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Onde Agora? Quando Agora? Quem Agora?, do Núcleo EntreTanto, faz apresentações gratuitas na Funarte SP

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Foto: Keiny Andrade

Depois da estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade, o Núcleo EntreTanto leva seu novo espetáculo, ONDE AGORA? QUANDO AGORA? QUEM AGORA?, para a Sala Renée Gumiel da Funarte. As apresentações gratuitas acontecem as sextas-feiras e sábados, às 20 horas, e domingos, às 19 horas, até dia 28 de fevereiro. Concebida por Wellington Duarte, que está em cena e divide a direção com Daniel Kairoz, a montagem conta com os bailarinos Érica Tessarolo, Joana Ferraz, Leandro de Souza e Suiá Burger Ferlauto.

O nome do espetáculo vem das primeiras perguntas que iniciam o romance O Inominável, de Samuel Beckett. Segundo Wellington as dinâmicas expressivas na linguagem de Beckett comportam aquilo que poderíamos chamar de erro ou desvio do movimento de totalização de uma gramática, seja corporal, espacial, cênica. “Beckett levou isso às últimas consequências em suas obras e por isso nos serve como mote de criação, por isso tem sido o interlocutor em nossos últimos trabalhos, tendo suas obras não como fonte temática, mas como uma via para novas perguntas”.

Outro autor que inspirou a criação de ONDE AGORA? QUANDO AGORA? QUEM AGORA? foi Maurice Blanchot, com o seu livro A Escritura do Desastre, “segundo Blanchot, o desastre ocorre onde aquilo que se experiencia excede o domínio e as condições de controle; desastre enquanto experiência do imponderável; o que sai da previsão e do cálculo”, diz Wellington.

Projeto contemplado com o Programa Municipal de Fomento à Dança (18ª edição) em 2015.

Força e ausência

Segundo Wellington, a corporeidade desta nova peça coreográfica nasce do diálogo com esses dois pensadores, gerando questões estritamente ligadas à fisicalidade, em que as proposições corporais buscaram desestabilizar os caminhos recorrentes dos criadores e criaram os campos de ação e o corpo do trabalho. “Nossa investigação se orientou pelo movimento que se furta; o movimento como desvio; o movimento como ausência; o movimento como desastre, em um corpo que não busca falar sobre coisas; não quer significar conceitos; não quer orientar o movimento por um único sentido. Logo, as coisas que expressa não tem uma orientação pré-definida como um sentido, mas múltiplas orientações contingentes que articulam a repetição dos processos materiais do corpo. O corpo é arrastado por um movimento errante, não privado de sentido, mas privado de centro”, explica ele.

“A coreografia propõe um espaço a partir de um movimento simples, que insiste. Insistindo evoca e invoca, abre-se às forças do fora, enquanto escrita do e no corpo”, diz Daniel Kairoz.

Sobre Wellington Duarte

Atua como dançarino, ator e performer. Principais trabalhos: Lâmina e Lost in Space Shit (2014); Das Faces do Corpo (2012); Ocorrências, direção de Luiz Päetow; Rútilo Nada, concepção e interpretação Donizeti Mazonas e Wellinton Duarte, direção de Daniel Fagundes (2009); Torso+Oco, concepção Wellington Duarte, direção de Donizeti Mazonas (2009); Por que Tenho Essa Forma?, direção de Zélia Monteiro, com o Núcleo de Improvisação (2009); Récita…de Um Movimento Só, concepção e direção de Wellington Duarte e Donizeti Mazonas (2007/ 2008); Ascese – Pequeno Tratado sobre o Abismo ou O Jardim das Rochas, a partir da obra de Nikos Kazantzakis com pesquisa coreográfica de Zélia Monteiro e Wellington Duarte (2007/ 2006); performance Quadris de homem = carne/mulher = carne, da artista plástica Laura Lima, na exposição do Itaú Cultural O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira (2005); performance dirigida pelo diretor e coreógrafo japonês Hiroyshi Koyke, apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo (2004) e Confraria Desnaturada, continuação da pesquisa inspirada na obra de Arthur Omar (2003/ 2004). Em 2001/ 2002 participou como bailarino, cantor e ator de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões (primeira versão por Iakov Hilel e segunda versão por Márcio Aurélio), com apresentações internacionais em Lisboa e no Festival Internacional da Cidade de Porto, em Portugal. Foi premiado com a Bolsa Vitae de Dança 1999, com a pesquisa do espetáculo Confraria Desnaturada, e participou da Cia Nova Dança com o espetáculo Da Sacada Tudo Passa a Ser Evento, com direção de Adriana Grechi, premiado com a Bolsa Vitae (1997). Também dirigiu e atuou em Tragédia Brasileira, espetáculo de dança-teatro baseado na obra homônima de Manuel Bandeira, sendo contemplado com a Bolsa Rede Stagium.

FICHA TÉCNICA

Concepção e Coordenação do Projeto – Wellington Duarte.
Direção – Daniel Kairoz e Wellington Duarte.
Dramaturg – Cássio Diniz Santiago.
Coordenação da Pesquisa – Suiá Burger Ferlauto e Wellington Duarte.
Dança/Elenco – Érica Tessarolo, Joana Ferraz, Leandro de Souza, Suiá Burger Ferlauto e Wellington Duarte.
Iluminação e Projeto Gráfico – Hernandes de Oliveira.
Música – Felipe Ribeiro.
Figurino – Joana Porto.
Foto – Keiny Andrade, Hernandes de Oliveira e Tuane Fernandes.
Produção Executiva – Jota Rafaelli.
Administração – Donizeti Mazonas.
Professores Convidados – Zélia Monteiro, Gícia Amorim e Jaime Kuk.
Realização – Núcleo EntreTanto, da Cooperativa Paulista de Teatro.
Apoio – Galeria Olido, Oficina Cultural Oswald de Andrade / Poiesis e Universidade Anhembi Morumbi.

SERVIÇO

Onde Agora? Quando Agora? Quem Agora?
Núcleo EntreTanto
Temporada até 28 de fevereiro
Sexta e sábado, às 20h e domingo, às 19h
Local: Complexo Cultural Funarte SP – Sala Renée Gumiel
Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos – São Paulo/SP
Ingressos: Grátis (retirada de ingressos uma hora antes do início da apresentação)
Informações: (11) 3662-5177
Classificação: Livre
Duração: 50 minutos
Capacidade: 50 lugares

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