia com o tema da Temporada 2020 da Companhia, inspirada em Clarice Lispector e batizada de Permanência e Inovação.

Situado no entorno do parque Ibirapuera, o edifício que abriga o MAC-USP, assinado por Oscar Niemeyer (1907-2012), é o cenário desta experiência audiovisual que aposta em um olhar multifacetado para a produção cultural do século XX por meio dos cruzamentos entre as sete artes: Arquitetura, Cinema, Dança, Escultura, Literatura, Música e Pintura.

Conduzidos por uma inédita coreografia do premiado coreógrafo Henrique Rodovalho e trajando figurinos de Ricardo Almeida, os bailarinos da Companhia ocupam o vazio momentâneo do espaço, provocado pela pandemia, e investigam novos modos de interação entre os movimentos e a música com as formas, cores e texturas de 23 obras selecionadas por Ana Magalhães, diretora e curadora do MAC USP, presentes na exposição de longa duração Visões da Arte no Acervo do MAC USP, 1900-2000.

“Busquei acrescentar uma camada a mais de percepção das obras ora com movimentos logo à frente dos quadros, refletindo sobre a provocação das telas, ora com gestos por entre as esculturas, expandindo suas conexões e ampliando as emoções que elas provocam no observador”, explica Rodovalho, que já assinou para a SPCD as obras Inquieto (2011), Melhor Único Dia (2018) e uma versão especial de Só Tinha de Ser com Você (2020).

Entre os trabalhos disparadores do acervo do MAC USP estão as telas Torso/Ritmo (1915-1916), de Anita Malfatti (1889-1964); O Beijo (1923), de Di Cavalcanti (1897-1976); A Negra (1923), de Tarsila do Amaral (1886-1973); e Figuras (1945), de Pablo Picasso (1881-1973); além das esculturas Expansão Controlada (1967), de César Baldaccini (1921-1998), Unidade Tripartida (1948-1949), de Max Bill (1908-1994), Torre (1957), de Franz Weissmann (1911-2005) e Formas Únicas da Continuidade no Espaço (1913), de Umberto Boccioni (1882-1916).

A performance é acompanhada por obras dos compositores brasileiros Francisco Mignone (1897-1986) e Rafael Amaral. O repertório musical foi proposto pelo maestro Antonio Carlos Neves Pinto, coordenador do Centro de Documentação Musical, de forma a valorizar criações brasileiras de diferentes épocas, evocando elementos nacionalistas em um diálogo rítmico com as linhas e cores das telas e esculturas e com os gestos precisos da dança. A execução ficou por conta do Quarteto Osesp, composto por Emmanuele Baldini (violino), Davi Graton (violino), Peter Pas (viola) e Rodrigo Andrade (violoncelo). “Sou um entusiasta deste tipo de encontro entre as diferentes linguagens da arte. Acredito que este é o caminho que precisamos explorar para fortalecer e enaltecer a cultura nacional”, aponta Baldini.

“Este é um trabalho extremamente colaborativo, para o qual cada parceiro trouxe suas contribuições e percepções específicas. As telas, esculturas, músicas e a arquitetura presentes no vídeo falam sobre o século XX e reverberam até o século XXI, ganhando novos significados por meio da contemporaneidade da coreografia de Henrique Rodovalho. Esse diálogo com o passado sob o olhar do presente busca evidenciar como nós olhamos para a nossa memória de uma maneira viva e presente em cada um de nós”, ressalta a diretora artística e executiva da São Paulo Companhia de Dança, Inês Bogéa.

“A interação entre as diferentes manifestações artísticas é algo muito importante para o MAC USP, pois revela como o Brasil processa essas novas tendências do século XX. Para mim, foi uma experiência única ver este espaço habitado pela São Paulo Companhia de Dança e pelo Quarteto Osesp por meio desta conversa entre as linguagens. Esse diálogo é mais lindo porque trabalha com o universo do sensível em várias dimensões, convidando o público a entrar e perceber o acervo do Museu de uma maneira completamente nova”, explica Ana Magalhães, curadora e diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Em paralelo à estreia de Amálgama será lançado ainda um vídeo com entrevistas com Inês Bogéa, Ana Magalhães, Henrique Rodovalho e Emmanuele Baldini comentando as relações estabelecidas entre as diferentes linguagens artísticas presentes no filme. Um hotsite na página do MAC USP na internet também apresentará detalhes sobre as obras do acervo destacadas no projeto.

A exibição acontece no canal da Companhia no YouTube (São Paulo Companhia de Dança) e no Facebook (@spciadedanca). Pelo Instagram (@saopaulociadedanca) e o Twitter (@spciadedanca), o público vai poder conferir ainda detalhes sobre os bastidores das gravações.

Serviço

Amálgama
São Paulo Companhia de Dança
Dia 04 de dezembro de 2020
Sexta, às 20h
Plataforma: Canal da SPCD no YouTube – www.youtube.com/AudiovisualSPCD | Canal da SPCD no Facebook – www.facebook.com/spciadedanca
Gratuito

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