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Cartografia do Possível leva quatro espetáculos no fim de semana do CRDSP

Esta semana, a programação do Cartografia do Possível do Centro de Referência da Dança chega recheada: na sexta, 16/3, o performer Florido, apresenta “Estado de Violência”, às 19h, e a Cia Os Crespos faz, às 20h, na Praça Ramos de Azevedo, a performance urbana “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”. No sábado, às 19h, Maria Basulto apresenta “Tirinhas”; às 20h, o Grupo Pró-Posição, de Janice Vieira e Andréia Nhur, interpreta “Peças Fáceis”, enquanto Os Crespos reapresentam “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, na Ramos de Azevedo.

‘Estado de Violência’ é um trabalho ‘in progress’ que envolve performance, música experimental e dança. O processo é construído após longo tempo de imersão dos artistas – Florido conta com o músico performer Rodrigo Florentino na cena. Ao expor seu corpo a uma série de dispositivos sonoros e elementos que o leve a estados alterados de percepção, em cada experiência acaba por estabelecer um recorte de abordagem diferente dentro do espectro do Estado como instituição de controle de nossos corpos.

Em “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, uma auxiliar de enfermagem e uma gari, conduzidas por uma barqueira dos mortos – referência à mitologia da Umbanda –, fazem uma viagem mítica pelo passado e revisitam episódios das revoluções negras no Brasil e América Latina. Cantada ao vivo, a trilha sonora se inspira nos vissungos, cantos afro-brasileiros entoados pelos escravos durante o trabalho na mineração ou na lavoura, nos enterros dos motos e brincadeiras. A peça é parte do projeto “De Brasa e Pólvora – Zonas Incendiárias, Panfletos Poéticos”, urma releitura da obra “A Lembrança de uma Revolução”, do dramaturgo alemão Heiner Müller (1929-1995).

Durante 25 minutos, na Sala Plural, Maria Basulto propõe em “Tirinhas” possíveis leituras, a partir de diversas combinações entre trilhas – criadas por Pedro Destro – e cenas curtas para rápido consumo. Basicamente, o trabalho fala da passagem do tempo, da ansiedade da espera e da sensação de se estar sempre correndo atrás de algo que não se consegue chegar. Carolina Canteli assina o figurino.

Em seguida, enquanto Os Crespos reapresentam “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, no entorno do CRSP, as bailarinas Janice Vieira e Andréia Nhur ocupam a Sala Cênica Ivonice Satie com sua “Peças Fáceis”. Nesta criação, baseada em estudo da dança e da música por meio de composições barrocas de Bach e Petzold, mãe e filha dançam, cantam e tocam instrumentos, numa proposta que nomeiam “sonorocoreografia”. A partir de memórias musicais comuns, movimentos e sons são produzidos na mesma dimensão temporal, ora por um disparo de voz que é gesto dançado, ora por uma propulsão de instrumento que é corpo. Colaboraram Helena Bastos na criação coreográfica, Andrea Drigo na orientação vocal e musical, e Roberto Gill Camargo, que também responde pelo desenho de luz, na dramaturgia.

Todas as apresentações têm entrada gratuita.

Crédito da foto: Paola Bertolini | Cena de Peças Fáceis, com Grupo Pró posição

Serviço

Cartografia o Possível
Local: Centro de Referência da Dança de São Paulo – CRDSP
Baixos do Viaduto do Chá, s/n – República – São Paulo/SP
(ao lado do Theatro Municipal, próximo às estações Anhangabaú, República e São Bento do Metro).
Ingresso: Grátis
Informações: (11) 3214-3249 | 95301-3769

Programação

“Estado de Violência”, com Florido
Dia 16/3 (sexta-feira), 19h
Sala Cênica Ivonice Satie
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

“Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, com Cia Os Crespos
Dias 16 e 17/3 (sexta e sábado), 20h
Praça Ramos de Azevedo (performance urbana)
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: livre

“Tirinhas”, com Maria Basulto
Dia 17/3 (sábado), 19h
Sala Plural
Duração: 25 minutos
Classificação indicativa: livre

“Peças Fáceis”, Grupo Pró-Posição
Dia 17/3 (sábado), 20h

Sala Cênica Ivonice Satie
Duração: 45 minutos
Classificação indicativa: livre

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