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Teatro Alfa dá a largada na esperada Temporada de Dança 2018, que tem a Cia. da alemã Pina Baush no programa

As companhias de dança mais destacadas do Brasil e do mundo têm marcado presença ano após ano na Temporada de Dança do Teatro Alfa. Em 2018, 15ª edição da temporada e comemoração dos 20 anos do teatro, o Alfa ousou reunir, de uma só vez, os grupos mais fundamentais que fizeram parte de sua trajetória, como a mítica companhia da coreógrafa alemã Pina Bausch (1940 – 2009), que em vida sempre priorizou se apresentar no Alfa em suas vindas ao Brasil; e o Grupo Corpo, que desde 1998 tem se apresentado anualmente no Alfa, elegendo-o como o teatro de todas as suas estreias.

Na temporada também estarão juntos, pela primeira vez em palcos brasileiros, o coreógrafo sueco Mats Ek acompanhado da bailarina espanhola Ana Laguna, o francês Philippe Decouflé com espetáculo inédito que combina dança com música, circo, teatro, cinema e a influência das histórias em quadrinhos, a Cia. de Dança Deborah Colker com releitura do espetáculo Nó e a São Paulo Companhia de Dança com coreografias do repertório e criação inédita de Joëlle Bouvier, da geração da “nova dança francesa”, movimento renovador surgido entre as décadas de 1970 e 1980.

Na programação, o Grupo Corpo (3 a 5 e 8 a 12 de agosto) apresenta os espetáculos Gira e 21; a Cie. CDA – Philippe Decouflé (31 de agosto a 2 de setembro) traz Nouvelles Pièces Courtes; a São Paulo Companhia de Dança (15 e 16 de setembro) vem com Melhor Único Dia, de Henrique Rodovalho, 14’20” de Jirí Kylián e uma estreia de Joëlle Bouvier; a Companhia de Dança Deborah Colker (21 a 23 e 25 a 30 de outubro) apresenta Nó; Mats Ek e Ana Lagona (20 e 21 de outubro) vem com Memory, Axe e Old and Door e, encerrando a programação, a Tanztheater Wuppertal (29 de novembro a 2 de dezembro), companhia criada por Pina Bausch, apresenta Nefés. Os convites começam a ser vendidos a partir do dia 25 de maio, sexta-feira.

No programa deste ano, estão presentes companhias que fizeram parte da história do Teatro Alfa, como o Grupo Corpo, que se apresenta regularmente no espaço desde 1998 e a Tantztheater Wuppertal, a mítica companhia fundada por Pina Bausch, que continua mantendo vivo o legado da coreógrafa alemã.

Mesmo estando sempre presente na programação do Teatro Alfa desde sua inauguração (1998) foi a partir de 2004 que a dança ganhou uma temporada própria e protagonismo na sala de espetáculos. As mais destacadas companhias de dança do Brasil e da cena internacional têm marcado presença ano após ano. Para os espectadores e artistas da dança, o Alfa virou referência e criou laços que se aprofundaram com o tempo.

Pina Bausch costumava expressar grande satisfação pela sala de espetáculos – assim como o Grupo Corpo, que de 1998 até hoje se apresenta anualmente no Teatro Alfa. Também foi no Teatro Alfa que a Tanztheater Wuppertal, de Pina Bausch, passou a se apresentar exclusivamente a partir de 2000, quando apresentou o espetáculo Masurca Fogo. Pina Bausch e sua companhia retornaram em 2001 para estrear Água, criação inspirada no Brasil. Em 2006 trouxeram Para as crianças de ontem, hoje e amanhã. Em 2009, as apresentações de Café Müller e Sagração da Primavera se fundiram à comoção causada pela morte súbita da coreógrafa, dois meses antes. O retorno da Tanztheater em 2011, com Ten Chi, mostrou que a obra de Pina continuava mais viva do que nunca.

“‘Dance, dance, senão estamos perdidos’. A célebre frase de Pina Bausch é fonte de evocação constante para todos os que conheceram e se apaixonaram pela obra desta extraordinária artista. Reencontrar o trabalho de Pina através da Tanztheater Wuppertal, a mítica companhia que continua mantendo vivo o legado da coreógrafa alemã, ganha significado especial nesta temporada que celebra os 20 anos do Teatro Alfa”, diz Elizabeth Machado, superintendente do Teatro Alfa. Em 2018, além da Tanztheater Wuppertal de Pina Bausch e do Grupo Corpo, a Temporada de Dança do Teatro Alfa traz mais quatro grandes atrações.

O coreógrafo sueco Matk Ek e a bailarina espanhola Ana Laguna se apresentam juntos pela primeira vez em palcos brasileiros em uma celebração à dança da maturidade. Junto com Pina Baush, Mats Ek compõe o rol de criadores mais potentes dos séculos 20 e 21. Contemporâneos, criaram linguagens distintas e transformadoras, com alta carga teatral. Ana Laguna já havia se apresentado no Teatro Alfa em 2010, junto com Mikhail Baryshnikov.

Agora ela volta para dançar Memory, com Mats Ek, em um encontro raro nos palcos. O programa inclui mais uma obra do coreógrafo sueco inédita em palcos brasileiros: Axe, que será dançado por Ana Laguna e o bailarino Yvan Auzely. A carga poética do espetáculo se completa com a exibição do filme Old and Door, que mostra Birgit Cullbert, pioneira da dança moderna na Suécia, dançando coreografia que seu filho, Mats Ek, fez especialmente para ela em 1991. São cenas que nunca foram exibidas no Brasil.

Entre as várias gerações de criadores da arte da dança que têm marcado presença no Teatro Alfa destaca-se o francês Philippe Decouflé, cujos espetáculos oníricos, cheios de imaginação, encantamento e humor, chegaram ao Teatro Alfa em 2000, com Shazam!. Em 2018, Decouflé e seu grupo, o DCA, nos trazem novas delícias com Nouvelles Pièces Courtes, que apresenta o talento interdisciplinar do coreógrafo em combinações incomuns entre dança, música, circo, teatro, cinema – além de forte influência das histórias em quadrinhos.

A dança brasileira também se destaca na programação de 2018. Além do Grupo Corpo, apresentam-se a companhia de Deborah Colker e a São Paulo Companhia de Dança (SPCD), com seu repertório que reflete tanto os clássicos quanto a modernidade. Para a Temporada de 2018, Deborah Colker e seu elenco trazem uma releitura de Nó – espetáculo que marcou a estreia da companhia no Teatro Alfa, em 2005, e que inaugurou, na linguagem da coreógrafa, a busca de uma dramaturgia e de questões humanas universais.

Já a São Paulo Companhia de Dança, que se apresenta no Teatro Alfa desde sua fundação, em 2008, traz três coreografias neste ano. Além de Meu Único Dia, do brasileiro Henrique Rodovalho, e 14’20”, do tcheco Jirí Kylián, outro criador fundamental da dança mundial, a SPCD realiza em nosso palco a estreia de uma criação de Joëlle Bouvier, coreógrafa que pertence à geração da chamada “nova dança francesa”, movimento renovador surgido entre as décadas de 1970 e 1980.

Os ingressos para esta temporada começarão a ser vendidos a partir de Julho, mas já é possível comprar a assinatura para todos os espetáculos – preços e condições já estão disponíveis no site www.teatroalfa.com.br/temporada2018.

Programação

Grupo Corpo

Crédito da foto: José Luiz Pederneiras

Gira (2017) e 21 (1992)
De 03 a 05 e 08 a 12 de agosto
Quinta, 21h, sexta, 21h30, sábado, 20h e domingo, 18h

Nos 20 anos do Teatro Alfa, o Grupo Corpo é a companhia de dança que mais esteve presente no palco desta sala de espetáculos, onde realiza suas estreias desde 1998. Fundado em 1975, em Belo Horizonte (MG), o Grupo Corpo consolidou-se como uma das mais expressivas referências da dança brasileira. Em mais de quatro décadas de atuação, produziu 35 coreografias, a maioria assinadas pelo coreógrafo Rodrigo Pederneiras, cuja linguagem coreográfica deu identidade inconfundível à companhia. Atualmente, o grupo mantém dez balés em repertório e apresenta-se cerca de 70 vezes por ano – no Brasil e em turnês pelas mais diversas regiões do mundo. A cada dois anos, realiza estreias de novas criações.

Na temporada de 2018 do Teatro Alfa, o Grupo Corpo apresenta Gira, a coreografia de Rodrigo Pederneiras inspirada nos rituais de umbanda, em parceria com a banda paulistana Metá Metá. Exu, o mais humano dos orixás, é o motivo poético que conduz os onze temas musicais que marcam o espetáculo. Gira estreou em 2017 e foi eleito melhor espetáculo do ano pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte.

Além de Gira, o Grupo Corpo também apresenta, no mesmo programa, uma das obras mais emblemáticas de seu repertório: 21, concebida em 1992, a partir de uma partitura especialmente criada pelo compositor Marco Antônio Guimarães, do Grupo UAKTI.
Divisor de águas no repertório da companhia, 21 inaugurou as parcerias de Rodrigo Pederneiras com os mais importantes compositores da música brasileira. Tal diálogo gerou o vocabulário singular do coreógrafo, cuja profunda musicalidade passou a se mover sob o signo da brasilidade.

Em 21, Rodrigo Pederneiras explora em movimentos a escala decrescente do 21 até o 1 da partitura de Marco Antônio Guimarães, em um balé vigoroso e instigante, com reminiscências dos folguedos populares e das festas do interior do Brasil.

Cie. DCA – Philippe Decouflé

Crédito da foto: Charles Freger

Nouvelles Pièces Courtes (2017)
De 31 de agosto a 02 de setembro
Sexta, 21h30, sábado, 20h e domingo, 18h

Philippe Decouflé fundou sua companhia de dança – a DCA (Decouflé Compagnie des Arts) – em 1983. Influenciado pelas histórias em quadrinhos, pelo cinema e o circo, suas criações atraíram atenção imediata por conta da inovação e do humor.

Coreógrafo, bailarino, clown e cineasta, Philippe Decouflé nasceu em 1961 em Paris, onde formou-se na Escola Nacional de Circo. Depois de estudar com o renomado mímico Marcel Marceau, mudou-se em 1982 para Nova York, onde trabalhou com os coreógrafos Merce Cunningham e, principalmente, Alwin Nikolais – o mago da composição cênica, precursor na integração da dança com efeitos visuais e sonoros.

A singular linguagem artística de Decouflé é uma sutil e requintada convergência dessas influências: do circo, ele tirou a virtude do divertimento; das técnicas da mímica, uma boa dose de poesia e, de Nikolais, o profundo senso de utilização da cor, do movimento, das metamorfoses corporais e dos efeitos especiais. Soma-se a isto a sua grande paixão pelo cinema e as trucagens.

Além do extenso repertório concebido para a companhia DCA, Decouflé tornou-se um diretor cênico intensamente requisitado para assinar grandes produções ao redor do mundo. Desde 1992, quando ganhou popularidade ao encenar as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Albertville, já realizou espetáculos para o 50º aniversário do Festival de Cinema de Cannes, o 10º Kanagawa Arts International Festival, no Japão, para o Cirque du Soleil (Íris, em 2011), para um tributo a David Bowie solicitado pela Philharmonie de Paris (Wiebo, em 2015) – entre muitos outros.

Sobre Nouvelles Pièces Courtes, espetáculo que estreou em 2017 – em maio em La Rochelle, no Grand Théâtre de la Coursive, e em dezembro em Paris, no Théâtre National de Chaillot, novo teatro-sede da DCA – Decouflé diz: “Muitos espetáculos de dança moderna que me marcaram são construídos na forma de peças curtas. De Georges Balanchine a Merce Cunningham, passando por Martha Graham e Alwin Nikolais, os coreógrafos americanos que me influenciaram, apresentaram quase sempre espetáculos compostos por peças curtas. Penso que este sistema convém à dança, onde a escritura é sempre mais poética do que narrativa e onde o formato deve ser adaptado ao tema. Acho que meu gosto pelo formato curto vem, mais ainda, do rock’n roll, com suas obras musicais breves e eficazes”.

Dividido em seis atos, Nouvelles Pièces Courtes eleva ao máximo as decoufleries – como ficou conhecida a fusão singular entre dança, circo e imagem, desenvolvida por Philippe Decouflé.

São Paulo Companhia de Dança

Crédito da foto: Fernanda Kirmayr

Melhor Único Dia (2017), 14’20” (2002) e uma estreia de Joëlle Bouvier
Dias 15 e 16 de setembro
Sábado, 20 horas e domingo, às 18 horas

Um arco que vai do século 19 ao 21 compõe o repertório da São Paulo Companhia de Dança (SPCD), que está completando dez anos de existência. Além de obras clássicas, também apresenta criações de coreógrafos contemporâneos, brasileiros e estrangeiros.

Sob a direção artística de Inês Bogéa, a companhia criada pelo Governo do Estado de São Paulo em 2008 estreia no Teatro Alfa, em 2018, uma coreografia concebida especialmente para o grupo pela francesa Joëlle Bouvier.

A partir de 1980, quando fundou a companhia l’Esquisse em parceria com Régis Obadia, Joëlle Bouvier inscreveu seu nome na chamada nova dança francesa, movimento que renovou a produção coreográfica da França.

Hoje trabalhando como artista independente, já foi assim definida pela crítica francesa Agnès Izrine: “Joëlle Bouvier é realmente uma mulher que dança. Uma mulher atemporal, que atravessa épocas, modas e estilos… Seu gestual impulsivo, emocional, à flor da pele, afirma um lirismo exacerbado e contrabalançado por uma força motriz cheia de doçura”.

No programa da Temporada de Dança de 2018 do Teatro Alfa, a São Paulo Companhia de Dança também estreia uma remontagem da coreografia Melhor Único Dia, do brasileiro Henrique Rodovalho. Neste espetáculo, os bailarinos experimentam movimentos expandidos e continuados, permanecendo em cena o tempo todo. As referências vieram de grandes grupos de animais, de suas relações em movimento. “A obra trata do que tem de acontecer neste breve espaço de existência deste grande grupo, relacionado principalmente a algum tipo de prazer”, diz Rodovalho.

A terceira obra do programa é assinada por um dos mais importantes coreógrafos da dança contemporânea. 14’20”, do tcheco Jirí Kylián, foi originalmente concebida para o Nederlands Dans Theatre II, da Holanda, em 2002. Remontada para a São Paulo Companhia de Dança em 2017, trata-se de um extrato de 27”52. O título refere-se à duração do espetáculo, protagonizado por um casal de bailarinos que expressa questões sobre a passagem do tempo, o amor, a vida e a morte.

Cia. de Dança Deborah Colker

Crédito da foto: Divulgação

Nó (2005 – releitura)
De 21 a 23 e 25 a 30 de setembro
Terça a quinta, 21h, sexta, 21h30, sábado, 20h e domingo, às 18h

Vários momentos importantes pontuam a bem-sucedida carreira de Deborah Colker. Desde que surgiu – em 1994, no Rio de Janeiro – a companhia formada pela coreógrafa carioca já conquistou reconhecimento e prêmios internacionais. Aplaudida em relevantes palcos do mundo, também vem revelando as transformações de uma linguagem coreográfica que destaca a potência do movimento, mas que com o tempo passou a se apropriar de significados dramatúrgicos.

O espetáculo Nó inaugurou esta nova fase em 2005, quando estreou no Tanzfestival Movimentos, em Wolfsburg, Alemanha. Em busca de uma dramaturgia que permitisse associar as questões físicas de espaço e movimento a reflexões sobre questões humanas universais, Deborah Colker elegeu o desejo como tema para criar esta coreografia desafiadora, com bailarinos se movendo em um emaranhado de cordas.

“Cordas que dão nós e que simbolizam os laços afetivos que nos amarram”, diz Deborah. “Cordas que servem para aprisionar, puxar, ligar, libertar”. Em 2018, Nó ressurge em nova leitura, com novos significados, marcando os processos de amadurecimento da coreógrafa e seu grupo – e talvez influenciado pelo viés narrativo surgido em espetáculos como Tatyana, de 2011, inspirado na literatura de Alexander Pushkin.

Em 2014, Nó foi apresentado na França pelo Ballet de L’Opéra National du Rhin, somando-se às conquistas internacionais de Deborah – cuja capacidade de reger grandes produções já a levaram a coreografar para o Cirque du Soleil e para a abertura das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Mats Ek e Ana Laguna

Crédito da foto: Divulgação

Memory (2004), Axe (2015) e Old and Door (1991)
Dias 20 e 21 de outubro
Sábado, 20h e domingo, às 18h

“Eu não estou interessado em mostrar dança, mas a vida em si, através de situações humanas.” Esta frase de Mats Ek, um dos coreógrafos mais celebrados da dança, tem muito a dizer sobre o dueto Memory, que ele interpreta junto com Ana Laguna, a bailarina que tornou-se sua esposa e fonte de inspiração para muitos de seus espetáculos.

Além de inédita no Brasil, a presença do casal no palco é acontecimento raro, que a Temporada de Dança de 2018 do Teatro Alfa tem o prazer de proporcionar para seu público. Em cena, Mats Ek e Ana Laguna celebram a maturidade e a plenitude daqueles que dominam seu ofício artístico.

Concebido em 2004, Memory evoca as recordações de um homem, que transforma o passado em presente, moldando uma nova realidade a partir do que ficou perdido no tempo. O palco torna-se o espaço que ele divide com sua mulher.

As plateias brasileiras que se apaixonaram pela obra de Mats Ek através do Cullberg Ballet, a companhia sueca junto à qual ele construiu boa parte de seu repertório, terão agora a chance de vê-lo dançando aos 72 anos, junto com a extraordinária Ana Laguna, que continua magnetizante aos 62 anos.

O programa inclui mais uma criação de Mats Ek: o dueto Axe, de 2015, dançado por Ana Laguna e Yvan Auzely. A partir de uma situação corriqueira – o corte de lenha – os dois personagens entram em confronto. Para ele, é uma questão prática. Para ela, um ato de violência. Ao fim, a diferença de opiniões gera uma nova intimidade.

O sueco Mats Ek, construiu um repertório marcado, muitas vezes, pela releitura de clássicos, seja da literatura ou do balé. Em espetáculos como Giselle e A Casa de Bernarda Alba, explorou com maestria o viés psicológico dos personagens, inserindo-os em contextos contemporâneos e universais, sem desrespeitar a estrutura original das obras.

Nascida na Espanha, Ana Laguna ingressou aos 18 anos no Cullberg Ballet, que Mats Ek dirigiu de 1985 a 1993. No entanto, ao longo da carreira, ambos trabalharam separadamente muitas vezes, desenvolvendo projetos artísticos independentes. Associando técnica e incrível expressividade, Ana Laguna tornou-se uma legenda da dança. Rudolf Nureyev e Mikhail Baryshnikov estão entre os parceiros que dividiram o palco com ela.

Tanztheater Wuppertal/Pina Bausch

Crédito da foto: Meyer Originals

Néfes (2003)
De 29 de novembro a 2 de dezembro
Quinta, 21h, sexta, 21h30, sábado, 20h e domingo, 18h

Pina Bausch reinventou a dança-teatro quando começou a trabalhar na cidade alemã de Wuppertal, na década de 1970. Muitos tentaram imitá-la, mas a intensidade e a integridade de seu trabalho fazem de sua dança uma obra única.

À composição coreográfica ela somou o universo de experiências humanas de seus bailarinos para desenvolver um teatro dançado, que consegue envolver plateias de todas as culturas. Para criar seus espetáculos, ela estimulava o elenco a improvisar a partir de memórias de infância, desejos e angústias próprios de cada um. Por meio do subjetivo, conseguiu chegar às questões universais que movem a existência e certamente sua obra continuará sensibilizando as gerações futuras.

Nascida em 27 de julho de 1940 na cidade de Soligen (Alemanha), passou a maior parte de sua infância no hotel-restaurante de seus pais. Ela começou a estudar dança aos 14 anos, sob a supervisão de Kurt Jooss (1901-1979), na Escola Folkwang, em Essen. Um dos precursores da dança-teatro, Jooss misturava fundamentos do balé clássico com a dramaticidade da dança expressionista.

Pina sucedeu Jooss na direção artística do Ballet de Folkwang, quando ela voltou de Nova York, onde estudou na Juilliard School of Music, chegando a dançar no New American Ballet. Em 1973, tornou-se diretora do centro artístico da cidade de Wuppertal, onde acabou fundando sua companhia. Polêmico de início, seu estilo de dança consagrou-se como uma das mais instigantes expressões da arte cênica mundial.

O espetáculo Nefés estreou em 2003 e é inédito no Brasil. O título, no idioma turco, significa “respiração”. Artista capaz de criar um “teatro do mundo”, profundamente enraizado no conhecimento intuitivo da natureza humana, Pina Bausch concebeu uma série de obras inspiradas em diferentes países.

Em meio ao jogo de sombras e luzes sobre o Bósforo, as cores e os odores de Istambul, o cruzamento de crenças da cultura turca, nasceu Nefés – inspiração e expiração de ritmo misturado a humor, sensibilidade e poesia, em um conto bauschiano de mil e uma noites.

História em Números

Entre 1998 e 2017, em suas Salas A e B (1.110 e 200 lugares, respectivamente), o Teatro Alfa apresenta 675 espetáculos. Entre todos os títulos, foram 7.249 apresentações, um público total (contando espetáculos artísticos, projetos sociais eventos) de 3 milhões e 145 mil pessoas e um público de espetáculos abertos (com venda de ingressos) de 2 milhões e 400 mil pessoas. Desde 2003, quando foi lançada oficialmente a Temporada de Dança, foram 762 apresentações para um público de 658.183 pessoas. Participaram 47 companhias internacionais e 18 nacionais durante esses anos. “Tomamos a decisão de trabalhar com foco na dança em 2003, mas a primeira edição vendida sob a forma de assinatura aconteceu em 2004″, informa Elizabeth Machado. “Se quisermos considerar os números só a partir de 2004, teremos 738 apresentações e um público de 636 mil e 871 pessoas”, completa.

Na abertura do teatro, em 1998, viram para cá Cirque Eloize, Alwin Ailey American Dance Theater, The Parsons Dance Company e Twayla Tharp Dance Company, além das nacionais Mimlus Cia de Dança e Cia de dança do Amazonas.

Sobre o Teatro Alfa

O Teatro Alfa completa 20 anos de operação em abril de 2018. Nesse período, fez 7.190 apresentações para um público de 3.146.458 pessoas, conquistando espaço relevante na cena cultural da cidade de São Paulo. Administrado pelo Instituto Alfa de Cultura, o Teatro Alfa é um teatro privado que mantém temporadas regulares nas áreas de dança e teatro infantil, apresentando também espetáculos musicais de grande porte, música erudita e popular e teatro adulto. O Teatro Alfa foi idealizado para múltiplo uso e equipado com excelente mecânica cênica, iluminação e sonorização. A sua manutenção exemplar o mantém em perfeito estado de conservação e investimentos são feitos para constante atualização técnica. Com duas salas, os espaços são versáteis e acomodam todo tipo de espetáculo. O Teatro Alfa acolhe com total adequação espetáculos de dança, óperas, orquestras, música popular, teatro e musicais, além de dispor de ótima infraestrutura para realização de congressos e seminários. Segundo a avaliação de artistas produtores, companhias e do público, o Teatro Alfa supera as expectativas por ser conduzido por uma equipe altamente qualificada, apta a receber produções sofisticadas e de grande exigência técnica.

Na Sala A, com capacidade para 1110 lugares, a plateia foi projetada para envolver o palco, permitindo sua melhor exploração. De qualquer uma de suas poltronas, o público tem total conforto e uma visão privilegiada dos espetáculos. A Sala B, com capacidade para 200 lugares, abriga teatro adulto, infantil e música. Inaugurada por Raul Cortez, por lá já passaram nomes como Marco Nanini, Yamandú Costa, Helena Meirelles (último espetáculo de sua carreira), Nuno Mindelis, Ricardo Herz, Walderez de Barros, Selton Melo e Angela Dip, entre outros.

Crédito da foto destaque: José Luiz Pederneiras | Cena de Gira, com Grupo Corpo

Serviço

Temporada de Dança 2018 – Teatro Alfa
De 03 de agosto a 02 de dezembro de 2018
Local: Teatro Alfa
Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro – São Paulo/SP
Informações: www.teatroalfa.com.br/temporada2018

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